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Foto do escritorAntonio Galante

Indicada para a Direção do Museu Histórico Nacional recusa assumir o cargo.


Doris Couto. Fonte: Reprodução Youtube


Uma nota no Linkedin chamou a atenção da comunidade cultural pela integridade de seu conteúdo.


A museóloga Doris Couto abriu mão da indicação do IBRAM - Instituto Brasileiro de Museus - , para ser diretora Museu Histórico Nacional.


Ocorre que Doris foi a terceira colocada em chamamento pública do próprio IBRAM, realizado em 2020.


Doris publicou uma nota, pedindo que "a primeira colocada, Luciana Conrado Martins, conforme resultado publicado em 02/07/2021" assuma o posto.


Em tempos tão sombrios, com tantas pessoas medíocres e despreparadas ocupando cargos em instituições públicas, num aparelhamento de baixo nível, uma atitude destas merece todo o destaque.



Vejam a nota.

"

No ano passado participei da Seleção para a Direção do Museu Histórico Nacional, instituição ligada ao Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM, Edital de Chamamento Público n° 09, de 23 de novembro de 2020, na qual obtive a classificação em 3º Lugar, distante 8 pontos da primeira colocada, Luciana Conrado Martins, conforme resultado publicado em 02/07/2021. Apesar do edital informar que o Presidente do IBRAM pode nomear sem obedecer a ordem de classificação, todos os presidentes, inclusive o atual, Pedro Mastrobuono, o fizeram a partir da primeira colocação. Esse processo exaustivo previa a apresentação por cada candidato(a) de um plano de trabalho para quatro anos, que deveria indicar soluções para os principais problemas do MHN, diga-se de passagem, muito semelhantes aos que enfrentei no Museu Julio de Castilhos, instituição com 119 anos e que dirijo no Rio Grande do Sul. Ainda foi apresentado currículo e realizadas entrevistas com os 8(oito) candidatos e atribuída pontuação em cada fase. Estou certa de que construi alternativas que teriam impacto e efetividade no Museu Histórico Nacional, um dos principais museus nacionais do Brasil. Não me assustaria assumí-lo e junto com sua equipe reposiciná-lo no cenário nacional e internacional. Contudo, o faria entrando pela porta da frente, com a chave nas mãos, obedecendo a ordem da classificação e não pulando o muro. Ocorre que a Casa Civil do Governo Bolsonaro vetou o nome da primeira classificada. Na última sexta-feira, 25/02/22, fui consultada, pela direção do IBRAM, sobre o interesse em assumir a direção do MHN. Claro que também enfrentaria o pelotão da censura e não passaria da primeira busca porque defendo o direito à verdade sobre a ditadura; pauto minha vida pela defesa inalienável dos direitos humanos; defendo que as terras indígenas lhes pertencem e que sua cultura é patrimônio nacional; defendo a diversidade humana como âncora do processo histórico brasileiro; a igualdade entre homens e mulheres, a preservação do meio ambiente e em especial da Amazônia, além da da ética em qualquer processo. Soma-se ao desrespeito do longo processo seletivo a prática da censura por este governo, a qual jamais me submeteria. Pelo motivos expostos, digo NÃO, e clamo pela posse de Luciana Conrado Martins, em honra ao processo, ao gasto público realizado e à autonomia do IBRAM para nomear de acordo com a classificação de seus processos, pleito reiterado à Casa Civil, pelo Instituto, nesta e na seleção do Museu da Inconfidência, cuja prática do veto se sobrepôs à da classificação dos candidatos. Nossa cultura, nossos patrimônios e memórias coletivas merecem respeito, ética e dignidade. Porto Alegre, 03 de Março de 2022. Doris Couto #etica #IBRAMlivre #MHN #respeito



 

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