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Foto do escritorMarcio Ferreira

Entre o Labirinto e a Encruzilhada: Reflexões para 2025"



Entramos em 2025.....

E… Estamos todos cansados.


Quem diz que não está, na verdade, está mentindo.

Não à toa, a palavra do ano eleita pelo Dicionário Oxford foi brain rot — traduzida como "podridão cerebral".

Brain rot é o grito de alerta de uma sociedade sobrecarregada.


Muito disso é reflexo do consumo exagerado de conteúdo digital e superficial que nos afeta, individual e coletivamente.

Como afirmou recentemente o psicólogo, escritor e palestrante Alexandre Coimbra Amaral:

"Nunca na história da humanidade o ser humano foi tão pressionado a performar o tempo todo."

E, o tempo inteiro, sentimos que o tempo escorre pelos nossos dedos.


Perdemos a noção de espontaneidade porque precisamos entregar resultados, produção, ideias, conteúdos, o corpo perfeito na academia...

Não temos mais o tempo que gostaríamos para fazer todos os papéis acontecerem.

Não podemos mais cantar "temos nosso próprio tempo", porque não temos!

Isso, naturalmente, gera ansiedade.


Um estudo publicado em outubro no Journal of Adolescent Health, conduzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, apontou que cerca de um em cada sete adolescentes sofre de alguma doença mental, principalmente ansiedade e depressão.


Além disso, muitos apresentam estresse psicossocial que não chega a ser diagnosticado.

Neste mundo de incertezas, as catástrofes — reais ou iminentes — e a sensação apocalíptica que permeia os discursos indicam que o "fim da História" pode estar se transformando numa "história do fim".


Vive-se, assim, num frenético culto ao novo que, no fundo, não traz nada de novo.

"Realidades e identidades se atualizam como softwares."

Vivemos em desajustes temporais.


O presente sem sonhos não produz nada novo, afirma o filósofo Byung-Chul Han.

E é nessa época do ano que fazemos um balanço do passado e projetamos um olhar para o futuro.


No meio de tantas turbulências, será que é possível cultivar algum tipo de esperança com o que está por vir?

Eu, por exemplo, não consegui entrar na trend “como ser triste em 2024”.


Essa disputa narrativa, alimentada por doses de dopamina, narcisismos e pela negação de que, sim, fomos tristes em algum momento de 2024, não me convenceu.

Mas e para você? O que esse momento de virada de ano representa?

Esperança? Sonhos? Promessas? Quais são os afetos que te atravessam?

Imperativo da felicidade...


Coerção por uma alegria compulsória...


E eu sei que é Ano Novo, mas como estamos trabalhando para que esse novo realmente se apresente?


O que estamos fazendo para não entrar em ciclos e repetições?

Como estamos criticando nossos hábitos e nossa autonomia?

O que estamos fazendo para evitar que cortinas de fumaça cubram nossos afetos?

Não quero cair no lugar-comum de propor um guia de coisas a fazer no Ano Novo.

Não que não devamos sonhar, mas o que é realmente viável?


A contínua euforia é um estado maníaco.

Migramos do direito à alegria para a obrigação de ser feliz.

E, novamente, encontramos o cansaço, porque é desgastante quando o divertimento se torna um esforço monumental.

Há uma deturpação da natureza dos rituais.


Perdemos as práticas comunitárias em favor de um desempenho de diversão.

Acho que a pergunta que quero fazer mesmo é: o que posso fazer para chegar até o dia 19 de janeiro querendo cumprir o que coloquei na minha lista hoje?

Para quem não sabe, 19 de janeiro é conhecido como Quitters Day (Dia dos Desistentes), quando a maioria das pessoas abandona suas resoluções de Ano Novo.

Adam Philips escreveu um livro chamado Sobre desistir.


Como as perdas são inevitáveis, aprender a desistir é também um jeito de escolher o que perder de nós.

E tudo bem ter autonomia na arte de perder.

Talvez precisemos desistir de algumas coisas para permitir que outras entrem em nossas vidas.

Sair da hipervigilância, parar de saltar de crise em crise.


Como disse Renato Russo:

"O futuro não é mais como era antigamente."


A solidez do futuro parece ter se desmanchado no ar.

Esse culto ao "corre", esse aceleracionismo, só nos esmaga e nos cansa, cada dia mais.

Se você fizesse uma retrospectiva dos seus estados emocionais de 2024, o que mudou internamente?


Qual seria o seu emocionário particular, como propõe Renato Nogueira?

Quais emoções mais prevaleceram em 2024?

