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Eu não nasci, mas sou de São Bernardo

Foto do escritor: Paulo Eduardo RibeiroPaulo Eduardo Ribeiro



Muita gente não sabe, mas eu não nasci em São Bernardo do Campo, meus pais se mudaram pra lá quando eu tinha 10 meses e por isso também me considero batateiro. Sim, é assim que é conhecido quem nasce em São Bernardo do Campo, BERNÔ para os mais íntimos, e eu claro me incluo nessa lista.


O penta campão Denílson é de São Bernardo, o ex-jogador de futebol Deco que defendeu a seleção de Portugal e brilhou no Barcelona também, além do atacante “Gabigol” que hoje defende o Flamengo, isso só para citar algumas pessoas famosas, batateiros ilustres que também nasceram lá.


Minha carreira foi construída em São Bernardo, polo industrial importante do Grande ABC paulista que conta com outras cidades igualmente importantes como Santo André e São Caetano, mas minha vida acadêmica se deu fora da região metropolitana, e na capital percebi que não apenas o meu sotaque era diferente como também a forma como nos comunicamos em São Bernardo é peculiar. Apenas uma informação, estamos a menos de 15 km da capital.



Escute São Paulo, de Marceu Vieira e Tuninho Galante. Repertório Cedro Rosa.



É claro que isso não é uma característica apenas da minha cidade, mas achei interessante relatar porque foi um fato real que aconteceu fora de São Bernardo e me fez pensar na situação.


Um dia eu estava almoçando com algumas pessoas durante o período em que atuava como docente em outra cidade e meu filho me ligou. Ligação normal pra tratar de algum assunto banal e no meio da conversa eu digo assim:

- Mas você vai ou não pra São Bernardo?


Após a ligação ser encerrada uma pessoa da capital que estava com a gente achou estranho e me perguntou:

“Mas onde seu filho está?”.

E eu respondo:

- Em casa.

“Mas você perguntou se ele ia ou não para São Bernardo, não entendi.”


Se você que está lendo esse texto, assim como a pessoa da história também não entendeu por que perguntei ao meu filho se ele iria para São Bernardo estando em casa, em São Bernardo, tudo bem, só me resta concluir que você não é de São Bernardo.

Para nós de São Bernardo dizer que estamos indo para São Bernardo significa que estamos indo para o centro, em outras palavras nós não dizemos que estamos indo para o centro, nós vamos para São Bernardo.


Confuso? Para nós de São Bernardo não.

Para os “São Bernardenses” mais raiz também dá pra dizer apenas estamos na Marechal, pronto, sabemos que a pessoa está no centro.


Marechal é o jeito que chamamos uma das avenidas principais da cidade, a Av. Marechal Deodoro, que juntamente com a Av. Faria Lima e a Rua Jurubatuba completam a trinca de avenidas importantes da cidade, que levam ao Paço Municipal, e que alagam.


Temos nosso jeitinho também de nos referir a Rodovia Anchieta, importante rodovia que liga o Planalto a Baixada Santista, mas para nós é apenas Anchieta, e quem nunca ficou parado no Km 18 da Anchieta não sabe o que é passar por São Bernardo, e não importa se você está no trevo sentido centro ou sentido Diadema / Piraporinha.


Aliás, em São Bernardo utilizamos a Anchieta para tudo, acredite.

Só quem é de São Bernardo sabe o que significa passar em frente ao Carrefour Anchieta na volta de uma viagem, ou no Riacho Grande se você estiver vindo pelo outro lado.

E a prainha? Ah o barco flutuante, o pedalinho ou o teleférico no Parque Estoril.

Comer um peixe na estrada velha depois seguir em frente até a Casa de Pedra, a Emerald Hill.


A Emerald Hill teve seu glamour e todo mundo de São Bernardo sabe o que era essa época em nossa cidade, vinha gente de fora porque a Emerald era parada obrigatória. Para nós era apenas Emerald.




Escute A Flor Canção, dos craques do samba paulistano Edu Batata e Maurinho de Jesus.




Mas sejamos honestos, não era só a Emerald que bombava nas décadas de 70 e 80, tinha também a Tutti- Frutti, o Ilha de Capri e outras casas noturnas que embalaram a adolescência de muitos batateiros e batateiras.


Os batateiros mais antigos vão se lembrar do “Shopão”, atual Shopping Metrópole... pra falar a verdade eu ainda chamo de shopão.

A Cidade das Crianças, as brigas entre Senai e ETE... Tá bom, eu coloquei o Senai na frente porque estudei lá e não na ETE. Quem ganhava as brigas? Na minha época o Senai com certeza.


Os jogos escolares no Baetão, comer pizza no Grupo Sérgio, o frango com polenta na rota dos restaurantes, a Volkswagen, a Ford, a Scania, a Mercedes.



Agora quero ouvir Rock! Escute essa playlist.



Escrever esse texto me trouxe excelentes lembranças, por exemplo, de quando a gente ia até o Mappin em Santo André. Hoje no local encontra-se o Shopping ABC, o mais antigo da região, mas provavelmente se você estiver em São Bernardo ou estiver ouvindo alguém da cidade no telefone como a pessoa do início do texto, acredite, é muito provável que a pessoa diga que vai ao Mappin.


Para encerrar quando for fazer bullyng com o jeito que a gente fala a letra “r”, por favor, pelo menos pronuncia direito o nome da nossa cidade, é São Berrrnarrrdo falô?

Como eu disse eu não nasci, mas não tem problema aqui dentro todo mundo sabe que eu sou de São Bernardo.


Paulo Eduardo Ribeiro, do Canal Ponte Aérea, para CRIATIVOS!


 

Veja essa!





Aula de Musica Brasileira com Mariozinho Lago, Lais Amaral, Eddie Bigorenski e Luana Oliveira, na Live Por Dentro da Cedro Rosa.





O grande Mario Lago e suas obras musicais.



 

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