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Foto do escritorLeo Viana

EM EXTINÇÃO...



Coitado do Ildefonso. Talvez devesse a postura e o comportamento formais, tendendo pro antigo, ao nome que carregava na certidão. Resignara-se com o nome de batismo que tinha recebido de herança do bisavô, nunca trocaria mas, aos vinte anos, pulsando com a geração “Z”, chamar-se Ildefonso é pesado. 


Não bastassem os incômodos comuns que afligem a todos que atravessaram as primeiras décadas do século XXI, como os algoritmos, Trump, Bolsonaro, Musk, pandemia, judeu nazista, pobre de direita, fascista latino, gay reacionário, traficante evangélico e outras barbaridades impensáveis, ele carregava, em si, essa sensação de ser talvez o último Ildefonso do mundo, algo como ser o último rinoceronte branco ou um dinossauro que teria sobrevivido ao meteoro.  Era uma existencia desconfortável e solitária, a do Ildefonso.


As tias – só tinha tias – o chamavam de Ildinho, o que não contribuía para a elevação da autoestima. Buscava sempre, o tempo todo mesmo, um jeito de se esconder do nome que recebera. Por volta dos 15 anos, teve um insight e resolveu que mudaria o seu nome assim que alcançasse a maioridade, mas foi demovido da ideia pela necessidade de ser original que todo adolescente tem. 


Por alguns meses, ser o Ildefonso pareceu algo mágico. Tinha um nome só possível nos livros de história e em raras placas de rua. Ainda assim ganhava fácil de Kauãs e Enzos, majoritários, mas que não tinham um antecedente, ao menos no nome, famoso.  Aos poucos, no entanto, voltou à normalidade e mesmo sem vontade de mudar, seguia lamentando o registro.


Era triste e cabisbaixo como parece ser todo ildefonso, ainda que não se tenha um universo significativo de comparação. Bom aluno, tinha poucos amigos e, ao contrário da maioria, não era muito sociável. A escola era inclusiva e o salvou do bullying.


Apesar da agressividade normal de crianças e adolescentes, conseguiu passar ileso pelas previsíveis brincadeiras de mau gosto que seriam dirigidas a ele. Elas simplesmente não ocorreram. Mas quando não estava presente, era tratado como um personagem de época pelos colegas. Parecia saído de um romance do século XIX. A maior parte da escola o imaginava nas páginas de um Machado de Assis dos que eram recomendados pelos professores de literatura. No máximo, ainda pensando numa linha do tempo, talvez fosse ele um dos retratados nas marchinhas de carnaval da primeira metade do século XIX ou nos sambas-crônica de costumes de Noel Rosa, Wilson Batista ou Geraldo Pereira.


Estremecia de alto a baixo quando uma professora lia a lista de chamada. Quando chegava a sua vez, Ildefonso procurava responder antes que ela completasse o primeiro nome. Verdade que todos já se haviam familiarizado tanto com o nome quanto com o cuidado dele em impedir que ouvissem o chamado dos professores. Mas insistia na prática e foi assim até o fim do ensino secundário. Ingressou no curso de ciências contábeis por considerar que seria o mais adequado para uma pessoa com o seu nome. Seus projetos de futuro pareciam de passado. Imaginava que ser um guarda livros seria algo condizente. Ainda pensou em cursar farmácia.


Seria um boticário orgulhoso. Ao menos isso. 


A história parece ter mudado recentemente. Não há evidências de que o Ildefonso tenha tomado decisões muito radicais sobre seu comportamento, segue estudando contábeis com o afinco que lhe é próprio e mantém a discrição, mas há relatos de que anda mais feliz e até foi visto no samba dia desses. E em companhia de uma menina que parece saída de um folhetim de época, dos que são exibidos na tv as seis da tarde. Não se sabe nada sobre ela, mas alguém disse que todos os traumas do Ildinho aparentam ter sido aliviados quando ele conheceu a Prisciliana Edith.

E um consola o outro. 


Ao menos juraram não fundir os nomes pra batizar os filhos que eventualmente venham a ter.

Tudo tem jeito...

 

Rio de Janeiro, janeiro de 2025.