Se usarmos a metáfora do labirinto, onde é preciso avançar e voltar atrás quando a passagem está bloqueada, talvez seja hora de rever decisões.

Onde você está hoje dentro do labirinto?

Lembre-se: o labirinto só tem uma saída.


Já cheguei à conclusão de que, entre o labirinto e a encruzilhada, prefiro a encruzilhada.

Se o labirinto tem apenas uma saída, a encruzilhada oferece múltiplas escolhas, caminhos e possibilidades.


Pretendo fazer de 2025 um ano com mais serotonina que dopamina, mais frio na barriga, mais calor no corpo e lágrimas nos olhos.

Deixar as coisas irem, como estou deixando 2024 ir.


Em um mundo que exige pressa e nos empurra para o movimento constante, encontrar a calma tornou-se um ato de resistência.

Aceitar o que não pode ser mudado, acolher o silêncio, respirar fundo e buscar refúgio na simplicidade são caminhos para aquietar a mente e reencontrar o equilíbrio.


Afinal, a calma não está fora, mas dentro de nós. Basta parar, ouvir e perceber.

É fazer da encruzilhada nosso roteiro para 2025 ou, como diz Nego Bispo, ter “começo, meio e... começo”.


"Nós somos o começo, o meio e o começo. Existiremos sempre, sorrindo nas tristezas para festejar a vinda das alegrias. Nossas trajetórias nos movem, nossa ancestralidade nos guia."


 

As perspectivas para a economia criativa, música e tecnologia em 2025 apontam para uma integração cada vez maior entre inovação tecnológica, diversidade cultural e a valorização de artistas independentes. Com o avanço de ferramentas como inteligência artificial, blockchain e plataformas digitais, há uma oportunidade única de expandir mercados, democratizar o acesso à cultura e garantir a monetização justa para criadores.

Projetos da Cedro Rosa Digital para 2025.


A Cedro Rosa Digital está planejando diversas iniciativas estratégicas que unem tecnologia e cultura para impulsionar o mercado criativo. Entre os destaques:


  1. Lançamento do sistema CERTIFICA SOM

    Uma plataforma inovadora que utiliza blockchain e IA para certificar músicas, garantindo que compositores, intérpretes e técnicos sejam devidamente creditados e recebam direitos autorais internacionais de forma mais ágil e justa.

  2. Expansão de projetos audiovisuais

    Séries e filmes musicais, como +40 Anos do Clube do Samba e a minissérie História da Música Brasileira na Era das Gravações, continuam em desenvolvimento, promovendo a música brasileira no Brasil e no exterior.


  3. Mostra "O Samba Ainda Está Aqui"

    Um circuito de exibição em uma rede de cinemas e centros culturais alternativos no Brasil, com foco em promover o samba como patrimônio cultural. A mostra incluirá filmes e documentários que celebram a história, os artistas e a relevância do gênero na música brasileira.


  4. Mini complexo cultural móvel (2025/2026)

    Um projeto piloto para criar um espaço de cinema e teatro móvel, com capacidade para 300 pessoas, que será levado para periferias de grandes cidades. O objetivo é democratizar o acesso à cultura e oferecer uma experiência de qualidade em regiões menos atendidas.


  5. Participação em feiras internacionais

    Em 2025, a Cedro Rosa estará presente em eventos como feiras de tecnologia e economia em parceria com a APEX, como nos ultimos 2 anos.


  6. Novas playlists e curadorias musicais

    A Cedro Rosa continuará a inovar diariamente seu repertório, criando playlists temáticas e explorando a diversidade de estilos de artistas representados em cinco continentes.


Como o público pode participar?

  • Explorando o catálogo: Qualquer pessoa pode acessar a plataforma da Cedro Rosa Digital para ouvir músicas gratuitamente, descobrir novos artistas e explorar playlists.

  • Licenciamento de músicas: Empresas, produtores audiovisuais e criadores de conteúdo podem licenciar músicas para seus projetos de maneira prática e segura.

  • Participando da mostra "O Samba Ainda Está Aqui": O público poderá conferir a programação em cinemas e centros culturais de sua cidade, além de debates e encontros com artistas do samba.

  • Eventos e exibições: Acompanhe os lançamentos de filmes e séries, além de participar de eventos culturais promovidos pela Cedro Rosa.

  • Sugestões e engajamento: O público pode sugerir ideias, colaborar com projetos e ajudar a fortalecer a economia criativa participando de campanhas e iniciativas comunitárias.

A combinação de criatividade, tecnologia e inclusão promete um ano de grande impacto cultural e econômico, trazendo benefícios para artistas e público.

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