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A Linguagem Cósmica



Nunca foi o esperanto, não é o inglês, e nunca será o chines. Para ilustrar o que digo, vou contar alguns fatos.

 

Quando morávamos em Iowa, minha filha Olivia, que era pequena, ganhou numa feira de seu colégio um peixinho de água doce e de cor laranja. Trouxe-o pra casa dentro de um saquinho de plástico cheio d’agua. O pai dela, que tinha estudado naquele mesmo colégio, a avisou que ele e outros amigos, quando crianças, tinham ganho peixinhos iguais aquele e eles não duravam mais que um ou dois dias. 


Comprei um desses aquários portáteis que nem precisa ligar na tomada, e a água tinha que ser mudada por mim todo dia. Já tínhamos um outro do mesmo tamanho, que era um peixe Beta e morava num desses aquários. Esse último é casualmente chamado ‘peixe de briga’ porque não pode estar no mesmo espaço com outro do mesmo sexo e tipo sem que os dois tentem se eliminar. Ele era lindo na sua cor azul anil, e cauda gigantesca enrolando-se no seu corpo `a medida que ele dava voltas na agua e revelava sua beleza.


Olivia observava os dois peixinhos fascinada, e eu cuidava deles. Já tinha notado que o Beta, sempre que eu chegava perto, ficava nadando daqui pra lá bem mais rápido que de costume como que se exibindo. Claro que isso poderia ser atribuído à sua expectativa de ser alimentado, mesmo que já tivesse sido. Mas depois que afaguei a sua cabecinha quando uma vez ele a ergueu acima da superfície da água, ele passou a fazer aquilo toda vez em que eu me aproximava, e, de novo, o acariciava. Quando comprei ele, me disseram que se chegasse a viver quatro anos teria vivido muito.


Uma vez, vi outro como ele na sala de um consultório médico. Só servia como decoração, pois estava contido num vasinho transparente de água do tamanho de uma xícara, pendurado numa das paredes daquela sala. Não tive cara de reprovar alguém ali pelo tratamento ‘desumano’ daquele bichinho porque achei que mesmo falando alguma coisa, eu não mudaria nada.  Mas devia ter falado. Claro que naquele tipo de prisão e alheamento, seria difícil aquele peixinho viver mesmo um mês. Enquanto isso, o nosso Beta e o que Olívia ganhou, pareciam mais felizes a cada dia. Agora, não só o primeiro como o segundo vinham pra superfície e me deixavam acariciá-los. Tanto um como o outro, viveram quase seis anos. Na sua velhice avançada, ainda conseguiam nadar pra tona da água para serem ‘reconhecidos’.


Certa época em que viajei pro Brasil por dez dias, o pai de Olivia me avisou que o peixinho laranja estava na última lona, e como ele já tinha quatro anos, tentei me despedir dele em pensamento. Mas quando cheguei, ainda o vi flutuando no meio do aquário sobre um lado só do seu corpo. Mesmo assim, troquei aquela água e botei uns grãozinhos frescos de comida. Dali a horas ele se recuperou pra viver mais dois anos, como o Beta. Quando eu contava aquelas quebras de record, ninguém podia acreditar. Eu mesma me perguntava se aquilo se tratava somente de fatos ou de milagres.


O mesmo aconteceu com um ratinho hamster que comprei pra Olivia. A princípio, ele vivia numa gaiola, mas um dia, descobri numa loja armações de plástico com túneis, rodas e corredores que achei ideal pra ele, e que ocupava metade da nossa cozinha. Passei a chamá-lo de ‘latifundiário’, pois ele realmente se divertia na sua extensa ‘propriedade’. Também viveu tanto, que no final, nem podia se locomover. Assim como os peixes, parecia não querer nos deixar.


Outro dia, um amigo de meu filho que foi nosso hóspede por alguns dias, me agradeceu dizendo que eu fiz com que se sentisse ‘very much seen’ (bastante visto, ou enxergado e reconhecido na sua individualidade). Isso me lembrou os peixinhos e o hamster (também um passarinho que tivemos, mas cuja estória, mais longa e dramática, vou contar num próximo artigo). Ao invés de meros brinquedos ou objetos de decoração, aqueles animaizinhos foram indivíduos para nós e o sentiram.  Foram ‘vistos’: tratados com amor.


