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Foto do escritorLais Amaral Jr.

Luciene Nascimento, uma explosão de poesia, do Sul Fluminense para iluminar o país



“Luciene Nascimento é uma explosão em forma de poesia”. Assim o ator Lázaro Ramos abre o prefácio do livro Tudo nela é de se amar - A pele que habito e outros poemas sobre a jornada da mulher negra (Editora Sextante, selo Estação Brasil, 2021) da poeta que é a nossa entrevistada da quinzena. Luciene Nascimento, essa explosão de poesia, é da pequena Quatis, cidade do Sul Fluminense. É advogada, formada em Direito pela UFF- Volta Redonda (RJ) e pesquisadora em Literatura e Cultura pela UFBA Salvador (BA). Também é maquiadora e retratista. Atualmente vive de sua literatura entre Salvador e Recife.  Escreve sobre identidade e estética da mulher negra e realiza palestras sobre o tema. Seus vídeos de ‘pedagopoesia’ acumulam mais de cinco milhões de visualizações na internet. Foi vice-presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB Barra Mansa (RJ) e palestrante TEDx. Atualmente é pesquisadora em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia, integra o Conselho Diretor da Silo - Arte e Latitude Rural da Serrinha do Alambari (RJ), e o Conselho Editorial do Selo Juristas Negras em Salvador (BA). Foi citada por Lázaro Ramos em seu livro Na Minha Pele (Objetiva, 2017). Foi apontada pela Revista Galileu como inspiração de novas gerações na literatura (Globo, 2018) e Vencedora do II Prêmio Dandara e Zumbi dos Palmares na Categoria Comunicação. Na entrevista, duas perguntas de Sonia Freitas, militante e atuante em movimentos ligados à luta pela igualdade racial no Sul Fluminense.

 

CRIATIVOS - Luciene, você se lembra de quando se percebeu poeta? 

LUCIENE NASCIMENTO - Perceber-me poeta foi menos "um momento" e mais um processo que ainda me acompanha. Mas houve um período em que essa identidade passou a ser inequívoca, ao menos publicamente: quando um de meus poemas (que eu chamava apenas texto) viralizou na internet em 2016, e eu passei a ser buscada por aquela audiência como a poeta do vídeo na universidade. No entanto, naquele momento, eu já escrevia textos há pelo menos seis anos.  Assumo-me hoje como poeta porque é importante nomear-se para o mundo. Mas como já escreveu Adélia Prado "De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho a pedra, vejo pedra mesmo".

 

CRIATIVOS - A poeta, a advogada, a pesquisadora, a maquiadora, a retratista convivem em total harmonia sob a pele que você habita? 

 

LUCIENE NASCIMENTO - Harmonia. E terapia, quando me embaralho. Faço parte de uma geração para a qual não basta trabalhar, é preciso que haja propósito no gesto. Sou ávida por isso e movimento-me nessa direção, independente da função. Fui criada para ser uma mulher inteligente e livre. Decidi recentemente deixar a advocacia, porque não gosto de me fantasiar de alfaiataria e conviver com a burocracia como se ela fosse importante. Quanto às outras profissões, acesso-as, a depender de onde vivo, ou com quem interajo. Por exemplo, como mestranda vejo que os professores e colegas de pesquisa têm fotografias ruins em seus currículos lattes ou anúncios de palestras: ofereço-me para fotografá-las e melhorar sua imagem profissional e para isso, maquio-as suavemente. O que poderia ser apenas um trabalho, vira uma conexão. Os serviços têm um sentido, entende? Nesta lista faltou dizer que também sou celebrante de casamentos. A poesia emana dessas relações cheias de sentido, com as pessoas e com o mundo.

 


CRIATIVOS - Na sua opinião, a arte pode ser uma ferramenta eficaz para corroer o racismo, esse cimento de nossa sociedade? 

 

LUCIENE NASCIMENTO - Eu espero que sim. Hoje penso que a arte tem uma função de quebrantamento e imersão. Ela alcança algo em nós que nos dissolve, enquanto também nos ajunta. Acessa territórios que a razão não calcula. Considero que o racismo provoca efeitos que também são invisíveis aos olhos, e para alcançar especialmente esses efeitos, a arte tem sua valia. Para todos os outros efeitos, as conhecidas ferramentas: política pública, educação e justiça.

