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MARLOS DEGANI ENTREVISTA RAIMUNDO RODRIGUEZ

Foto do escritor: Marlos DeganiMarlos Degani

Raimundo Rodriguez_foto_ Sandra Moraes

 

Raimundo Rodriguez recebeu o Portal Criativos em seu CENARTE, em Miguel Couto/RJ. Muito agitado, estava num café da manhã em pleno trabalho e recebia uma professora de aquarela que ministraria uma oficina por lá.  RR é um artista renomado que já representou o Brasil internacionalmente e tem exposições e mostras espalhadas ao redor do mundo. Tem 50 anos de carreira e é considerado um dos maiores artistas plásticos do Brasil.

 

 

P – A jornalista Ruth de Aquino escreveu um artigo há alguns anos na Revista Época chamado A Geração do Meio, chamando a todos nós que nascemos antes da revolução da informação, e que começamos a trabalhar de maneira predominantemente analógica. Gostaria de saber de você: como enxerga atualmente o mercado de artes, em relação às tecnologias novas e a sua relativa democratização?

 

R - Na verdade eu não sinto essa diferença, não. Talvez só o meio, mudou o meio, mas no meu trabalho não teve e não acredito que tenha tido essa transformação, essa interferência no meu trabalho. Uma vez, que até brinco muito, que eu sempre gostei de rede social, andava sempre com uma bolsa e sempre tinha minhas fotografias ali. Quando a pessoa perguntava... O que você faz? Eu falava, sou artista. Mas o que que você pinta? Eu tinha que mostrar. Porque era, eu sempre gostei de fazer coisas variadas. Então, eu achava que a melhor forma era mostrar. Então, sempre tinha minhas fotos, sempre desde muito pequeno registrava tudo, tudo. Eu tenho até hoje as minhas provas quando eu ainda tinha sete anos. Eu tenho minhas provas de alfabetização, eu tenho meus cadernos de alfabetização, eu tenho tudo. Tudo isso eu gosto, sempre gostei de registrar tudo. Então, eu acho que a única coisa que eu sinto é que facilitou a catalogação, ao mesmo tempo que o acesso aumenta, mas também aumenta a oferta. Então, acaba que você também tem que ficar lutando pra ser visto da mesma forma. Melhorou o acesso? Melhorou, mas aumentou também a quantidade de pessoas nesse mesmo acesso. Então congestiona um pouco também. Então, não vejo muita essa diferença brutal.

 

P - Conta como que o Raimundo começou a ver o mundo por meio ou através da arte? Você nasceu no Ceará, oito irmãos, é de uma família tradicional brasileira com pai e mãe... Quando você despertou esse olhar que o Ferreira Goulart chamava de espanto? É porque ele estava um dia na sala, o telefone tocou na estante, ele se levantou pra atender e todos os ossos dele estalaram e ele e naquele momento se espantou e fez um poema sobre isso. Como que o Raimundo, filho dessa família cearense abriu os olhos para a arte?

 

