Continuação ou Criação?
Lucio Costa foi o maior individualista que conheci. Sempre que ouvia comparações genéticas entre pessoas da mesma família, ele cortava o papo na hora. Se alguém dissesse que “fulano” tinha o nariz do pai e os olhos da mãe, por exemplo, ele reclamava que o tal “fulano” era ele mesmo e não partes dos seus pais. Isso porque não tolerava relativizar as pessoas. Para ele, era como se o individuo não pudesse ter sido “causado” pelos pais ou pela genética. Para ele, cada pessoa era um fim em si mesma.
Na época, eu era garota e não entendia a reação de Lucio contra comparações entre pessoas, e não há nada mais comum do que identificar semelhanças entre uns e outros.
A dificuldade do individualismo tem a ver com a eternidade, o poder de cada um se autocriar ao invés de ‘resultar’ ou ser mera ‘continuação’ de seus antepassados e contexto social. “Ele é ele mesmo” significa “Ele é irredutível, ele é por si e em si mesmo”.
A exclusão da causalidade no que concerne o ser humano é a afirmação da sua liberdade. No livre arbítrio, se funda a dimensão ética, o fato de podermos ser responsáveis por nossas escolhas. A liberdade, estando além da lei temporal do determinismo causal, toca a eternidade. Por isso, acho que o foco do individualismo no “ser em si” e na sua liberdade se remete `a existência da alma.
Mas a liberdade que a física quântica descobriu no micromundo não torna absurda a consideração de que a natureza também pode tê-la sem a gente perceber. A não ser no dia que se segue a um ritual de ayahuasca, quando tudo aparece lindo e atemporal, eternamente nascendo das mãos de Deus. Mas fora disso, a arrogância de seres “conscientes” e “racionais” nos faz encarcerar o mundo natural na prisão do determinismo. Vemos animais agirem do jeito que agem por serem determinados por seus instintos -o que, aliás, na minha experiencia com eles não se confirma.
Só que, com sua inteligência “superior”, os homens não conseguem perceber que seu imediatismo, a despeito de sua racionalidade e reverenciado intelecto, é autodestrutivo em grande escala, ao passo que o dos animais é justo. Um é regido pela ganância, e o outro, pela sinceridade. O primeiro destrói o planeta, o segundo o equilibra. Diante de tal disparate, fica difícil dispensar a comparação bíblica entre o conhecimento e a queda do paraíso.
Lucio dizia que não acreditava em Deus, mas tinha o sentido do sagrado. Abençoado seja, pois a maioria das pessoas que acreditam está muito longe disso. Ele sabia respeitar e descobrir beleza nos objetos mais prosaicos. Uma vez, em sua casa, comentou como tinha ficado bonita a proximidade de um catálogo de telefone com uma fotografia de família, ali em cima de uma mesa. Parecia que assim como ele podia ver a alma no individuo, podia vê-la também em cada coisa.
O individualismo não deixa de ser panteísta, ou no mínimo animista, na sua tendencia à não generalização do mundo. Sem generalizar, estereotipar, ou abstrair, tudo ganha vida particular. Jung, que também era individualista, chegou a dar nome próprio em cada uma de suas panelas.
A proposito de Jesus, que Oscar Wilde considerou o primeiro individualista, o poeta nos avisa que para ele a vida não podia ser sacrificada por nenhum sistema de pensamento ou de moral, quer dizer, por nenhuma generalização. E daí, Wilde conclui com o pensamento mais lindo que conheço sobre Jesus: “Para ele, não havia leis, somente exceções.”
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