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Foto do escritorPaula Sabbag

Insatisfação






Marta já trabalhava na empresa há quase 15 anos e se sentia pronta para assumir o cargo de gerência. Porém o escolhido foi Heitor, rapaz inteligente, competente, com metade da idade de Marta. Indignada, andava pelos corredores da empresa sem deixar transparecer a sua decepção. Enquanto isso Heitor a observava de longe. Apesar da satisfação com o novo cargo, almejava ser como Marta. Ela possuía uma habilidade nata para lidar com pessoas. Era empática, simpática e amorosa. Não havia ninguém na empresa, pelo menos que ele soubesse, que não admirasse a "Martinha", como era carinhosamente chamada pelos colegas. Será que um dia conseguirei conquistar o carinho e admiração de todos assim como ela?


Bruno sempre olhava a sua volta na sala de aula e parava seu olhar em Carlos. Por quê é que eu não nasci com a altura desse cara? Ia me destacar na multidão, conseguir assistir a shows sem ter que olhar o telão e poderia ser jogador profissional de vôlei ou basquete, meus esportes favoritos. Carlos também olhava para Bruno desanimado. Caramba, que injustiça! Que sorte desse Bruno, nasceu com esse olho, esse cabelo! A mulherada vive em volta dele que nem abelha no mel. Se pelo menos eu tivesse os olhos ou o cabelo dele com certeza teria mais sorte no amor.



Angélica se destacava quando o assunto era Geografia ou História. Sabia muito e estava sempre ensinando sobre fatos históricos ou geográficos a todos que a solicitava. Lídia, sua prima, a olhava sempre com inveja e pensava, como é que essa garota guarda tanta informação na cabeça? Eu não tenho um terço dessa capacidade. E pelos cantos das festas de família Angélica murmurava baixinho: como a vida é injusta. Lídia é tão elegante e se veste tão bem. Combina roupas e acessórios de uma maneira incrível, isso é um dom. Se pelo menos eu pudesse e conseguisse me vestir como ela...


Júlia e sua irmã viviam na frente do espelho, dançando. Adoravam dançar juntas. Porém, Priscila parecia ter nascido para dançar. Não tinha dificuldade em memorizar coreografias, reproduzia passos e movimentos com perfeição e graça. E tudo que Júlia mais queria era dançar como a irmã. Priscila por sua vez guardava um desejo em seu coração de cozinhar como Júlia. Tudo que ela cozinhava ficava delicioso. E fosse em casa, entre amigos ou em qualquer outro lugar, ela era sempre solicitada para fazer os quitutes com suas "mãos de fada" e ganhava todos os elogios. Por quê não consigo cozinhar assim?


E assim viveram, insatisfeitos para semp....ops ... insatisfeitos até o momento em que decidiram olhar para o que tinham e não para o que não tinham, e valorizar o melhor que havia neles. E viveram felizes.


De Paula Sabbag para a revista CRIATIVOS!


 

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