R - Eu acredito, essa é uma pergunta recorrente, que meu despertar artístico acontece, realmente, assim aos sete anos quando a minha professora, é o que eu me lembro, então eu acho que deve ser por aí, a minha professora primária faltou e eu fui colocado numa turma de maiores. Então, eu não tinha como acompanhar, e comecei a desenhar. E eu desenhei o Tiradentes, aquela figura do Tiradentes, depois eu refletindo assim que ele é muito emblemático, né? E ali eu percebi que eu gostava de desenhar. Não parei mais e quando com treze para quatorze anos teve uma um salão chamado Salão do Artista Jovem, era só pra rede pública do Rio de Janeiro, e eu estudava na escola Estado de Israel, em Realengo, a professora me fala, acho que eu já tinha quinze, talvez. Olha, tem um salão aqui pra jovem, fui e me inscrevi lá na Gávea, eu mesmo levei meu trabalho, e fui selecionado. A partir dali, continuei trabalhando. Mas, antes, acho que por volta em setenta e seis, a minha irmã Eunice, passeando pela Quinta da Boa Vista, entrou no zoológico e por ali tinha uma escolinha de arte chamada Colmeia de Pintores do Brasil. Era uma escolinha de arte livre que funcionava aos domingos de nove ao meio-dia e tinha gente de tudo quanto é lugar: da Zona Sul, gente do subúrbio, gente da Baixada, tudo quanto é lugar tinha gente ali e aquilo ali foi e eu fiquei seis meses frequentando, aquilo ali foi um divisor de água pra mim, foi ali que eu tive as primeiras lições, técnicas e saber o que é tela, pincel, tinta, óleo, acrílico, meu professor na época foi o Zé Carlos Magno, que até hoje está aí na batalha também junto comigo. Hoje, nós somos colegas de trabalho. Então, acho que ali foi o divisor de águas. E o fato de eu ser cearense, de eu ser de uma família muito pobre, muito pobre não, assim, nunca passei fome, nunca tive essa coisa de passar fome, nunca passei. Mas assim, somos pobres. Eu acho que ser pobre nesse caso foi uma benção. Porque você se obriga a ter criatividade, a ter a minha família que só queria que eu fosse uma boa pessoa, não tinha essa pressão de ser isso ou ser aquilo. E o meu trabalho vem talvez desse apoio, né? Aquele apoio, não um apoio financeiro, não, mas ninguém nunca me tirou do meu caminho. Eu já tinha essa consciência desde muito cedo, então eu rejeitei todo tipo de emprego que pudesse me tirar do caminho da arte. Então, como eu sempre falo: são as dores e as delícias de viver as suas escolhas. Né? Como diz o Caetano. Então, para mim, foi importante toda essa trajetória e morar na Baixada. Eu morava em Realengo. Vim pra Baixada em 1980 e eu me senti muito em casa aqui porque a Baixada é uma espécie de nordeste, né? Uma espécie de sertão.

 


Raimundo Rodriguez_foto_ Sandra Moraes

P - Você é um artista que já participou e representou a Baixada e o Brasil em várias exposições nacionais e internacionais, conta para a gente como foi o resumo dessa história da sua aproximação com Luiz Fernando de Carvalho e da Rede Globo? Como foi que esse tipo de transformação surgiu na sua carreira? Num dado momento, pela primeira vez você percebe, nossa, meu trabalho está sendo assistido por milhares e milhares de pessoas. Isso causou alguma mudança em você?

 

R - Como começou. Eu fui fazer parte do segundo programa de educação integrado do CIEP. Fui animador cultural em 92. Nisso, a gente tinha reunião toda semana na UERJ com Almir Haddad, com a Cecília Conde, que era nossa mentora, é aquela quantidade de gênios que estavam ali toda semana, alimentando a gente de futuro. O Caíque BotKai chegou para mim, viu meu trabalho e falou que tinha que me apresentar uma pessoa,  passaram meses e era Edna Palatinik, que tinha uma galeria chamada Bookmakers, na Gávea, eu queria muito apresentar o meu trabalho. Eu morava em Nova Iguaçu, era da animação cultural, não tinha esse tempo pra ir lá. Minha mulher trabalhava no centro e quando saía do trabalho marcou com ela. Quando a Edna viu, gostou e falou, vamos fazer uma exposição, uma individual? Ah, legal! Aí fomos fazer a exposição. Comecei em 1976. Em 1977, eu já estava participando da minha primeira coletiva. Então, foram muitas pessoas importantes, cara, Chico Buarque, ou quem comprou um trabalho nessa época foi o Renato Russo, e a Edna com a mesma história do Caíque, foi muito engraçado. Eu preciso te apresentar uma pessoa. e eu falava, apresenta. Lógico, né? Resolve logo isso, vamos lá. E aí, isso nós já estamos falando de 1994. Foi quando eu fiz a exposição e não tinha telefone naquela época, e de um telefone de associação, recebi um telefonema do Luiz Fernando Carvalho. Ah, eu estou aqui, vi sua exposição, gostei muito do seu trabalho, acho que a gente podia fazer uma parceria, eu queria muito que você estivesse no projeto que estou iniciando... Então, falamos ali durante dez minutos e ele disse que voltaria a ligar, isso em 1994. Ele voltou a me ligar em 2004... Sabe aquele projeto? Sei. Então, nós vamos sair fazer agora. Está ótimo. E aí eu quero ir no seu ateliê. Foi lá em Nova Iguaçu e chovia tanto chovia muito mesmo. E aí ele viu o meu trabalho e gostou muito. Eu acho que você podia me dar uma assessoria lá, nada que vai tomar muito seu tempo, vai ser uma coisa assim muito pontual, você pode ir lá duas vezes por semana, olhar se tá sendo envelhecido do jeito que você acha, porque eu vejo que você tem essa experiência com o envelhecimento, com técnicas, conhece, domina técnicas, dá pra se ver pelo seu trabalho, aí eu topei depois virou aquele domingo a domingo, Não foram só duas horinhas, comecei a me envolver demais no trabalho. Como foi esse sentimento de ver o seu trabalho sendo assistido por milhares de pessoas? Eu acho causou algum reboliço? Não, não, não, porque eu acho que eu não tinha essa, eu não tenho essa, hoje talvez com esse distanciamento eu possa ter, mas eu fico tão envolvido no meu trabalho, tão envolvido no trabalho que eu não posso pensar como é que está a repercussão fora, senão você não fazia os capítulos... Assistia a todos, assistia à gravação. E o editado? Sim, sim, assistia tudo que eu faço eu assisto pra ver e como está ficando, como ficou, para entender o que estou fazendo para que eu estou fazendo. Eu e o Luiz Fernando descobrimos uma grande parceria ali.

