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Foto do escritorSuzana Padua

Das emoções aos sentimentos: reflexões sobre como educar para o amor.




Segundo a National Geographic, existem 6 emoções básicas, não só sentidas pelos seres humanos, mas facilmente percebidas também em outras espécies animais. São elas: alegria, tristeza, raiva, medo, nojo e surpresa. Conhecidas como emoções primárias, ocorrem como reações a algo externo e não exigem elaboração. Provocam uma série de alterações neuroquímicas que atingem órgãos diferentes do corpo, que se comunicam para melhor responder às demandas específicas. Essas emoções são visíveis e de fácil identificação, e em geral, duram pouco (https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2024/06/quais-sao-as-principais-emocoes-humanas#:~:text=Segundo%20a%20especialista%2C%20independentemente%20da,algo%20bom%20e%20agradável%20acontece). 


Segundo a psicóloga citada nesse mesmo artigo, Natália Orti, há combinações entre essas emoções dependendo da situação, que levam a sentimentos como orgulho, vergonha, admiração e culpa. Principalmente as emoções primárias ajudam a espécie humana e as demais a se ajustarem a situações externas, inclusive reagindo em defesa própria ou do grupo ao qual pertencem.


Os sentimentos são elaborações e frutos de vivências e reflexões, e não apenas reações. Esses incluem grande variação como ciúme, inveja, desejo de vingança, mágoa, depressão, ou no campo positivo, os sentimentos incluem simpatia ou afinidade, empatia e compaixão. A diferença estre esses sentimentos é sutil, mas na prática são reais. Segundo palestra do médico, Dr. Marco Polo Freitas, a simpatia ou afinidade com uma questão equivale a “eu entendo”, e por isso tem a ver com o cognitivo. A empatia mexe com o lado afetivo por significar “eu sinto”. Já a compaixão é comportamental e leva à ação.


Nas nossas relações humanas, de gente para gente, ou das pessoas para com a natureza, o que se faz necessário agora é compaixão. Mesmo que tenhamos que passar pelos passos anteriores para chegarmos à ação, é dela que o planeta mais precisa nesse momento. Simpatia com uma causa é talvez o primeiro passo do “eu me importo” com algo. Já a empatia, tão valorizada na atualidade, tem o aspecto do perceber e se solidarizar com o que o outro está sentindo, o que pode ser bom porque leva o “eu me importo” a uma dimensão mais aprofundada, mas pode trazer dor e corre o risco de estancar quem a princípio sente vontade de agir. A dor, assim, muitas vezes se torna uma barreira ao envolvimento e não um incentivo à solução ou mitigação de algum problema ou questão. Mas, a compaixão é o sentimento mais elaborado desse envolvimento porque depende dos estágios anteriores de se importar a ponto de fazer algo de concreto em prol daquilo que incomoda, que dói, que demanda atenção.


Na escala de sentimentos que precisam ser cultivados e incentivados está o amor. Amor de verdade e não uma imagem romântica e idealizada. Amor é cuidar, se envolver, celebrar conquistas, ser solidário quando necessário. É não abafar o outro e sim incentivar seu crescimento. É respeitar a vida em todas as suas formas de ser. É se maravilhar com a natureza da qual fazemos parte e agir por sua proteção. Amor é ação, e não qualquer ação, mas ação responsável. Ou seja, amor dá trabalho, empenho e compromisso, mas traz imenso senso de realização e propósito.


No campo da educação, amor deveria ser tema prioritário. Ao invés de criados para competirmos uns com os outros, nossa atitude precisa ser de cooperação, passando pela simpatia, pela empatia e pela compaixão. Uns se importando com todos na inteireza do que significa SER. No livro Eu Tu, Martin Buber descreve o desenvolvimento que ocorre quando se tem a real valorização do outro e da vida (que significa todos os seres que compõem o cosmo).

É celebrar a diversidade, ou seja, toda a riqueza que temos o privilégio de com ela coexistir.

Essa percepção traz o senso de cuidado tão bem descrito por Leonardo Boff. Cuidar precisa ser aprendido e praticado. Precisamos aprender a valorizar o cuidar e a prática traz o desenvolvimento de capacidades individuais e o despertar da criatividade.


