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Foto do escritorMarlos Degani

ENCONTROS MÁGICOS




Muita gente boa por aí acha que nada nessa vida é por acaso, especialmente os espíritas que conheço: todos pensam assim. Tenho cá minhas controvérsias quanto a isso. Confesso que, às vezes, quer dizer, quase sempre, a vida apronta. Afinal, segundo o nosso mestre Guimarães Rosa, o que ela quer da gente é coragem, certo?


Se tudo é ou não por acaso, não sei dizer, de verdade. No dia da final da Libertadores de 2023, partida entre Fluminense e Boca Juniors, fui para a rodoviária de Nova Iguaçu, a fim embarcar no ônibus das 14h45, rumo à Teresópolis, para assistir ao jogo com meus compadres e afilhados. Já totalmente dominado pelas esquisitices da PVC (porra da velhice chegando), 50 minutos antes do horário, já estava por lá. Não sou o único esquisito do mundo, e mais um punhado deles também aguardavam o das 14h45, às 13h55. Todos os bancos estavam ocupados na plataforma. Me pus em pé por ali e já puxei assunto com três senhoras, duas também em pé, e uma sentada. Esta, tinha do seu lado uma menina, portadora de Síndrome de Down (a honrosa exceção dos esquisitos predominantes) que, depois, fui saber que era a sua neta, Natália, de 26 anos. A mãe se mandou para a França com o outro filho e marido, e a deixou com a avó. Simples assim.


Durante os assuntos sobre a situação particular da serra (que estava na condição Siga e Pare, em virtude das fortes chuvas de dois dias antes, e que causaram alguns deslizamentos), fui observando que a Natália (ainda não sabia o seu nome e nem a idade), em nenhum momento abriu a boca para falar absolutamente nada. Essa situação aos poucos foi me incomodando e, de repente, fui direto, e estendi a mão direita para ela:


̶ Muito prazer, meu nome é Marlos, e o seu?


Ela respondeu quase sussurrando e olhando para a avó, não para mim. A avó, então, disse que eu estava falando com ela e que deveria responder à minha pergunta, olhando para mim. Durante todo esse processo, a minha mão continuou atada à dela, feito se eu dissesse, sem palavras: ̶ Só largo se responder olhando para mim...


Ela olhou e disse o seu nome. E continuei, me ajoelhando na frente dela, tentando estabelecer uma comunicação mais direta. Na mesma hora percebi que ela não tinha o hábito de interagir, pois a avó, até mesmo inconscientemente, não a incluía nas conversas, como não havia feito, pouco antes. Depois que a minha ficha caiu, ignorei os esquisitos, e passei a conversar com a única pessoa que sabia ouvir sem me interromper, que eu sabia ouvi-la sem que eu a interrompesse, onde trocamos informações tão simples, mas ao mesmo tempo tão significativas. Da minha parte, jamais esquecerei a Natália e, mais importante, ficou no ar a informação para a avó de que ela gosta de conversar e de que precisa interagir mais, e socialmente, a partir de então.


Tive poucos encontros assim na vida. Chamo de encontros mágicos. Aquelas pessoas que você até então não conhecia, e conversa por algum tempo, geralmente em locais públicos, com uma estranha sensação de saber, por alguma razão que desconheço, que nunca mais as verá novamente.


Com Natália foi assim... Um encontro mágico em plena rodoviária de Nova Iguaçu. Inesquecível. Um beijo, Nataliazinha linda! Você é uma luz nesse mundo. Obrigado por me deixar conhecer você. Que Oxalá a proteja infinitamente.


Nada é por acaso...


 

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