 

P – Raimundo, transformação é a sua palavra. A pergunta, na verdade, são duas perguntas em uma. O que que te provoca, a ponto de você se estimular a fazer um objeto artístico? E como funciona, resumidamente, é claro, o seu processo criativo?

R - Eu costumo dizer que eu me recuso a ver o mundo como ele é. Então, se eu vejo o que não me agrada, tento transformar. Se eu vejo que a minha calçada está muito árida, eu planto uma árvore e tento convencer os vizinho a plantar suas árvores. Eu vejo tudo que me incomoda e não tem aquele ditado incomodado é que se mude... Então, é o incomodado é que muda. Se você tá incomodado, você tem que mudar aquela situação, ou se muda. Por isso que eu criei uma frase que o Augusto Vargas gosta muito que, no dia que eu me mudar de Nova Iguaçu, saiba que eu mudei. Porque o ambiente faz essa faz o artista, né? O meio faz o homem. Então, o ambiente contribui muito para a criação de um artista. Então quando você está num ambiente que é a Baixada Fluminense, que é muito carente, é precária em muitos aspectos, isso me dá uma vontade de transformar, de mexer, de mudar, de renovar, de reconstruir, porque a gente sabe do potencial de uma Baixada Fluminense. Todo mundo que vive aqui sabe que isso aqui é um celeiro, que isso aqui é um potencial, mas precisa ser trabalhado. Então acho que o que me move é isso, é essa vontade de conseguir ver no meu íntimo, assim, eu consigo ver que aquilo tem um grande potencial. E aí eu meto a mão na massa pra fazer. É dessa forma que eu penso.

 

P – Hoje, com a facilitação tecnológica, muita gente pode chegar na Casas Bahia, e comprar um computador a cem reais por mês, certo? Esta facilitação tecnológica aumentou muito a visibilidade das produções, muita coisa está sendo produzida tanto na música, quanto na poesia, e nas artes plásticas. Quais são as suas principais referências artísticas e no polo totalmente oposto, quais são os nomes que veem você como uma referência e que hoje você considera importante no mercado artístico brasileiro?

 

