Atualmente todos temos 15 minutos de certezas e 23 horas e 45 minutos de dúvidas por dia.
A estonteante revolução digital que consome percepções e prognósticos, permite-me substituir a frase do artista Andy Wharol "no futuro todos terão 15 minutos de fama" por "atualmente todos temos 15 minutos de certezas". O que predomina hoje em dia é a incerteza, não pela carência, mas pelo excesso de versões, informações e mídias.
Quem domina, com segurança, temas como NFT, blockchain, metaverso, criptomoedas? Quem pode se considerar atualizado com tantas mudanças?
A tecnologia 5G, que na prática amplia os dutos de dados na internet em 10 vezes, o que vai aumentar a velocidade da transmissão entre de 30 a 50 vezes trará grandes impactos ao Brasil e ao mundo.
Entre as mudanças no médio prazo, teremos o desenvolvimento da internet das coisas – IoT - , que permitirá controlar diversos eletrodomésticos à distância; as cidades inteligentes poderão responder a questões de segurança, transportes, energia, saúde e infraestrutura com monitoramentos online; carros e transportes públicos serão cada vez mais controlados com inteligência artificial: drones e robôs farão atividades mais corriqueiras, como limpeza em grandes empresas, por exemplo.
Mas essa corrida tecnológica poderá trazer bem-esta social, além de dividendos para as grandes conglomerados oligarcas?
No caso do Brasil e de países em desenvolvimento, quais serão os desdobramentos?
Que impactos socioeconômicos virão junto com esse ritmo alucinante de avanço tecnológico em uma sociedade “uberizada”, que traz a chaga da desigualdade em sua história?
Música instrumental brasileira, escute aqui no Spotify
Um vídeo, postado nas redes sociais no final de 2021 por um motorista de aplicativo de viagens de automóvel, mostrou uma cena pavorosa: dezenas de pessoas catando restos de alimentos em um caminhão de lixo, no bairro de Cocó, na cidade de Fortaleza, no Ceará.
Segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil, publicado em 2021 pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), 116,8 milhões de brasileiros convivem com algum grau de insegurança alimentar no País.
A tecnologia pode ajudar a auscultar a sociedade brasileira.
Para além do estupendo avanço acessível através de produtos e serviços a todos que podem comprar, a tecnologia também pode contribuir para o desenvolvimento e o bem-estar social.
Podemos “geoferenciar” o novo mapa da fome, desemprego, desalento, ameaças climáticas ou acidentes naturais como tempestades, cheias, desmoronamentos mas também a demanda pelas novas profissões do século XXI.
Através de técnicas de EaD, ensino à distância, com o devido monitoramento, podemos formar e treinar novos profissionais da Era Digital. Em plena crise econômica e pandêmica, o mercado de trabalho para profissionais qualificados em tecnologia aumentou quase 300% no pais em 202, com recrutadores do exterior garimpando talentos.
A nova educação pode e precisa ser inclusiva, sem nenhum tipo de restrição etária, geográfica ou étnica. Para isso, precisamos contar com os grupos sociais já estabelecidos, sejam através de instituições públicas ou da sociedade civil, igrejas, sindicatos, cooperativas, associações de moradores, empresas ou qualquer outro grupo organizado. Mas a nova educação precisa de matérias básicas como português, matemática, geografia entre outras, utilizando-se ferramentas de vídeos, podcasts, audiobooks, etc.
Já existem algumas boas iniciativas no Brasil.
A prefeitura do Rio de Janeiro lançou em fevereiro de 2022 um edital de curso/treinamento de desenvolvedores de códigos de computadores, com bolsas de R$ 500 reais.
Empresas como TV Globo e Magazine Luiza também criaram cursos de desenvolvedores para formação de mão de obra.
Roda de samba, música com inteligência, nesta playlist do Youtube.
A Cedro Rosa Digital está desenvolvendo um projeto nacional de inclusão digital estimulando conexões de projetos que já existem, mas que não se falam entre si.
Estima-se que apenas no Brasil, haverá uma demanda de 650 mil postos de trabalho até 2025 para essa nova economia digital.
O brasileiro ama novidades, tecnologia, comunicação e é um dos povos mais conectados do mundo. Bancos online, PIX, consumo de informação e cultura digital já fazem parte do cotidiano. Pessoas de todas as idades passam horas navegando em seus celulares, o que pode ser facilmente comprovado em lugares públicos.
Existem mais telefones celulares do que pessoas no país.
Nunca houve tanta produção de informação com boa acessibilidade.
Temos instituições públicas, privadas e projetos financiados por fundações internacionais que geram milhões de dados confiáveis, como IBGE, FIRJAN, Itaú Cultural, IPEA, CEBRI e Banco Mundial entre outros.
A tecnologia pode e deve ser uma eficaz ferramenta de bem-estar social, desde que se consiga estabelecer um bom cruzamento de informações com demandas e ofertas integradas, gerando informação, cultura, trabalho e renda.
Música, a primeira opção de lazer, no Youtube.
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