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Foto do escritorpor Cedro Rosa

Indústria Criativa tem potencial de crescimento em tempos de crise


Por Maria Paula Carvalho, especial para CRIATIVOS!



Maria Paula Carvalho, de Paris / crédito: Cedro Rosa


Quando me propuseram escrever sobre a indústria criativa, eu ainda não havia parado para analisar esse campo tão vasto e inovador, do qual eu já pertencia sem nem mesmo me dar conta. Ainda que eu já trabalhasse em jornalismo havia mais de um quarto de século, e autora de dois livros, essa era a primeira vez que eu escrevia sobre o que significa, fundamentalmente, compartilhar e vender ideias, insights e pensamentos.


Em suma, é disso que trata a indústria criativa, uma cadeia produtiva que olha para o ser humano, que utiliza talentos e a imaginação para gerar significado, acrescentando um valor positivo à economia. Os seus profissionais são aqueles que inventam coisas, sendo as indústrias-chave o consumo (design, arquitetura, moda e publicidade e marketing); as mídias (editorial e audiovisual); a cultura (patrimônio e artes, música, artes cênicas e expressões culturais) e a tecnologia.


E é nos momentos de crise, quando as fontes de financiamento costumam ser mais escassas e a inovação se torna uma competência para sobreviver, é que a indústria criativa tem ainda mais chances de crescer. Afinal, quem não inovar, não vai resistir.


Um olhar para homem


De maneira geral, a inovação pode ser tecnológica, ligada às máquinas e equipamentos, ou criativa. Nesse caso, além do respeito à ciência econômica, que regulamenta a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços, ela exigirá, também, uma boa dose de criatividade, o que significa ser capaz de inventar algo novo ou transformar o que já existe.


Quando um designer customiza um tênis, por exemplo, o que era apenas um produto industrial se transforma em algo novo, absorvendo o valor agregado a ele. Saímos, portanto, de um modelo de reprodução industrial para um modelo no qual a criação passa a ser valorizada. Outra característica marcante da indústria criativa é que, ao utilizar ideias como matéria-prima, dispõe de recursos sustentáveis, mesmo em tempos de crise.


Além disso, por se apropriar de um capital intelectual, configura-se como uma atividade carregada de valores simbólicos. Não é à toda que cada vez mais governos se empenham em criar políticas públicas de incentivo e acesso facilitado ao auxílio para pesquisas nessa área. Afinal, a indústria criativa apresenta fortes razões para ser uma das formas econômicas dominantes do século XXI.


Um conceito relativamente novo


Segundo a bibliografia disponível, o termo “indústria criativa” é relativamente novo. O conceito teria surgido no início da década de 1990, na Austrália, com o lançamento do relatório “Nação Criativa”, ou Creative nation: commonwealth cultural policy, no original em inglês, que destacou a importância de se levar em consideração o potencial econômico das mais variadas atividades culturais.


Entretanto, foi a partir de um mapeamento sobre as atividades criativas no Reino Unido, de autoria do Departamento de Cultura, Mídia e Esportes (DCMS), de 1998, que o termo adquiriu maior importância. O trabalho ajudou a definir os setores que abrangeriam as indústrias criativas: Publicidade, Mercado de Artes e Antiguidades, Artesanato, Design, Design de Moda, Cinema, Softwares de Interatividade e Laser, Música, Artes Performáticas, Propaganda, Software, Televisão e Rádio (BLYTHE, 2001).


A Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD), por sua vez, definiu a economia criativa como a “extensão das indústrias criativas”, que inclui os bens e serviços culturais e também os bens e serviços “cuja produção requer um nível significativamente relevante de criatividade” (UNCTAD, 2008).


Estudiosos da área também destacam a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, ocorrida no Brasil, em 2012, como um momento marcante na discussão sobre uma Economia Criativa por meio da cultura, como um pilar do desenvolvimento sustentável.


Tamanho do mercado


Estimativas de participação do setor cultural na economia brasileira, antes da pandemia de Covid-19, variavam de 1,2% a 2,67% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O conjunto de ocupados no setor representava, em 2019, 5,8% do total de pessoas empregadas, ou 5,5 milhões, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).


Dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), de 2017, mostram que a indústria criativa representava 2,61% de toda a riqueza gerada no território brasileiro, movimentando R$ 171,5 bilhões.


Porém, ao estimar-se o valor total movimentado pela indústria criativa, deve-se considerar, além das ideias propriamente ditas, que constituem o ramo principal dessa atividade profissional, todas as atividades relacionadas a elas, ou seja, aquelas que fornecem serviços ou materiais para determinada indústria criativa, além das atividades de apoio, cujas contribuições são, portanto, indiretas.


Perfil


A demanda nesse ramo é por profissionais qualificados, bem formados e que acabam ganhando mais. Os mais bem pagos estavam no Rio de Janeiro, que permanecia na liderança isolada na análise de remuneração por estado, de acordo com a pesquisa Firjan de 2017.


