A Geopolítica das Nações
“Vive Le Quebec Libre”, exclamou De Gaulle, presidente da França, no encerramento da feira de Montreal em pleno Canadá em 1967. Uma provocação inaceitável, mas bem calculada do general de dois metros de altura. Queria o presidente preservar o prestígio da França na América.
Em 1803, a França tinha vendido aos Estados Unidos todo o território de Louisiana, com área semelhante da Argentina de hoje. Napoleão precisava de dinheiro para as guerras europeias. Os Estados Unidos queriam chegar ao Oceano Pacífico.
Agora Trump quer o Canadá – Não vai levar.
O objetivo centenário – geopolítico - permanente da Rússia é alcançar o Mediterrâneo e o Oceano Atlântico.
Pedro, o grande, em 1730 derrotou os suecos em Poltava na Ucrânia, para ter acesso livre ao Mar Báltico, procurando saída pelos estreitos da Dinamarca. Em Kiev fundou a confederação russa.
Catarina, csarina russa, nascida na Alemanha, conquistou a Criméia do Império Otomano com o mesmo objetivo. A guerra da Criméia em 1855 também foi uma tentativa frustrada russa de chegar aos mares livres.
Trump quer defender os Estados Unidos nas fronteiras norte da Groelândia e Canadá. Quer dominar novamente o canal do Panamá que, evidentemente, não poderá ficar a deriva na geopolítica de hoje.
Quase todo o comércio mundial se faz por mares, mares livres. Estreitos e passagens controlados não são livres – o canal do Panamá, as passagens na Dinamarca, o estreito de Bósforo, Cingapura, o Canal de Suez, todos tem sua navegação observada por turcos, americanos, ingleses e suecos.
O objetivo geopolítico do Brasil é - construir um país unido em fronteira sseguras. Até 1945, a missão era impedir que os ingleses, e sua poderosa esquadra, criasse coisas absurdas como a Guiana Inglesa; território artificial montado pela Inglaterra, e pelo Rei Humberto da Itália em 1800, em uma arbitragem tendenciosa.
Depois de 1945, com o enfraquecimento do poderio inglês que tinha durante mais de cem anos, manipulado a geopolítica mundial, como nos episódios dapartilha do continente indiano, do desmonte do Império Otomano em todo o Oriente Médio, da criação da Guiana Inglesa em 1900, teríamos que enfrentar um novo país dominante. Os Estado Unidos!!!
A criação do Estado de Israel em 1948, dentro da divisão do Império Otomano, entre franceses e ingleses, 3 anos depois do final da II Guerra tem consequências militares sociais e religiosos até hoje. Até quando?
A Escola Superior de Guerra do General Canrobert Pereira da Costa e Golbery do Couto e Silva estabeleceu as novas premissas da proteção do Grande Brasil. Foi publicado em 1954 “a geopolítica do Brasil, que norteia nossa estratégica até hoje”. Nossa vulnerabilidade é a fronteira norte, principalmente o Estado de Roraima e o território Yanomami.
A ideia de proteção da floresta Amazônica – objetivo exemplar – é pretexto também para domínios territoriais. Atenção será necessária.
Viva o Brasil!
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