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Foto do escritorPaulo Eduardo Ribeiro

A história de Robert Allie Nadoh



Robert chegou ao Brasil na primeira metade da década de 1990, tinha grande obsessão pelas coisas daqui como, por exemplo, a música, falava sempre aos amigos sobre a sonoridade e a beleza das canções brasileiras mesmo sem entender uma única palavra, mas era incapaz de se lembrar dos nomes dos cantores e das bandas que gostava, então deixava pra lá.


Nascido na área metropolitana de Boston ele ficou eufórico quando seu pai, Diretor executivo de uma empresa que estava ampliando seus negócios para a América do Sul anunciou misturando a língua nativa com o conhecido dialeto do leste da Nova Inglaterra, o “sotaque de Boston”, que a família se mudaria para o Brasil.


Bob, como era chamado por todos em casa tinha então 24 anos e teria a experiência de conhecer o lugar das músicas que tanto gostava, mas por outro lado como odiava ser chamado de Bob, em seu subconsciente sem ao menos pensar exatamente o porquê ele preferia o nome utilizado quando foi fuzileiro, Soldado ALLIE NADOH.

“Vamos nos mudar para a capital do Brasil, Brasília”.



Luis Melodia canta muito. Nada Além, veja no Spotify.



E assim foi feito, Bob Allie Nadoh e sua família, seus pais, uma irmã mais velha e outra mais nova desembarcaram em Brasília em 1994, ano de Copa do Mundo, coisa que ele percebeu muito rápido ser importante demais no Brasil, ano de Plano Real, coisa um pouco complicada de entender afinal quem se preocupa com planos que visam estabilização e reformas econômicas?


Uma das primeiras coisas que Allie Nadoh ouviu sobre o tal plano foi que o então Presidente da República publicou uma medida provisória, a MP 434, que instituiu a Unidade Real de Valor que ficou conhecida no país como URV.

“Very complicated”, ele ainda pensava em Inglês quando o assunto fugia de sua zona de conforto.


“Que negócio estranho criar uma regra de conversão para valores monetários”, então Allie Nadoh não fez muita questão de entender o processo ou as peculiaridades de seu novo país, ele apenas fez o que já era de praxe em sua vida, deixou pra lá.

Não era a primeira vez que Allie Nadoh se comportava dessa maneira, para dizer a verdade ele sempre foi assim, a impressão que seus pais tinham era que desde muito pequeno Bob vivia em uma realidade paralela e sempre alheio aos problemas e a tudo que pudesse trazê-lo de volta a uma realidade que, apesar de apresentar padrões acima da média da maioria das pessoas no Brasil, ele por inúmeras vezes sistematicamente lamentava.


E assim os anos foram passando na vida do jovem Bob Allie Nadoh.


No final dos anos 90 ele se casou com uma moça que conheceu perto da Esplanada dos Ministérios, no Eixo Monumental, numa tarde ensolarada durante um passeio de camelo, jeito carinhoso de chamar bicicleta por lá, mas que ele só aprendeu por causa da música Eduardo e Mônica da Legião Urbana, ele achou muito complicada a explicação a princípio e decidiu deixar pra lá.


Mas não pensem que foi algo fácil de acontecer, Allie Nadoh demorou bastante para perceber os sinais que a jovem moça estava quase desistindo de mandar.

Os anos dois mil não foram diferentes na vida de Allie Nadoh no Brasil, clamor popular por um governo que viesse do povo, por um governante oriundo da classe menos privilegiada da sociedade, e por dezesseis anos Allie Nadoh assistiu a um governo popular, ou populista, mas que ele tinha muita dificuldade de entender, de se identificar, e mesmo ouvindo pessoas falando muito bem e pessoas falando muito mal, decidiu fazer o que sabia fazer de melhor, deixar pra lá.

Talvez por ser norte americano Allie Nadoh acreditasse que não precisaria se importar com o que acontecia por aqui, era muito melhor ficar só com as partes que mais lhe interessavam como o futebol, a música e uma coisa nova que começava a surgir no Brasil no início dos anos dois mil, os realities shows, seu preferido era um muito parecido com um livro que teve que ler na Universidade e que falava do “Grande Irmão” que tudo vê, 1984 de George Orwell.



Música eletrônica na Spotify.



Tinha ouvido falar desde sua chegada de um impeachment recente no Brasil, foi poucos anos antes de sua chegada, mas achou tudo complicado demais afinal de contas pelo que ele pode entender o presidente em questão tinha sido eleito democraticamente, decidiu deixar pra lá.


Mas em 2016 ele teve outra chance de tentar entender o processo de impedimento, afinal de contas outro presidente, dessa vez como a própria preferia se intitular, uma presidenta sofreu um processo de impeachment, e Allie Nadoh decidiu que tinha coisas mais importantes para se preocupar, resolveu deixar pra lá.

Em 2018, no entanto a eleição presidencial foi diferente de tudo que ele e toda não brasileira havia presenciado até então.


Candidatos impossibilitados de concorrer ao pleito, candidatos desprestigiados, presos, e candidatos improváveis surgindo como defensores da antipolítica, da moral, dos bons costumes, patriotas que não se preocupam com o patrimônio, alguns candidatos até folclóricos, mas vocês acham que nosso querido Allie Nadoh prestou atenção nisso? Óbvio que não.


Mais um pleito se aproxima, e depois de tanta farra, tantas intervenções, tanto descaso com a saúde, com a educação, com o meio ambiente e de tanto deixar a boiada passar, Allie Nadoh terá mais uma oportunidade de entender de uma vez por todas como as coisas acontecem por aqui, então Bob, por, mas que você goste de futebol, por mais que você goste de música brasileira e por mais que você goste de ficar vendo como as pessoas se comportam em um reality show, não permita que isso sirva mais uma vez de distração para o que acontece a sua volta.


Paulo Eduardo Ribeiro, do Canal Ponte Aérea, para CRIATIVOS!


 

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