 

 

CRIATIVOS - Qual sua maior fonte de inspiração? (Pergunta da Soninha Freitas)

 

LUCIENE NASCIMENTO - Minha maior fonte de inspiração hoje é uma mistura de duas musas: necessidade e incômodo. A ideia de que "a arte existe porque a vida não basta" é algo que me alcança na medida em que às vezes é fundamental dar outros sentidos ao que se vê, ouve, sente da vida. Trata-se da necessidade que sinto diante de meus incômodos. Não falo somente dos problemas. Coisas bonitas também podem incomodar, causar reboliço, mover a gente de lugar, mobilizar. Estamos vivendo, aliás, uma crise de mobilização, quando somente as coisas ruins nos tiram do lugar, nos levam a comentar, a exemplo das redes sociais. Tenho exercitado o contrário, porque venho sendo tocada por belezas altamente mobilizadoras, provocadoras. 

 

CRIATIVOS - Qual dos seus poemas melhor lhe define?  (Pergunta da Soninha Freitas)

 

LUCIENE NASCIMENTO - Nenhum poema me define. Viver é melhor que sonhar, e eu sei que escrever é uma coisa boa. Mas também sei que qualquer poema é menor do que a vida de qualquer pessoa. No entanto, "Lucidez" é, dos que publiquei, o poema que mais gosto, possivelmente por ser o mais recente daquela fase de textos.

 

CRIATIVOS - Fale sobre o que gostaria de falar e eu não perguntei

 

LUCIENE NASCIMENTO – Escrever, especialmente os poemas que escolhi escrever, nem sempre se constituiu um ato de deleite criativo. "Lucidez", por exemplo, é um texto que me fez ser procurada por gente da sociedade brasileira de psicanálise por se tratar de um catalizador de dores útil como objeto de pesquisa e foi mesmo, pra mim, um exercício de elaboração de uma série de questões que eu colhia e sentia. Então doía sentir, depois escrever, depois recitar. Hoje estudo Literatura e Cultura pra tentar entender o instrumento que uso (a palavra) num contexto maior, na responsabilidade que isso implica, e entender-me como poeta no contexto da literatura afro brasileira contemporânea. Creio que essa consciência mexe com o fluxo de criação, mas acima de tudo, me torna mais inteirada desse lugar de escritora/poeta, do qual falamos na primeira pergunta.

 

Assessoria de Luciene Nascimento: Vanessa Sousa (24) 981866755


 

Cedro Rosa Digital: Inovação na Economia Criativa Através da Certificação de Obras Musicais


A Cedro Rosa Digital está se destacando no cenário da economia criativa ao oferecer um modelo inovador de certificação de obras e gravações musicais. Utilizando tecnologias de inteligência artificial (IA) e blockchain, a empresa garante a certificação precisa de músicas e gravações, assegurando que os artistas recebam seus direitos autorais de maneira justa, independentemente de onde suas músicas sejam reproduzidas. Essa inovação é vital para proteger o trabalho de artistas independentes e garantir que suas obras sejam monetizadas adequadamente.

Com essa abordagem tecnológica, a Cedro Rosa Digital se torna uma ponte entre criadores de conteúdo e empresas que buscam licenciar músicas para diversos fins, como publicidade, cinema, séries e plataformas digitais, oferecendo soluções eficientes e transparentes.


Apoio Institucional para Inovação

O projeto da Cedro Rosa Digital conta com o apoio de importantes instituições brasileiras, que impulsionam o desenvolvimento e a implementação de novas tecnologias no setor musical. Entre os principais parceiros estão a EMBRAPII, o SEBRAE e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), uma das principais instituições no Brasil em inovação e patentes, com destaque no INPI. Essas parcerias reforçam a confiabilidade e o alcance internacional do projeto, colocando a Cedro Rosa à frente no uso de tecnologia para a gestão de direitos autorais.


CRIATIVOS!: Descentralizando e Enriquecendo a Cultura

Além da certificação musical, a Cedro Rosa edita diariamente o portal CRIATIVOS!, uma plataforma que tem sido essencial para o enriquecimento cultural e a descentralização da produção artística no Brasil. O portal reúne contribuições de intelectuais, artistas e criadores de diversas áreas, abordando temas como arte, ciência, cultura e economia criativa. Com essa iniciativa, a Cedro Rosa oferece um espaço plural para o debate e a difusão de ideias, ajudando a democratizar o acesso à cultura e promovendo o surgimento de novas vozes no cenário criativo.

A plataforma tem sido um ponto de encontro para pensadores e artistas, além de um campo fértil para a disseminação de novas ideias e práticas culturais, gerando impacto positivo tanto no desenvolvimento de talentos quanto na economia criativa nacional.



Cultura e Tecnologia de Mãos Dadas

A Cedro Rosa Digital, ao integrar tecnologia de ponta com o setor cultural, está transformando a forma como a música é criada, distribuída e licenciada. Esse modelo inovador não só gera emprego e renda, mas também fortalece a posição do Brasil como um polo de criatividade e inovação no mercado global.

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