R - Acho que primeiro precisa estudar. Nós tivemos aqui uma grande conversa sobre isso. Eu acho que você tem que estudar todos os grandes mestres, tem que estudar Leonardo da Vinci, tem que estudar, vambora, tem que estudar Michelangelo, todos, todos os modernistas. Quando você estuda isso, você tem uma formação ali. Agora, eu vou a partir de quê? É como cientista que não vai pesquisar aquilo que o outro já pesquisou, ele parte da pesquisa desse outro e continua avançando, eu acho que é isso, quando a gente retrocede, quando a gente quer fazer o que o outro já que já fez, é um retrocesso, você tem que avançar. Então assim, os meus ídolos, assim, maiores, eu gosto muito do é artista americano da década de sessenta. No Brasil, Bispo do Rosário é um máximo para mim assim, um cara que eu quase enlouqueci quando eu vi o trabalho dele no MAM que foi toda a obra dele ali, eu fiquei chocado mesmo e quis parar de fazer porque o cara já tinha feito tudo, mas ao mesmo tempo aquilo me animou a continuar fazendo, foi um misto. Então, tem o Bispo de Rosário e você tem os meus próprios contemporâneos como Jorge Duarte, Ronald Duarte, Roberto Tavares, a Mirala, todos eles que fundamos o periférico. Mirala de quê? Mirala Luz, todos esses que pintamos, e que fundamos o periférico, né? E nós temos essa admiração mútua. Então a gente se alimenta um dos outros, né? É uma antropofagia mesmo. Então são esses caras, né? Marco Cardoso, Edmilson Nunes, Jarbas Lopes, todos esses caras me inspiram, mas tem os grandes também, os que já miram alcançáveis, assim, gosto muito do Emanuel Nasser, gosto muito de gosto muito da arte pop, gosto muito do concretismo, gosto muito, eu gosto de arte. E os novos que estão florescendo e que você enxerga um potencial muito interessante. É que os novos, assim, de verdade, não tenho essa relação ainda, porque hoje o mercado mudou, este que se interessa por artistas muito jovens que ainda estão com carreira muito incipiente em termos de termos de linguagem. Então, eu prefiro esperar um pouco para ver, porque, de repente, fala assim, esse cara tem, mas isso é caminho. Se o cara mudar de direção, não sei para onde ele vai parar. Prefiro um pouquinho mais de consistência. É, porque é caminho. Quando você analisa uma trajetória, ali você vê onde pode chegar, mas a qualquer momento uma pessoa que é muito jovem ainda, ela pode mudar, é óbvio, é natural que mude. Então, às vezes ele entra num caminho errado. Então eu não tenho como dizer: aí eu aposto demais nesse cara...

 

P – Há pouco eu ouvia você falar lá no café da manhã sobre a questão da uniformização que o mercado pode acarretar nos artistas e você fala com muita pujança, certo? Durante as duas horas que eu estou aqui, você já falou o nome Baixada Fluminense umas dez vezes, e, diante desse cenário da polarização política que vivemos hoje, uma coisa interessante aconteceu: o presidente Bolsonaro, que acha que arte é uma coisa desnecessária e que artista é desocupado, foi o presidente que distribuiu seis bilhões de reais na primeira Lei Aldir Blanc. Vieram as eleições de 22, o presidente Lula foi eleito... O que que você pensa dessas leis de incentivo à cultura? A Lei Aldir Blanc 2 que virá em breve, a Lei Paulo Gustavo... O que você acha, de bom e de ruim, nessas leis de incentivo à cultura, especialmente aqui na Baixada Fluminense?

 

R - Se tem que existir uma lei de incentivo é porque temos um problema, senão não teríamos necessidade de ter uma lei para incentivar determinadas áreas. Concordo inteiramente. Então, eu acho que o  potencial que tem essa Baixada Fluminense, e o Brasil como um todo, é quando a gente fala que precisa ter uma lei pra garantir a produção de um artista é porque tem alguma coisa muito falha por aí, e é claro que é necessário, é claro que são bem-vindas, mas está muito longe de ser o ideal, eu acho que tem que virar política pública mesmo, tem que incentivar o artista desde pequenininho... Você vai nas classes A, a criança com um ano já tem aula de arte, tem aula de música, tem aula de corpo, tem aula de teatro... Aqui, na realidade das classes populares, isso não existe, então, acredito que, se precisamos de lei, é porque temos um problema ainda, mas eu ainda acho bem-vindo, e precisava ser o triplo ou cinco vezes mais com esse tipo de coisa, entendeu? Eu não vou rejeitar, não sou louco de rejeitar isso, mas eu acho que deveria ser política pública estabelecida como cultura e como educação também.

 


Raimundo Rodriguez_foto_ Sandra Moraes

P - Apesar de eu achar que a arte não deve, obrigatoriamente, ser engajada em nada, pois ela não tem a obrigação de ter essa característica... Como você bem disse, quando você faz arte você faz política, certo? Como é que você analisa o Brasil de 2024, como que você enxerga o Brasil do século XXI?

