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COMO PENSAR NA GEOPOLÍTICA




A discussão sobre geopolítica tomou conta do mundo e dos nossos meios de comunicação. Durante algumas décadas ela se apresentou como um pano de fundo estável ou de evolução lenta sucedendo-se as etapas de Queda do muro de Berlim, Glasnost e fim da Guerra Fria, seguida da etapa Estados Unidos imperial e, mais recentemente, a nova dualidade Estados Unidos versus China, extremamente complexa de analisar.


Há uma tendência nos cidadãos do mundo inteiro que se interessam pelo assunto e tem acesso aos meios de comunicação em reduzir o tema a uma simples contraposição: “nós contra eles”, que, no passado, já foi “capitalismo contra comunismo”, “mundo ocidental contra oriental” ou “democracias contra regimes autoritários”.


O que acontece, porém, é que a análise geopolítica deve considerar muitas variáveis além de uma simples dualidade. Dentre essas variáveis podemos destacar por sua importância o peso relativo dos PNBs, os produtos nacionais brutos de cada país ou aliança de países, seus orçamentos militares e modernidade de seus equipamentos para este fim, sua presença cultural no mundo, o que combina a influência de rádio, cinema, imprensa e das hoje poderosas redes sociais. A dinâmica populacional e as populações absolutas cumprem também um importante papel nesta analise, além de a proximidade geográfica entre países – o que os leva a uma acomodação política ou, às vezes, o contrário: a uma enorme repulsão e medo de possíveis agressões vinculadas à conquistas territoriais.


É, portanto, numa ótica de análise multifatorial que devemos encarar o que ocorre neste enorme tabuleiro de xadrez da geopolítica mundial, um xadrez diferente, onde não são só peças pretas contra brancas, mas sim aquele tabuleiro de xadrez chinês, onde oito cores distintas, cada uma combinando proporções diferentes dos fatores mencionados se enfrentam em busca da vitória – sendo esta difícil de ser definida, pois para uns a vitória reside no completo isolacionismo em relação aos outros, enquanto existem também aqueles que visam o total predomínio no grande tabuleiro mundial.


Creio que assistimos a um momento onde autocracias pretendem repartir o mundo entre si na forma de grandes fronteiras englobando cada uma diversos países que possam compor uma certa autossuficiência que lhes permita manter as tensões internas de cada uma sob controle. Esta rivalidade, no entanto, é vulnerabilizada pelo peso crescente de alguns fatores transnacionais, dos quais destaco: crise ambiental e climática do mundo, uma crescente cultura transnacional incentivada pelas redes de comunicação, quase incontroláveis, uma desigual repartição entre as concentrações de recursos naturais indispensáveis para a vida moderna e a dimensão das populações dos diferentes blocos que vão surgindo.


Em recente reunião dos líderes políticos europeus, o primeiro ministro da Polônia explicitou este problema ao ilustrar a sua palestra com dados relativos a Europa, Estados Unidos e Rússia. Segundo ele, os mais de 500 milhões de habitantes da Europa, países em geral ricos, podem perfeitamente apoiar a luta da Ucrânia contra os 140 milhões da Rússia, sem depender do auxílio dos 300 milhões de norte-americanos. No contexto de raciocínios como este, excludentes da China e sudeste asiático, do mundo muçulmano com suas divisões, da África e da América Latina, já podemos sentir que analisar a geopolítica em termos das velhas dualidades é algo do passado.


Agora democracias se unem com autocracias, cristãos com “infiéis”, comunistas com capitalistas e as alianças tendem a se fazer em termos de objetivos de muito curto prazo, especialmente quando elas influenciam resultados eleitorais nas democracias. Neste ponto, as autocracias podem levar vantagem ao pensar os respectivos interesses nacionais em conexão a objetivos de mais longo prazo. Este, a meu ver, é o grande desafio atual dos regimes democráticos: como pedir a eleitores sacrifícios a curto prazo em prol de benefícios a longo prazo, quando o sentimento geral dos habitantes do mundo parece ser “quero tudo aqui e agora”.


A importância dos fatores culturais na conscientização não só interna aos países, mas de toda Humanidade, tornou-se, portanto, a prioridade para o mundo.


 

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Foto: Critina Borges
Foto: Critina Borges

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