Naquele ano, o país contava com 837,2 mil profissionais formalmente empregados na área. São Paulo e Rio de Janeiro eram os estados mais representativos do mercado de trabalho criativo. Entre os paulistas, 328,7 mil tinham vínculos na indústria criativa, contra 88,9 mil entre os fluminenses. Os dois estados respondiam por 50% dos empregos criativos do país. Santa Catarina e Rio Grande do Sul também mantinham a sua participação de profissionais criativos acima da média nacional.


Modelo colaborativo


Quando analisamos a indústria criativa do ponto de vista das rotinas produtivas, no lugar daquele compromisso “cara-crachá” que o mundo do trabalho conheceu durante bastante tempo, com o famoso relógio-ponto, a indústria criativa vem por romper certos laços presenciais, ao implantar um modelo colaborativo de trabalho, por projetos.


Nesse contexto, as relações se tornam mais maleáveis, o que pode ser de grande valia em momentos de baixa atividade econômica. Medidas de produtividade, contudo, precisam ser adaptadas, uma vez que cada profissional tem seus hábitos de trabalho, habilidades e competências específicos e não é apenas o tempo de presença na empresa que conta. Isso não significa, contudo, que um empregado criativo não será desafiado, a certa altura, a fazer planejamento, produções complexas e planilhas. Afinal, não é porque se trabalha com criação que inexistem prazos e metas.


Lives


As lives são um exemplo de um produto muito atual da economia criativa e que se tornaram um grande fenômeno. Quando as casas de espetáculos e os cinemas foram obrigados a fechar as portas por conta da epidemia de Covid-19, atingindo em cheio os planos dos empresários da música e do entretenimento, logo surgiu um plano B.


Já que de uma hora para outra não era mais possível aglomerar pessoas, esse ramo, que também faz parte da economia criativa, adaptou-se muito rapidamente. E explodiram as lives (ou participações ao vivo de artistas e anônimos) pela internet. São esses mesmos espectadores que, de alguma forma, salvaram os artistas durante os momentos de restrição social que agora estão prontos para experimentar as novidades que o mundo pós-Covid poderá oferecer. Para eles, o importante é resgatar a relação com a arte e poder apreciá-la, ainda que de uma maneira diferente.


Para quem ainda tem dúvidas do potencial da indústria criativa no Brasil, basta constatar que o país já é o quarto maior produtor de aplicativos do mundo, e tem uma população cujo comportamento ajuda na criação de startups. Atualmente, 97% dos brasileiros têm acesso à Internet via smartphones, o que significa um mercado potencial de 205,8 milhões de pessoas. Dessas, 66% têm atuação em redes sociais. Só o Facebook reúne 130 milhões de brasileiros, o que faz do país o terceiro no mundo em número de usuários.


Aberto a iniciativas digitais, o Brasil sofre, por outro lado, de falta de estratégia, dificuldade na adoção de métodos, infraestrutura deficitária e má gestão de dados. Soma-se a isso, falta de investimentos em pesquisa e inovação. Porém, apesar das dificuldades conjunturais, o país já demonstrou ser capaz de dar nascimento a empresas que funcionam em ecossistemas onde a criação e a quebra de paradigmas são as condições para o sucesso.


Maria Paula Carvalho, de Paris, para CRIATIVOS!





 

Playlists no Youtube e Spotify com músicas brasileiras disponíveis para trilhas sonoras diversas, by Cedro Rosa




 

Assista a Live "Indústria Criativa no Rio de Janeiro", com Antenor Oliveira (FIRJAN), Nelson Freitas (Produtor/Cantor/ALERJ), Didu Nogueira (Cantor/Clube do Samba) e Tuninho Galante (Cedro Rosa).




 

Com o aumento da indústria de streaming, cresce a procura por música certificada para trilhas sonoras



Antonio Galante, da Cedro Rosa
Antonio Galante, da Cedro Rosa

"O mercado de audiovisual não para de crescer: na palavra audiovisual o audio é basicamente música. Visual é o resto. Logo, não há filmes, séries, games e até noticiário em midia eletro-digital sem áudio, logo sem música", afirma Antonio Galante, CEO da plataforma CEDRO ROSA.


Com sede no Rio de Janeiro e escritórios em New York e Tokyo, a Cedro Rosa lançou uma plataforma digital para distribuir e licenciar músicas certificadas variadas para trilhas sonoras diversas.


A operação é toda online.


Sua plataforma digital funciona em 10 idiomas no mundo inteiro e conta com mais de 3 000 mil certificadas, prontas para serem licenciadas para sincronizações diversas em filmes, novelas, audiovisuais, games e publicidades.



Abra um perfil na Cedro Rosa e acompanhe nossas redes digitais. https://linktr.ee/cedrorosa


Compositores, bandas e artistas podem registrar suas musicas e fazer contratos de distribuição e licenciamento e empresas da midia como TVs, Radios, produtoras de cinema e conteudo em geral podem licenciar essas obras devidamente certificadas diretamente na plataforma.


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