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Dos Anjos



Quem a olhasse não via celular, bolsa à tiracolo, joias, relógio ou bolsinha de mão – esses apetrechos que quase toda mulher usa. Não era uma mulher comum. 


Com vestes mínimas, shortinho, miniblusa e sandálias de salto discreto, ela passeava sua beleza morena, perfeitamente cabível nos 1,67 metros e 62 quilos bem distribuídos num corpo ágil, pelo Centro e Zona Sul do Rio de segunda a sábado. 


Nos shoppings, nas esquinas, dava o ar de sua graça, meio invisível, até que um olhar masculino, ou não, buscasse os seus olhos caramelo ou reparasse nas pernas bem torneadas em anos de academia.


Maria Clara dos Anjos era prostituta. E, por óbvio, não utilizava esse nome.


Angel – dizia a um potencial cliente, forçando o sotaque que havia adquirido num curto tempo que passara em Miami. 


E abria um sorriso tão perfeito que alguns homens se apressavam em pagar a conta, dirigir seus carros pelas ruas e avenidas vazias ou pegar o metrô para cair nos braços de esposas que não os ameaçassem com tanta beleza.


Mas alguns ficavam. Ouviam as suas história construídas. Achavam que estavam no comando e ela os engolia.


Literalmente.  Abocanhava os seus pênis. Lambia os seus ânus. Sorvia as suas salivas. Salvava os seus números e as suas senhas de cartões de crédito. Surrupiava suas almas através da saciedade de seus corpos.  


Um lhe disse: você é um demônio em forma e nome de anjo.  Respondeu: querido, no inferno de Dante tem espaço para todos nós, eu, você e todos os nossos parceiros e parceiras. 


A puta era culta.


Depois do expediente, sempre à tarde, às vezes se achava a própria La Belle de Jour. Voltava para Queimados, na Baixada Fluminense, periferia do Rio.


Dava um beijo no filho de nove anos. Um boa noite para a mãe.  Foi tudo bem?  Foi na escola? Jantou? 


Um banho necessário. Um pedacinho de novela. Não gostava de telejornais.  Amargo já bastava a vida que a gente leva e o café, único vício, fora o cigarro, sem açúcar, por conta da diabete.

 

Jorge Cardozo 

22.05.2024


 

Cedro Rosa Digital e CRIATIVOS! abrem espacos para Cultura e Economia Criativa

Vejam alguns destaques da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.

A Baixada Fluminense, situada na região metropolitana do Rio de Janeiro, é um local de grande relevância não apenas em termos econômicos, mas também culturais. Dentre os talentosos artistas que emergiram dessa região, destacam-se nomes como Jorge Cardozo, Marlos Degani, Lais Amaral Jr e Leo Viana, (literatura), Raimundo Rodriguez (artes plásticas), Nelson Freitas, Roberto Lara, Tuninho Galante e Marceu Vieira (música), entre outros.


Esses artistas têm contribuído significativamente para a cena cultural local e além.


Raimundo Rodriguez, Renata Gesomino e Gustavo Martins - Arte e Cultura - Criativos!


Na literatura, a Baixada Fluminense também tem produzido escritores notáveis, cujas obras merecem reconhecimento. Além dos mencionados, outros autores podem ser explorados para enriquecer o panorama literário da região. A diversidade de vozes e estilos literários contribui para a riqueza cultural e a identidade única da Baixada.


Fernanda Morais canta Marceu Vieira e Tuninho Galante


Na música, a Baixada Fluminense é um celeiro de talentos. Além dos artistas já citados, há uma cena musical vibrante e diversificada. A plataforma CRIATIVOS! (www.criativos.blog.br), a única publicaçao diaria voltada para a economia criativa no Brasil tem sido fundamental para a divulgação desses criadores, oferecendo um espaço para compartilhar suas criações e alcançar um público mais amplo.


Nelson Freitas e seu lindo trabalho na Cedro Rosa.




Outra plataforma relevante é a Cedro Rosa Digital, que se dedica à distribuição de música independente de alta qualidade em escala global. Essa iniciativa não apenas impulsiona a carreira dos artistas da Baixada Fluminense, mas também contribui para a economia criativa da região. Ao promover a música local, essas plataformas geram empregos, fomentam a cultura e fortalecem a identidade da Baixada.




Em resumo, a Baixada Fluminense é um caldeirão cultural onde a literatura, a música e as artes plásticas se entrelaçam.


  • Radio Cedro Rosa / Spotify / Youtube


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