ALEGRIA
Não canso de repetir que a vida foi – e tem sido - muito boa comigo. Não é autopiedade ou a velha autorreferência exagerada que costumam atribuir aos leoninos. Ao menos eu acho que não é.
Tenho razões pra crer que me aconteceram as melhores coisas. Verdade que, como todos os que temos mais de quatro anos de idade agora, vivemos o último governo, uma experiência dramática e triste que eu não desejaria, nem em sonho, para o meu pior inimigo. Mas, salvo vermes e vírus, tem estado tudo muito bom. Também não é uma despedida. Pretendo seguir sobre a Terra por mais um tempo, ainda que não possa prever o que vai me acontecer amanhã. Ou hoje mais tarde. “Mais tarde” é sempre o período mais arriscado do dia. Mas também nesses momentos muita coisa boa aconteceu pra mim, comigo, ou ao meu redor, o que me deixa lisonjeado com a natureza, sempre pronta a atender o que pedi e, principalmente, o que eu não pedi, nem sabia que precisava, mas que veio em boa... Ops!!, boa não, ótima hora.
O cavaquinho me caiu nas mãos lá pelo fim dos anos 70, quando eu queria mesmo era escrever histórias e, no intervalo, tocar violão e sambar, ou seja, queria fazer tudo ao mesmo tempo. Hoje ando com ele pra cima e pra baixo. Sigo não sendo um grande instrumentista, mas me meto nas rodas e antes que eu me desse conta do que estava acontecendo, já tinha palhetado em grande parte da Europa Ocidental e na China. Sem contar Cuba e Brasil afora. Muito menos por competência minha e mais por uma outra ação da natureza, que foi me arranjar bons amigos.
Deus, a natureza ou como quer que chamemos a força motora que parece estar na base de tudo, vai abrindo os caminhos e empurrando a gente ladeira acima – eventualmente abaixo, mas aí é se segurar – e só nos cabe ir em frente. Após muitos anos, já num princípio de maturidade e estabilidade, que é como chamamos aquela fase da história em que os filhos estão adultos e a gente já não tem tanta pressa pra fazer as coisas, voltei ao papel em branco, aquela vontade juvenil de contar histórias, de inventar personagens, de criar cenários e cidades imaginárias.
E a vida, novamente, foi mãezona comigo ao me apresentar aqui ao Galante e à https://www.criativos.blog.br/ , “braço cyber editorial” da http://online.cedrorosadigital.com.br/#/main , onde cometo textos semanais, inclusive este.
Como diz o título do livro do Edney Silvestre, “se eu fechar os olhos agora” não há qualquer problema em primeiro plano, considerando que tenho amigos sensacionais, incluindo aí os quatro indescritíveis grupos de samba em que dou minhas palhetadas no cavaquinho (Barbantinho Cheiroso, Los Artanos, Sensíveis porém Viris e Samba do Armazém); Mãe, mulher e filha que dispensam comentários, não poderiam haver melhores; trabalho incrível com companheiros e companheiras igualmente incríveis lá nas duas secretarias em que elaborei e elaboro pareceres há quase 30 anos; amigos de longa data, desde os tempos de juvenil metodista e desde os primeiros dias na universidade, coisa de 35-40 anos atrás; amigos menos antigos, mas tão maravilhosos quanto, formados nas melhores universidades do Brasil e do mundo, sempre dispostos a me corrigir ou ajudar na dúvidas e inseguranças que eu seguidamente submeto a eles; parceiros musicais imensuráveis que assinam canções comigo.
Além disso, tenho o Lula reeleito e aquele outro, de quem não se deve dizer o nome, fora do Brasil!! Pra completar, alegria das alegrias, uma de minhas melhores amigas nomeada em um cargo feito sob medida para ela no governo federal, livre das amarras amaldiçoadas do mandato passado, decidida a dar o seu melhor por uma agricultura de base agroecológica, humana e justa, com mulheres em primeiro plano, apoiada pelos movimentos sociais. Coisa de cinema!
No meio das férias, cheio de agasalhos e andando por uma Paris cheia de obras, antes e depois de encontrar amigos em Lisboa, Barcelona, Lyon, Bruxelas e Porto, me veio essa epifania de felicidade. A vida não poderia ter sido melhor pra mim.
O Rio de Janeiro, minha terra por proximidade e adoção (Meriti fica só ali do outro lado do Rio Pavuna) é cheio de problemas, mas é lindo e não há samba por aí como o que se faz lá. Em poucos dias o carnaval começa e se tudo der certo, já estarei por lá, a tempo de aproveitar a festa.
É muita felicidade, apesar de uma ou outra derrota do Flamengo.
E pra coroar minha bem aventurança total, a PF, aparentemente disposta a fazer o melhor, prendeu o Daniel Silveira!!!
A vida é uma festa !!!
Bruxelas, fevereiro de 2023.
Cultura
Direito Autoral
O direito autoral é uma lei que protege a obra de um autor, concedendo-lhe o direito exclusivo de controlar a sua exploração econômica.
A Cedro Rosa é uma organização que atua na proteção e gestão de direitos autorais de música no Brasil e no mundo. Ela ajuda artistas e compositores a registrar e certificar suas obras, garantindo que eles tenham o controle sobre a forma como suas músicas são utilizadas e licenciadas.
Além disso, a Cedro Rosa também facilita o processo de licenciamento para empresas que desejam utilizar músicas em trilhas sonoras, publicidade e outros fins comerciais. A plataforma oferece uma ampla base de dados de obras musicais certificadas e ajuda tanto artistas a gerar dinheiro através da utilização autorizada de suas obras quanto empresas a utilizar essas musicas de maneira correta!
Escuta!
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