 

R - Eu me sinto como como a maioria dos brasileiros, perdido. Totalmente perdido. Nossa! Eu estou vivendo um dia de cada vez. Sou muito ansioso, trabalho por ansiedade, transformo a minha ansiedade em algo produtivo, em algo legal, em algo bacana e que as pessoas possam ver. Então, as pessoas, às vezes falam assim, nossa, você trabalha demais. É trabalho demais. Uso a minha ansiedade para o Brasil, um dos países mais ansiosos do mundo, se não for o primeiro. Então, assim, eu uso, eu tento canalizar a minha ansiedade para o meu trabalho, em coisa positiva. Eu falo trabalho enquanto arte, porque o meu trabalho é ser artista. Eu não falo “a minha arte”, é o meu trabalho. Eu sou um artista, sou um trabalhador da arte. Sim. E o Brasil precisa de mais artistas. Trabalhadores artistas que possam trabalhar. Quando a gente fala trabalho não é aquele trabalho da escravidão, mas é aquele trabalho que possa te levar à reflexão. Então cada vez, quanto mais eu trabalho, mais eu vou me conhecendo. E nesse conhecer, vou vivendo num dia de cada vez. O mundo hoje é caótico, está tudo caótico, você não sabe, de repente, aparece uma coisa do nada e aquilo extrapola e aquilo viraliza, não é mesmo? Então, quanto mais artista, quanto mais pessoas fazendo arte por mero prazer e eu acho muito importante porque isso dá autoconhecimento e um pouco de serenidade.

 


P - Estou impressionado com o tamanho do CENARTE... O que representa o CENARTE para você? O que você já fez e que que você espera fazer nesse espaço de convivência artística?

 

R - Eu poderia reduzir, eu gosto muito de reduzir as coisas em frases, né? Porque eu digo que eu sou um artista que só junta coisinha, a única coisa que eu faço é juntar coisinha ou juntar pessoas, ou juntar sentimento. Então CENARTE para mim é uma grande performance, isso aqui estava desativado, com capim de quatro metros, eu falei, pô, vamos transformar isso? Porque eu acho que é isso, é mostrar o poder da transformação. É trabalho, é dedicação, é o momento de chamar as pessoas para virem, chamar as pessoas para frequentarem, dar um curso, dar uma palestra extra e eu acho que é isso, acho que em qualquer lugar que tenha um espaço deveria virar um centro cultural, qualquer lugar, como tem a Galeria do Poste lá em Niterói, do meu amigo Ricardo Pimenta. Eu falo, cada poste da rua é uma galeria de arte. Muito legal. Então eu acho que assim, em cada bar, em cada salão de beleza, em cada escola e cada lugar, em cada espaço, fechado ou aberto, tem que ser um espaço de reflexão artística. É assim que eu acho, por isso o CENARTE para mim é isso, é o espaço de juntar gente, é um espaço de juntar as pessoas.

 

P - Raimundo, mais uma vez eu quero agradecer muito a sua disponibilidade, eu sei que você é um homem muito ocupado, muito obrigado por ter me recebido aqui no CENARTE, é maravilhoso e eu não podia também deixar de fazer essa pergunta pra você pra encerrarmos a nossa entrevista. Quais são os planos pro futuro?

 

R - É, plano para futuro... A gente propõe as coisas, mas as vezes as coisas não acontecem. Então eu vou, eu vou fazendo o que dá, vou aceitando alguns convites, não aceito outros, eu já tenho um filme pra rodar agora, acho que pro ano que vem, já já estou com contrato na mão pra fazer esse filme lá no Mato Grosso, é isso é a única coisa que eu tenho. As coisas vêm acontecendo, e naturalmente, eu analiso, faço não faço, mas nós não estamos numa Suíça, nós não estamos num país desenvolvido, e sempre falo muito isso que nós não estamos num país desenvolvido, que você possa programar daqui a dois anos eu vou fazer isso. Ano que vem eu vou fazer aquilo. Nós vivemos num país do imediatismo... Por isso viver um dia de cada vez. Mas sem perder a perspectiva de futuro. O desejo de continuar caminhando já e uma grande vitória.


