BOLA MURCHA
A bola! A bola! Estava caminhando no calçadão da Atlântica e os gritos chamaram a sua atenção. A bola! A bola! Virou-se e viu que ela vinha em sua direção. A bola! A bola! Sentiu que tinha de tomar uma atitude para evitar que ela fosse para a rua e algum carro terminasse, mais cedo, com o jogo na areia.
Lembrou-se do seu tempo de futebol de praia, quando, camisa oito, dominava o meio de campo do Arsenal, time do posto três de Copacabana. Jogava com categoria, fazia lançamentos de trinta metros, deixando o centroavante na cara do gol. Falta perto da área era meio gol; pênalti, gol na certa! Tempo bom, de grandes times do futebol de areia: Radar, no Leme; Lá Vai bola, no posto seis; Guaíba, na Urca... Disputa acirrada. Paredão cheio. Aplausos e vaias.
Era disputado por técnicos de outros times, que o procuravam na esquina. pois sabiam que, depois do banho e do jantar, os jogadores se reuniam com os amigos para comentar o jogo e programar a festinha na casa das namoradas. Nunca aceitou qualquer convite, permanecendo fiel à turma da rua e ao seu time.
Ouça a música SAUDADES DOS MEUS BOTEQUINS, com Tomaz Miranda.
Obra de Luis Pimentel e Paulinho Cavaco. Repertório Cedro Rosa.
Agora, bola rolando, rasteirinha, jogadores e passantes esperavam a devolução. Tinha de se decidir: agachar e pegá-la com a mão, ou, voltando ao passado, bater de trivela e, com a classe de um Didi, de um Gérson, colocá-la nas mãos dos atletas do vôlei.
A vaidade e o gosto pelo futebol decidiram que a atitude mais prazerosa seria a segunda. Lembrou-se dos mestres e preparou-se para rebater a bola. Não um chutão estilo Pinheiro ou Pavão, respetivamente beques do Fluminense e do Flamengo, que limpavam a área valendo-se da força física, mas, sim, Nílton Santos ou Djalma Santos, parentes somente na classe ao lidar com a bola.
Esperou a bola se aproximar, preparou o chute, mas a passagem do tempo marcou presença: furou e, depois de um rodopio, se esborrachou de costas no chão, em uma posição que lembrava, mal comparando, a bicicleta do Leônidas da Silva.
Correria dos passantes e atletas, que saíram da possibilidade do aplauso para os gritos de “não se mexe, vovô!”, “tá doendo onde, vovô?”... Ajudado por várias mãos, conseguiu se levantar, limpou a roupa e, com um sorriso amarelo, agradeceu e desculpou-se com um lamento como pra si mesmo: "nunca aconteceu".
Distanciou-se aos poucos, mas ainda pode ver na beira da calçada, nas mãos de um desolado atleta do vôlei, uma bola murcha, mostrando o resultado do jogo: carro 1x tempo 0.
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