Deus gosta dos empreendedores?
Em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo o grande sociólogo, talvez o maior deles, Max Weber, alemão , explora a possível relação entre os dois conceitos. Recentemente porem Gustavo Franco, com o seu habitual brilhantismo, levantou, numa palestra, a ideia que talvez a maior contribuição da igreja reformada, tenha sido a alfabetização da população para ler a Bíblia até então apenas disponível em latim. A alfabetização e o domínio da linguagem são poderosos estímulos para o desenvolvimento da educação e para o domínio de raciocínios lógicos. O progresso da Alemanha assim guarda uma certa dívida a Lutero que traduziu a Bíblia do latim para o alemão e criou as escolas dominicais para alfabetizar a todos. Dívida, nem tanto pela contribuição religiosa , mas pelo domínio da ferramenta cultural.
A religião tem o seu papel também na questão política, como aponta um livro recente do sociólogo Juliano Spyer, brasileiro, O Povo de Deus , que está despertando grande atenção. O livro trata de vários aspectos da expansão das igrejas evangélicas pentecostais e neopentencostais no Brasil. É uma expansão que se deu de forma acelerada nos últimos 50 anos e hoje desperta uma grande preocupação nos meios políticos de esquerda, pois o incentivo ao progresso pessoal, ao empreendedorismo, à contribuição de dízimos significativos é um aspecto relevante. E isso o PT não gosta ...
Qual sua fé? Escute a playlist sobre temas afrobrasileiros aqui na Spotify.
Hubert Alquéres , Educador, Editor, Professor e Homem de cultura de São Paulo recentemente escreveu um brilhante artigo sobre o tema , que postou no seu Facebook, analisando o livro como fenômeno político. O que faço aqui é um breve registro do quanto indesejável pode ser a aproximação entre religião e política, tema que abordam os mencionados autores. Essa aproximação não tem nada de novo na História. Poder temporal e poder espiritual sempre andaram, ora mais perto ora mais distante um do outro, desde as mais antigas civilizações. O que ocorre é que o advento dos regimes democráticos, com a sua liberdade de credo e agora da globalização do mundo, com as migrações e convivência de pessoas das mais variadas etnias e culturas, apontam que as sociedades devem favorecer a pluralidade, e manter estes dois poderes bem independentes entre si.
Grandes cantoras, nesta playlist no Youtube.
O Estado deve ser orgulhosamente laico e especialmente trabalhar a tolerância e a aceitação da diversidade como uma grande conquista no plano dos direitos humanos. Tudo, aliás, que não se vem fazendo neste nosso país. O risco para democracia. como aponto no meu livro 3.000 Anos de Politica, Edições de Janeiro é que a religião é o território das certezas reveladas aos seus crentes, enquanto a política, em contraposição, é o território das incertezas, dos relativismos , da composição de interesses efêmeros. Num mundo onde ser empreendedor cada vez mais será a tônica este fato incomodar alguns segmentos da esquerda é um problema. Como já é a aproximação de bancadas evangélicas ao jogo político clientelista do Centrão, tão forte em nosso Congresso. Com a cenoura de atrair eleitores evangélicos, através da disponibilização das benesses de emendas a seus representantes parlamentares , estaremos caminhando em direção a ser um país de aiatolás, o que não interessa aos verdadeiros líderes espirituais dos evangélicos ou de qualquer outra religião.
A expressão eleitoral evangélica, baseada na sua bancada turbinada pelos fundos partidários, certamente nos fará ver, neste ano eleitoral, uma abundante safra de leis e exacerbada defesa de uma pauta de costumes discriminatórios de minorias. Os exemplos apontados mostram que ao misturar religião com política pode-se estar levando o país a uma mentalidade retrógrada e intolerante por um lado, convivendo com uma abertura para a modernidade econômica por outro. Não é um jogo onde uma coisa compensa a outra.
O nosso dever democrático é favorecer o que determina a Constituição - uma sociedade laica e contemporânea, onde as pessoas possam exercer a sua criatividade e liberdade, como aliás Deus, desde sempre, conferiu tais direitos a Adão e seus descendentes.
Ouça!
Café musical, a playlist da Spotify.
Mário Lago por Luis Melodia, by Cedro Rosa. Nas plataformas de streamng.
Samba!
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