Músicas sublinhando fatos. Vem mais música aí
- Lais Amaral Jr
- 18 de dez. de 2024
- 5 min de leitura

Acordei cedo no sábado passado – passei a Sexta-feira em branco -, e logo me conectei com o noticiário, via YouTube. Havia um clima de euforia no ar. Não se falava de outra coisa em vários noticiários: prisão preventiva de um general de quatro estrelas, o senhor Braga Neto. Fui à mídia tradicional e a coisa estava ruidosa também.
O homem fora preso em casa, em Copacabana, bem cedo. Certamente a química deve explicar o que senti. Foi um surto de satisfação instantânea. E de imediato veio à mente uma canção, o que costuma me acontecer nessas ocasiões. Uma canção vem emoldurar um fato, ou fatos, que mexeram comigo:
- “O Rio amanheceu cantando / Toda a cidade amanheceu em flor / Os namorados vão pra rua em bandos / Porque a Primavera é a estação do amor”.
Primavera no Rio, composição de João de Barros, que foi sucesso no início dos anos 1930 com Carmem Miranda. E sucesso em outras vozes. Eu a conheci na interpretação de Dalva de Oliveira. É daquelas músicas do passado, e que obviamente não integram o repertório de gerações posteriores, mas que quando são ouvidas, são sempre reverenciadas.
Por isso, ela (a canção), junto a tantas outras, ficou guardada em alguma gaveta nas dobraduras da memória, e foi desengavetada com a notícia-bomba logo pela manhã desse sábado. E a boa notícia não traduz o prazer pelo prazer, assim como ver um adversário se esborrachar. Não. A sensação, até gratificante, foi de acreditar, naqueles instantes, que algo mudara.
Que algo esteja mesmo, mudando. Um poderoso, daqueles grupos de intocáveis, sendo punido, com cadeia. Mesmo que preventivamente, pois ainda será julgado, e que tenha todo o direito de defesa. Que seja julgado e, condenado. A sensação de gratificação somente será verdadeiramente concretizada, com a condenação desse general, e de todos os envolvidos nessa sórdida e repugnante trama.
E a sordidez do que foi tramado, dessa vez, supera de longe, iniciativas justificadas por aqueles gastos clichês sobre nossas Forças Armadas. Coisas do tipo: “a única guerra que nossas Forças Armadas participaram foi a Guerra do Paraguai, uma guerra por procuração a mando da Inglaterra” ou: “nossas Forças Armadas estão habituadas a golpes desde o nascedouro da República”. O que corrobora com a naturalização de indignidades como essa que soubemos agora. Bom que a banda podre não contaminou as Forças Armadas com um todo.
A sórdida e repugnante trama, foi urdida para ocorrer ainda em dezembro de 2022, antes da posse do Presidente da República, eleito, o que aconteceria em janeiro de 2023. O plano, segundo o que dizem os relatórios da Polícia Federal, a partir de depoimentos de envolvidos, militares inclusive, como o tenente-coronel, Mauro Cid, era de sequestrar e assassinar o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin e o presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes. Então tomariam o poder. Não dá para naturalizar uma coisa dessas, não é meus amigos?
Numa hipótese mais que absurda, se a trama ocorresse do outro lado político, hoje estariam batendo latas e gritando a todos pulmões o slogan símbolo da mentalidade imediatista que prefere a violência extrema no lugar da justiça: “bandido bom é bandido morto”. Nada disso, Justiça neles. Lula mesmo reiterou que Braga Neto tem direto à presunção de inocência. Sim, como qualquer cidadão. Que a fronteira entre barbárie e civilização, fique bem visível, bem nítida. E que o general tenha a coragem de dizer quem é o “pessoal do agronegócio” que doou a grana para custear a trama criminosa, como afiançou o mesmo Mauro Cid em seu depoimento.
Me desculpem a crônica pesada, amigos, mas esse fato merece mais barulho do que está sendo feito. E agora, minha mente volta a me cutucar, se pronunciando por meio de uma marchinha, de Fernando Lobo e Paulo Soledade, sucesso no Carnaval de 1951, com a mesma Dalva de Oliveira. Ela começa assim:
“Oi! Zum, zum, zum, zum, Zum, zum, zum! Tá faltando um! “Oi! Zum, zum, zum, zum, Zum, zum, zum! Tá faltando um!
Certifica Som: Tecnologia para Transformar a Música Global
"A tecnologia deve estar a serviço do desenvolvimento e da geração de emprego, renda e inclusão, não o contrário", declara Antonio Galante
A Cedro Rosa Digital, plataforma pioneira na certificação e distribuição musical, está desenvolvendo um ambicioso projeto chamado Certifica Som. A iniciativa, em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), conta com apoio de instituições como EMBRAPII e SEBRAE, e reúne um time de doutores, pesquisadores e desenvolvedores de alto nível. O objetivo é claro: utilizar tecnologias como inteligência artificial e blockchain para certificar milhões de obras e gravações, beneficiando milhares de artistas em todo o mundo.
"A tecnologia deve estar a serviço do desenvolvimento e da geração de emprego, renda e inclusão, não o contrário", afirma Antonio Galante, produtor cultural e compositor conhecido no meio musical como Tuninho Galante.
Com décadas de experiência na defesa dos direitos autorais, Galante destaca um dado alarmante: entre 10% e 15% dos direitos autorais globais deixam de ser pagos devido à falta de certificação adequada das obras e gravações.
Esse problema, chamado por especialistas de "gap de certificação", gera prejuízos bilionários para a indústria musical e seus criadores. Estima-se que, apenas em 2023, mais de US$ 2 bilhões tenham ficado retidos em sociedades de arrecadação ou distribuídos incorretamente, afetando principalmente artistas independentes e pequenos produtores.
O Certifica Som busca preencher essa lacuna ao criar um sistema que documenta de forma precisa a autoria, os intérpretes e a ficha técnica das músicas. Através da tecnologia blockchain, o projeto garante um registro imutável e rastreável, essencial para a distribuição justa de royalties. Além disso, a inteligência artificial facilita a análise de grandes volumes de dados, acelerando o processo de certificação.
Crescimento Global e Inclusão
A Cedro Rosa Digital já representa artistas de cinco continentes, com um repertório que reflete a diversidade cultural do mundo. "Nosso objetivo é criar um ambiente onde todos, desde grandes produtores até músicos independentes, tenham oportunidades iguais de monetizar seus trabalhos", explica Galante.
Com sua expansão acelerada, a plataforma também fortalece o soft power brasileiro, destacando a riqueza cultural do país no cenário global. “Estamos transformando a maneira como a música é certificada e consumida, garantindo que mais pessoas possam viver de sua arte e que os direitos autorais sejam respeitados em escala internacional”, conclui o fundador.
O projeto Certifica Som é mais do que uma solução tecnológica; é um passo decisivo para democratizar o acesso a direitos autorais e tornar o mercado musical mais inclusivo e sustentável. Com iniciativas como essa, a Cedro Rosa Digital se consolida como líder em inovação no setor e defensora incansável dos criadores de música em todo o mundo.
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