 

Cultura e Economia Criativa:

Um Pilar para o Desenvolvimento Econômico e Social


A cultura e a economia criativa são fundamentais para o desenvolvimento de países ao redor do mundo. No Brasil, esse setor movimenta bilhões de reais em renda, gera milhões de empregos e projeta a diversidade cultural brasileira no cenário global. Além de impulsionar a economia, a cultura tem um papel central na inclusão social e no fortalecimento da identidade nacional, consolidando o Brasil como uma potência de soft power.


Mostra de Cinema O SAMBA ESTÁ AQUI

Um exemplo do impacto cultural da economia criativa é a mostra de filmes O SAMBA ESTÁ AQUI, realizada pela Cedro Rosa Digital em parceria com a Artifício Cinematográfica, fundada por Luiz Guimarães Castro. A Artifício tem uma trajetória consolidada na produção de filmes musicais e desempenha um papel fundamental na expansão de projetos que valorizam a cultura brasileira.


A mostra já conta com exibidores em estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e São Paulo, e a lista de adesões continua crescendo. Com exibições em cinemas, cineclubes e centros culturais, a iniciativa celebra o samba como patrimônio cultural e promove a criação de uma rede alternativa para a exibição de filmes independentes de qualidade.


CERTIFICA SOM: Uma Iniciativa de Impacto Mundial

Entre as iniciativas que promovem a economia criativa, destaca-se o sistema CERTIFICA SOM, desenvolvido pela Cedro Rosa Digital. Esse sistema inovador certifica músicas, compositores, intérpretes e toda a ficha técnica das obras, garantindo que os envolvidos sejam creditados e recebam os devidos direitos autorais em âmbito internacional.


O CERTIFICA SOM conta com a parceria de instituições de renome, como a UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), EMBRAPII, SEBRAE, Ministério da Ciência e Tecnologia, além de associações internacionais como ASCAP, SACEM e ECAD. Essa rede de cooperação fortalece o alcance global do projeto e consolida sua relevância como uma solução de referência para o mercado musical.


Por meio do CERTIFICA SOM e da plataforma digital da Cedro Rosa, milhares de músicas independentes são licenciadas, baixadas e distribuídas, gerando receita imediata para criadores em todo o mundo. Esse modelo não apenas democratiza o acesso ao mercado musical, mas também contribui para a sustentabilidade da cadeia de valor da música independente.


Reconhecimento e Projeção Internacional

O fundador da Cedro Rosa, Antonio Galante, foi reconhecido por Will Page, ex-CEO do Spotify, como um dos produtores e executivos mais inspiradores do Brasil. Esse reconhecimento destaca a contribuição da Cedro Rosa para a inovação no mercado musical e cultural, especialmente por meio de projetos que combinam tecnologia, arte e inclusão.


Cultura e Economia Criativa: Impacto Global

A economia criativa não é apenas um segmento cultural, mas também um dos principais motores de desenvolvimento econômico sustentável. Além de gerar empregos e renda, ela exporta valores culturais e impulsiona outros setores, como turismo e tecnologia. Projetos como o CERTIFICA SOM e a mostra O SAMBA ESTÁ AQUI demonstram como a integração entre cultura, inovação e parcerias estratégicas pode transformar realidades e posicionar o Brasil como um líder global no setor.


Investir em cultura e economia criativa é investir em um futuro mais inclusivo, sustentável e conectado, em que a arte e a tecnologia caminham lado a lado para gerar impacto social e econômico.


Centros Multiculturais de Fomento e Produção

A Cedro Rosa está desenvolvendo parcerias com centros multiculturais que integram a produção, distribuição e circulação de produtos culturais e serviços da economia criativa. Esses espaços têm o objetivo de fomentar o empreendedorismo cultural, capacitar novos talentos e fortalecer a inclusão social por meio da arte.


Produção de Filmes e Séries sobre Música

Entre os projetos audiovisuais da Cedro Rosa estão:

  • +40 Anos do Clube do Samba (coprodução com a TV Cultura de São Paulo),

  • Partideiros 2,

  • A minissérie História da Música Brasileira na Era das Gravações.

Esses projetos não apenas geram empregos para centenas de profissionais, como também ajudam a preservar e divulgar a história musical brasileira para novas gerações.

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