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Exposição Luas e Docinhos II de Lourdes Barreto



Entre Docinhos Amargos e Bombas de Fragmentação


Na trajetória artística de Lourdes Barreto observa-se o estabelecer de diferentes meios de apresentação da pintura. O imprescindível caos expressivo, comum a todos estes meios, transformou-se na estruturade suas obras. Na mais recente fase de produção da artista, despontam novas cores que conferem luminância e ludicidade às formas tortuosas que ela mantém como traço identitário de sua poética. As formas orgânicas, que se revelavam rítmicas e entrelaçadas nas séries passadas, agora, como num intervalo entre momentos, estão cristalizadas separadamente no espaço da imagem. Deixam de lado a opulência volumétrica das formas e desdobram-se em fragmentos, em pequenos núcleos. São docinhos' amargos, como aponta a artista. Elementos lúdicos que carregam em sua estrutura os aspectos lisérgicos provenientes das cores recém incluídas na paleta da artista - um rosa chiclete”, um “azul veneno”.


Ou ainda, são bombas de fragmentação, que dispostas no espaço pictórico, realizam um ataque frontal a própria trajetória e poética que Lourdes construiu, pois submetem a pintura ao rigor da síntese.


Ao isolar e marcar mais precisamente os limites de suas formas, sejam de estruturas vivas ou máquinas, Lourdes alcançou o feito considerável de valorar positivamente as históricas faces conflitantes da pintura, que são a da cor e a do desenho. Nestes novos trabalhos, delimitados como campos de batalhas entre visualidade e estrutura, nota-se o aspecto indiciário dos elementos, o domínio da ideia e, em contraponto, o fulgurar da latência expressiva que só amplia seus domínios da poética definida pelo traço firme e expressivo proveniente da gravura, a intimidade com a aquarela e o domínio perspicaz da cor. Traço, ritmo, cor e expressão, complementam-se, enquadram-se em outra novidade: áreas circulares e retangulares, vazias ou cheias, opacas ou transparentes, centralmente incrustradas na imagem. E, não somente como imagem, estas formas modulares que enquadram e flutuam sobre o fundo, em alguns trabalhos, tornaram-se o próprio chassi e compõem uma série que, se apresentada em conjunto, sugere uma natureza instalativa para os trabalhos.


É curioso perceber, entretanto, que mesmo consciente do domínio da forma, da técnica e dos avanços que conquistou, continua a impor sobre sua obra o rigor da indagação e da consequente reflexão. Lourdes ampliou os seus horizontes a alcances inimagináveis, se considerarmos sua produção desde os anos 80. Desde lá, desdobrou as formas, alterou a paleta, explorou outras dimensões, integrou técnicas. Ainda assim, autora de uma poética potente e singular, deseja submeter sua obra a uma análise num mergulho profundo. Realizar uma dissecação da pintura, um procedimento de sublimação das ideias mesmas que compõem os trabalhos, uma exegese de suas próprias ideias.


Para tanto, opera a pintura da pintura, examina e requalifica, enquadra e desconstrói, revelando que ainda existe uma gama de questões a emergir deste processo e que novidades pairam no ar.


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Shannon Botelho

2018


Exposição Luas e Docinhos II

de Lourdes Barreto


abertura dia 22 de março de 2025

das 14h às 17h


visitação nos dias 22, 27 e 29 de março das 13h às 17h


Portão Vermelho

Fábrica Bhering, segundo andar

Rua Orestes 28, Santo Cristo, Rio de Janeiro - RJ


Entrada franca

Classificação livre


 

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