 

A Economia Criativa como Motor de Desenvolvimento, Emprego e Renda

A Economia Criativa se destaca como um dos principais motores de desenvolvimento econômico e social no século XXI. Ao contrário dos modelos tradicionais de produção, este segmento se baseia no capital intelectual, na inovação e na criatividade humana. Isso inclui áreas como artes, design, audiovisual, música, moda e tecnologia, que não só geram emprego e renda, mas também contribuem para a construção de uma identidade cultural e para o aumento da competitividade de países no cenário global.

De acordo com o Relatório da UNCTAD, a Economia Criativa representa cerca de 3% do PIB mundial e, em muitos países, cresce a taxas superiores a outros setores. Ao promover a inclusão social e a diversidade cultural, a Economia Criativa se consolida como uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento sustentável, criando oportunidades para pequenos empreendedores e gerando renda em comunidades urbanas e rurais.


Inovação na Certificação e Distribuição Musical Global

DUBAI, na GITEX 2024



Nesse cenário de constante transformação, a Cedro Rosa Digital surge como um exemplo de inovação no mercado musical. Fundada pelo produtor e compositor Antonio Galante, a plataforma se destaca pela certificação e distribuição de obras e fonogramas de artistas de cinco continentes. A empresa não só permite que criadores independentes tenham seus trabalhos licenciados globalmente, como também oferece um modelo transparente de remuneração, garantindo direitos autorais justos para compositores, intérpretes e produtores.

A Cedro Rosa Digital tem uma forte parceria com instituições como a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o Parque Tecnológico da Paraíba, a EMBRAPII e o SEBRAE, colaborando no desenvolvimento de tecnologias inovadoras como o sistema CERTIFICA SOM. Esse sistema utiliza inteligência artificial e blockchain para garantir a correta identificação das obras musicais, seus compositores e toda a ficha técnica, facilitando a monetização e a distribuição dos direitos autorais de maneira global.


Stand da Cedro Rosa em Dubai 2024

Essa abordagem não só permite uma maior eficiência no licenciamento de obras para publicidade, cinema, TV e plataformas de streaming, mas também contribui para uma economia mais justa, em que o trabalho dos criadores é devidamente reconhecido e recompensado. A tecnologia está no centro da estratégia da Cedro Rosa, possibilitando uma nova era de transparência e inclusão no mercado musical.


Portal CRIATIVOS!: Um Hub de Intelectuais e Artistas

Além da inovação tecnológica, a Cedro Rosa também se destaca pela promoção da cultura e da criatividade por meio do portal CRIATIVOS!. Com quatro anos de atividades ininterruptas, o portal reúne centenas de jornalistas, artistas, cineastas e intelectuais para discutir e divulgar temas ligados à arte, cultura e Economia Criativa. O portal funciona como uma plataforma colaborativa, onde artigos, entrevistas e resenhas são publicados diariamente, abordando desde as novas tendências do mercado audiovisual até políticas públicas para o setor criativo.


O CRIATIVOS! se posiciona como uma ferramenta fundamental para amplificar vozes de criadores de todo o mundo, servindo como um ponto de encontro para debates sobre o futuro da cultura e da tecnologia. O conteúdo publicado não só informa o público, mas também contribui para a formação de uma consciência crítica sobre o papel da criatividade no desenvolvimento das cidades e da economia local. Para conhecer mais sobre o portal, acesse CRIATIVOS!.



A combinação entre a Economia Criativa e a inovação tecnológica proposta pela Cedro Rosa Digital e seus parceiros é um exemplo claro de como o setor pode gerar impacto significativo no desenvolvimento econômico e social. Ao certificar e distribuir obras de forma global, utilizando tecnologias de ponta e promovendo a diversidade cultural por meio do portal CRIATIVOS!, a Cedro Rosa prova que a criatividade é uma força motriz para o crescimento sustentável.

Essas iniciativas mostram que investir em cultura e tecnologia não só gera empregos e renda, mas também fomenta a inclusão social e a democratização do acesso à arte e à informação, fortalecendo a identidade cultural e impulsionando a economia local e global.

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