Aprender é um processo dinâmico e contínuo, princípio sempre defendido por Paulo Freire. O professor é aluno ao mesmo tempo, e o inverso é também verdadeiro, pois o aprendiz traz uma bagagem única e individual que influencia o mestre e os demais aprendizes. Freire também reconhece a força do amor no processo educativo, que considera ser o cerne da educação. Ao defender uma educação libertária baseada no diálogo e no respeito mútuo, valoriza as potencialidades individuais dos aprendizes, de modo a promover autonomia e estímulo para que se tornem protagonistas do seu próprio aprendizado, mas com base no desenvolvimento de um pensamento crítico que leve a tomadas de decisões informadas.


Outra importante referência nesse pensamento de uma educação emancipatória é Antônio Carlos Gomes da Costa, ao descrever a ética biofílica. Trata-se da reciprocidade entre os seres vivos, e a educação precisa estar centrada no amplo e profundo valor que representa a vida. Intitula essa abordagem de educação interdimensional, que compreende um esforço teórico-prático de coordenar e integrar as quatro dimensões do humano: Logos (racionalidade), Pathos (afetividade/sensibilidade), Eros (corporeidade) e Mytho (espiritualidade). Sua inspiração advém da Paideia grega (gestar um ser humano que se realiza em todas as suas potencialidades, corporais, intelectuais, artísticas e espirituais), o que propõe que seja levado aos currículos das comunidades de aprendizagem, ou seja, que esses princípios sejam inseridos nas oportunidades oferecidas aos educandos.


Nessa cosmovisão, considera a vida como o mais amplo, profundo e universal dos valores a serem cultivados e praticados por meio de uma Ética Biofílica que se materializa no autocuidado, no altercuidado, no ecocuidado e no transcuidado. Um caminho capaz de conduzir-nos a uma Educação para a Sustentabilidade que se faz urgente, para que sejamos capazes de reverter a atual situação devastadora e, assim, evitarmos nossa própria extinção e a de tantos seres vivos ainda existentes em nosso planeta (REVISTA SEMINÁRIO EDUCAÇÃO INTERDIMENSIONAL - RSEI, 2022, p.71).


Por que esses pensamentos precisam ser revisitados?

O momento atual é desalentador com o Brasil e outras partes do planeta ardendo em chamas, matando tudo o que ali existia. Situações como essas e outras que tendem a piorar com as mudanças climáticas provocam raiva, tristeza e desânimo. Como reverter essas emoções e sensações em incentivos à compaixão (ação)? Para quem trabalha em causas ligadas à defesa socioambiental, o momento demanda uma reversão de sentimentos negativos em posturas com base, por exemplo, no esperançar proposto por Freire.


Pessoalmente, devo confessar que terei que trabalhar muito para reduzir a raiva que tenho sentido quando vejo arderem florestas lotadas de animais e plantas cada vez mais raras sendo perdidas por ganância irresponsável e avidez desmedida. As mesmas emoções são sentidas quando sei que ¼ da população de nosso país, 8ª economia do mundo, vive às margens da pobreza ou até da miséria.


Está certo que essa raiva tem origem no amor pela vida que aprendi a sentir com base na compaixão que me levou à ação. Mas, me deparo agora com um lado involuído que coexiste no meu ser quando sinto raiva, tristeza e desânimo. A sensação é que estamos apenas enxugando gelo. Estamos falhando como humanidade, como educadores, como educandos, como seres humanos que deveriam se preocupar com a vida em sua magnitude plena. Preciso reascender a esperança e a força interna para continuar a fazer a minha parte e tentar influenciar quem estiver com abertura para contribuir com o que pode ser melhor para todos.


Obs. Alguns trechos reescritos aqui foram inspirados no trabalho de uma aluna, Ilana Daniella Araujo Lewinsohn, cuja dissertação de mestrado pode ser lida no seguinte link:

 


 

O desenvolvimento sustentável, aliado à economia criativa, tem se mostrado uma das mais promissoras estratégias para impulsionar um crescimento inclusivo e equilibrado no mundo. Esse modelo integra os princípios da sustentabilidade ambiental, da inclusão social e da diversidade cultural, buscando criar economias resilientes que valorizem o potencial humano em todos os seus aspectos. Na prática, isso se reflete em políticas públicas, investimentos em inovação e, sobretudo, no fortalecimento de setores que envolvem criatividade, cultura e tecnologia.



Sustentabilidade e Economia Criativa: Um Casamento Necessário

O conceito de sustentabilidade vai além da preservação ambiental: ele inclui o uso eficiente de recursos e a criação de soluções econômicas que atendam às necessidades da população sem comprometer gerações futuras. A economia criativa é essencial nesse processo, pois aproveita o capital humano, a diversidade cultural e o conhecimento para gerar produtos e serviços de valor agregado, que estimulam o desenvolvimento local e global. Segundo a UNESCO, a economia criativa já responde por 3% do PIB global e emprega 30 milhões de pessoas em todo o mundo.


