Marco Moraes, geólogo e pesquisador de mudanças climáticas, lança o livro “Planeta Hostil”, um alerta.
A tragédia do Rio Grande do Sul e a seca no Norte do país que levou ao desaparecimento de rios, um flagelo a animais e populações ribeirinhas são alguns sinais claros, do desequilíbrio do clima. São também alertas claros. Aquecimento global, efeito estufa, degelo das calotas polares, ondas de calor extremo, secas, morte dos oceanos são algumas das ocorrências que muitos acreditam se tratar de problemas do futuro, mas que estão diretamente ligadas aos desastres ambientais.
Segundo o geólogo Marco Moraes, essas catástrofes são indicadores claros da degradação ambiental. No seu livro Planeta Hostil, publicado pela Matrix Editora, o pesquisador em mudanças climáticas descreve como a humanidade tem transformado a Terra em um lugar inóspito e revela o que vem pela frente.
Sem eufemismos, Moraes mostra de maneira arrepiante como estamos à beira de um colapso por conta de ações do homem que geraram mudanças irreversíveis. Cada capítulo revela de que forma o uso de combustíveis fósseis, as atividades das indústrias do cimento e do plástico, a pesca predatória e a criação indiscriminada de pastos destroem ecossistemas e, por consequência, toda a cadeia de vida do planeta. O livro traz também à luz sinais pouco percebidos como a ingestão de micro plásticos por meio da alimentação, o desaparecimento de insetos, a intoxicação química.
Apesar do alerta, o autor não alimenta a desesperança. As exposições de Planeta Hostil servem também como um apelo à ação e convidam o leitor a se unir a um movimento urgente para evitar mais devastação.
CRIATIVOS - Este seu oportuno livro Planeta Hostil é mais um alerta sobre o momento apocalíptico que vivemos (chegamos ao Ponto de Inflexão?), mas traz alguma esperança, como por exemplo, a adoção de energias renováveis. A Terra ainda tem futuro? E nas mãos de quem está o futuro do planeta?
MARCO MORAES - O livro Planeta Hostil descreve de forma abrangente a degradação ambiental da Terra, mostrando que a situação é muito grave. Ainda não chegamos ao ponto de inflexão na maior parte dos limites do planeta, mas a Terra já está em profunda transformação. Nós temos que agir rapidamente para nos adaptarmos a esse mundo transformado, e evitar que as condições se deteriorem a ponto de ameaçar a existência da humanidade.
Podemos reverter esse quadro. A adoção de energias renováveis, a mudança na nossa forma de produzir e consumir alimentos e nos hábitos de consumo em geral, a preservação e recuperação de ecossistemas e a redução da poluição química e plástica são as principais ações que podem reverter a degradação ambiental.
Como dizemos na contracapa do livro: “Tempos difíceis virão. No entanto com boa informação, realismo e pragmatismo, podemos vencer o nosso maior inimigo que, você já sabe, somos nós mesmos”
O futuro do planeta, portanto, está nas mãos de todos nós!
CRIATIVOS - Há estudos prevendo temperaturas médias máximas de 40 graus e mínimas de 38 graus já para 2027. Como se preparar para as mudanças climáticas?
MARCO MORAES - As mudanças climáticas vão tornar os eventos extremos ainda mais extremos, e muito mais frequentes. Chuvas intensas causando inundações e deslizamentos de terra, ondas de calor, secas e queimadas, assim como a subida do nível do mar afetarão a quase totalidade dos 8 bilhões de habitantes que existem hoje no planeta. E que serão 10 bilhões em 2050.
É preciso fazer mapeamento de risco em todas as áreas habitadas da Terra, para se definir que medidas tomar. Em alguns lugares será preciso obras de infraestrutura, em outros será necessário deslocar toda a população para locais mais seguros.
A urgência e o alcance dessas medidas vão depender da evolução do aquecimento da atmosfera e das águas dos oceanos, assim como dos demais processos de degradação ambiental descritos no livro.
CRIATIVOS - Fale, por favor, sobre causas e consequências desse desequilíbrio climático e sobre as perspectivas para o clima no Brasil e no mundo para os próximos anos.
MARCO MORAES - A causa fundamental das mudanças climáticas é o aquecimento global causado pela emissão de gases de efeito estufa pelas atividades humanas. A destruição de ecossistemas, a ocupação urbana e fundiária desordenada agravam o problema, mas são efeitos secundários. Se continuarmos a emitir gases de efeito estufa as mudanças climáticas vão se intensificar ao ponto de tornar a vida intolerável para a maior parte da população do planeta.
As perspectivas para o Brasil são de um aumento de chuvas no Sul do país, e de um clima mais seco, eventualmente semiárido, em toda a região central. Isto não quer dizer que secas não vão ocorrer no Sul e que chuvas torrenciais não irão ocorrer na região central, apenas que as médias de precipitação vão mudar.
Além disso, todas as regiões do país vão sofrer com ondas de calor intenso e, paradoxalmente, também, com ondas de frio curtas, mas intensas, atingindo principalmente as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste.
Além disso, as regiões litorâneas deverão sofrer com o avanço da costa que, dependendo de sua evolução, que no momento é difícil de prever, pode forçar o deslocamento de dezenas de milhões de pessoas.
As perspectivas para o mundo são comparáveis às do Brasil, também variando em diferentes regiões. Tempestades mais intensas, ondas de calor, secas, queimadas e avanço da linha de costa.
É importante registrar que esses cenários consideram que haverá uma redução nas emissões dos gases de efeito estufa. Se continuarmos a emitir na quantidade atual, ou aumentarmos, o planeta pode chegar a um aquecimento de 3 a 4 graus centígrados em algum momento deste século, o que tornaria a vida humana inviável na maior parte das regiões tropicais, forçando o deslocamento permanente de bilhões de pessoas, com custos políticos, sociais e econômicos de proporções inimagináveis.
CRIATIVOS - Na sua opinião, a leitura e o debate de seu livro (e de outros similares) já deveria constar da grade curricular das nossas escolas?
MARCO MORAES - Sem dúvida a educação ambiental é fundamental para que os jovens tomem desde já consciência dos desafios que terão que enfrentar. Para que valorizem a informação de qualidade que é necessária para tomarem as difíceis decisões que terão que tomar.
Mas há um ponto importante a ressaltar aqui. Os adultos não podem dar a impressão de que estão “lavando as mãos” e entregando a tarefa de salvar o planeta para as futuras gerações. Isso representaria uma carga emocional extrema, que os jovens não devem e não poderão suportar. Em educação o exemplo é o primeiro, e essencial, passo. Os jovens de hoje precisam perceber que os adultos estão comprometidos com a agenda ambiental.
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