Amar, entre outras coisas, é individualizar; ver a unicidade do ser amado, seja ele animal, planta ou pessoa.  A criação humana, a não ser na arte, serializa, mas se lembrarmos que a natureza, -tanto na folha de uma árvore, como numa pessoa, como numa montanha- nunca se repete, individualizando cada ser que cria, a identificação do amor com a individualização ainda faz mais sentido. Por isso, tenho dificuldade em compreender o amor por uma abstração, como o amor pela ‘humanidade’, ou o amor universal. Fico achando que tal amor só pode acontecer como soma de cada ser que somos capazes de amar. A diferença é que ao invés de se tratar de um amor a priori ou um amor por um mero conceito, ele é concreto; vai acontecendo a cada esquina, e tanto as pessoas, como as plantas, como os peixinhos e animais, como a própria água, os rios, o céu, e o mar, respondem a ele.


Ayahuasca nos faz experimentar esse amor, que é incondicional não por ser abstrato, mas por ser a maior expressão da vida na sua concretude; a verdadeira linguagem entre tudo que existe.


A linguagem cósmica.


 

 

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ARTE DO POVO, PARA O POVO E COM O POVO



A Cedro Rosa Digital, uma plataforma brasileira dedicada à certificação e distribuição de obras musicais, tem inovado ao utilizar os mecanismos dos Artigos 1-A e 3-A da Lei de Incentivo à Cultura para promover pequenos patrocínios em massa. Essa estratégia tem permitido o financiamento de importantes projetos culturais, como:

  • +40 Anos do Clube do Samba: Um documentário que celebra o legado do Clube do Samba, uma das instituições mais importantes na promoção do gênero musical no Brasil.

  • A História da Música Brasileira na Era das Gravações: Uma mini-série que explora a evolução da música brasileira desde os primeiros registros fonográficos até a era digital.

  • Partideiros 2: Um longa-metragem que dá continuidade ao aclamado "Partideiros", destacando grandes nomes do samba e suas histórias.


 

Incentivos Fiscais: Uma Ferramenta Global de Fomento à Cultura e Entretenimento


Em todo o mundo, países utilizam leis de incentivos fiscais como uma ferramenta poderosa para fomentar a produção cultural, cinematográfica e televisiva. Essas políticas têm se mostrado eficazes não apenas para apoiar artistas e produtores locais, mas também para atrair grandes produções internacionais, gerando emprego e renda, além de promover o turismo cultural.


Exemplos de países líderes em incentivos fiscais culturais


Estados Unidos: Nos EUA, diversos estados competem para atrair produções oferecendo generosos incentivos fiscais. A Califórnia e a Geórgia são exemplos notáveis, com créditos fiscais que podem chegar a 30% dos custos de produção. Isso tem atraído grandes produções de Hollywood, como séries da Netflix e filmes da Marvel.


Reino Unido: O Reino Unido também é um grande player no campo dos incentivos fiscais. Oferece até 25% de reembolso nos custos de produção, o que tem atraído produções icônicas como a série "Game of Thrones" e filmes da franquia "James Bond".


Canadá: O Canadá é conhecido por suas políticas favoráveis, com créditos fiscais federais e provinciais que podem totalizar até 45% dos custos de produção. Toronto e Vancouver são destinos populares para produções americanas.


França: A França oferece um crédito fiscal de 30% para produções estrangeiras, incentivando a filmagem de produções internacionais no país. Este incentivo tem sido um fator crucial na decisão de filmar grandes produções em cenários icônicos franceses.


Como participar

Participar do financiamento desses projetos é simples e acessível a todos. Empresas e indivíduos podem destinar parte de seus impostos devidos para apoiar a produção cultural através dos mecanismos dos Artigos 1-A e 3-A. Esses artigos permitem que uma parte do Imposto de Renda devido seja direcionada a projetos culturais aprovados, proporcionando uma forma de apoio financeiro sem aumento de custos para os patrocinadores.


Para mais informações sobre como participar e contribuir para o desenvolvimento da cultura brasileira através da Cedro Rosa Digital, visite Cedro Rosa Digital.


A utilização de incentivos fiscais para a cultura é uma prática global que tem mostrado resultados positivos tanto para a economia quanto para a preservação e promoção das artes. A inovação da Cedro Rosa Digital em promover pequenos patrocínios em massa é um exemplo inspirador de como essas políticas podem ser utilizadas de maneira criativa e eficaz.


Referências:

  1. Tax Credits for Filming in California

  2. UK Film Tax Relief

  3. Canadian Film or Video Production Tax Credit

  4. France’s Tax Rebate for International Production


Essa matéria apresenta uma visão abrangente de como os incentivos fiscais têm sido usados globalmente para promover a cultura, com um foco especial na inovação da Cedro Rosa Digital no Brasil.


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