Por meio de atividades que incluem música, artes visuais, design, moda, literatura e audiovisual, a economia criativa promove a diversidade cultural e a inclusão social, ao mesmo tempo em que gera renda e oportunidades para pessoas de diferentes origens e realidades. Essas atividades podem ser digitalmente distribuídas, garantindo maior alcance e democratização do acesso à cultura, além de gerarem impactos positivos no desenvolvimento humano e urbano, especialmente em regiões desfavorecidas.


Cedro Rosa Digital e CERTIFICA SOM: Promovendo Diversidade e Equidade

Dentro desse contexto, a Cedro Rosa Digital destaca-se como uma plataforma que conecta artistas e criadores de cinco continentes. Fundada por Antonio Galante, a empresa inova ao certificar e distribuir músicas, obras e gravações, garantindo a autores independentes os royalties e direitos autorais de forma justa e eficiente. Um dos pilares desse trabalho é o projeto CERTIFICA SOM, que tem como objetivo oferecer dados precisos sobre músicas, compositores, intérpretes e fichas técnicas, assegurando que todos os envolvidos sejam devidamente creditados e recebam seus direitos autorais internacionalmente.


O CERTIFICA SOM é uma ferramenta inovadora que utiliza tecnologia blockchain e inteligência artificial para a certificação de obras musicais. A ideia é não apenas assegurar a originalidade e os créditos devidos, mas também criar um sistema mais transparente e inclusivo, onde artistas de diferentes partes do mundo, inclusive de países em desenvolvimento, possam ter sua música distribuída e reconhecida globalmente.


Além do CERTIFICA SOM, a Cedro Rosa Digital investe em produções audiovisuais, como filmes e séries que celebram a diversidade musical e cultural do Brasil. Um exemplo é o filme '+40 Anos do Clube do Samba', uma coprodução com a TV Cultura de São Paulo, que gera empregos e renda para diversos profissionais do setor audiovisual, além de promover a rica história do samba.

O Portal CRIATIVOS!: Reflexão e Inovação Cultural


Outro destaque das atividades da Cedro Rosa é o portal CRIATIVOS!, que, por quatro anos consecutivos, reúne artistas, intelectuais, jornalistas e a comunidade da cultura, ciência e economia criativa para debater ideias e compartilhar inovações. O portal é uma verdadeira plataforma de ideias, onde se discutem temas que vão desde a sustentabilidade na arte até o impacto das novas tecnologias na produção cultural. Entre os intelectuais que colaboram com o CRIATIVOS!, estão nomes como Antônio Cícero, filósofo e poeta, e Carlos Nobre, renomado ecologista.


Parcerias Institucionais: Apoio e Expansão Global

Para realizar essas atividades e promover a economia criativa de forma sustentável, a Cedro Rosa Digital conta com o apoio de diversas instituições. Entre os parceiros estão a UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), que colabora no desenvolvimento da plataforma CERTIFICA SOM com o uso de inteligência artificial; a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), que oferece apoio tecnológico; e o SEBRAE, que auxilia em estratégias de gestão e empreendedorismo.

Além disso, a Cedro Rosa participa de feiras internacionais e simpósios, com apoio da APEX-Brasil, promovendo a exportação de cultura e criando pontes com mercados como China, Dubai , Cuba e Lisboa.

Essas parcerias fortalecem a atuação da empresa e garantem que os criadores brasileiros tenham oportunidades globais, promovendo, assim, a inclusão e a diversidade de pensamento.


A economia criativa, aliada ao desenvolvimento sustentável, é um dos caminhos mais promissores para um crescimento inclusivo e equilibrado. A atuação da Cedro Rosa Digital, por meio do CERTIFICA SOM e do portal CRIATIVOS!, reflete o compromisso com a diversidade, a equidade e a valorização do talento humano. Com o apoio de instituições públicas e privadas, a Cedro Rosa está contribuindo para um ecossistema mais justo e inclusivo, onde a cultura e a criatividade têm papel central no desenvolvimento socioeconômico.


Para saber mais sobre os projetos e explorar o vasto repertório da Cedro Rosa, visite Cedro Rosa Música Online e confira o portal CRIATIVOS!.

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