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Foto do escritorLais Amaral Jr.

Nelson Gonçalves e todas as vozes em Angra dos Reis


Lais Amaral Jr.


Hoje é dia de Reis. Dia 6 de janeiro. É o primeiro texto do ano. Depois dos últimos, impregnados de temas natalinos e ano novo, volto aos esbarrões com nomes célebres na nossa cultura. Da música, principalmente. E o personagem do dia me remete à cidade de Angra dos Reis, homenagem a Belchior, Gaspar e Baltazar. O personagem do esbarrão é o cantor Nelson Gonçalves, não um dos Reis Magos, claro.


Angra foi descoberta quase junto com o Brasil. Diz a história oficial que ocorreu em 6 de janeiro de 1502 e os méritos do feito são atribuídos ao navegador Gonçalo Coelho. Angra é o mesmo que baia e o navegador encantado com o tamanho e a beleza da enseada, batizou o local, como a Angra dos Reis, homenagem ao Dia de Reis. Vamos para alguns parágrafos de memória.


Quase cinco séculos depois de Gonçalo Coelho, eu descobri Angra. Foi numa Semana Santa no ano de 1989. Eu fora com os amigos: Élcio Braga, que depois foi repórter especial e premiado de O Dia, e agora é documentarista com canal no YouTube, e Marquinhos, que já trabalhara num jornal local. Eu tinha sido demitido de um diário em Nova Iguaçu pela suspeita de liderar um suposto movimento paredista de jovens jornalistas estagiários. Eu era então, chefe de redação, Élcio Braga era meu ‘foca’ e Marquinhos o diagramador.



Chora Cavaco, uma ótima playlist de samba na Spotify.



Terminado o feriadão eles retornaram à baixada. Eu fiquei. Fiz teste no jornal local e passei a trabalhar no veículo que era semanal, o jornal Maré e na Rádio Angra AM, que pertencia ao complexo de comunicação do João Carlos Rabello, que tempos depois iria adquirir o lendário Pasquim, ainda comandado pelo Jaguar. No jornal Maré conheci pessoas muito legais entre elas a Grice Faria (minha editora), o Jardel Junior, que mandava na redação, o Antônio Clementino, que era revisor e tinha outras funções também na Rádio, que ocupava o mesmo prédio em frente ao cais de Santa Luzia. E mais: Itair Turíbio, Sérgio Oliveira, Beto Carmona, Enilda Trindade, Murilo Correa e Conceição Soares, pessoal da Rádio. Conceição me sugerira o teste. Já namorávamos desde a tal Semana Santa.

Mas, e Nelson Gonçalves? Pois então. Angra tinha uma boa quantidade de seresteiros e amantes das serestas e no início dos anos 1990 foi criado um clube de amigos da seresta na cidade. E foi esse clube, muito ativo em realizar eventos de cantoria, que em 1991, se não me engano, levou o grande Nelson Gonçalves para cantar na cidade. E foi uma grande noite. O público chegou com força à Avenida Júlio Maria para se ajeitar diante do palco montado próximo ao cais de Santa Luzia.

O casarão onde funcionava a redação do jornal Maré e os estúdios da Rádio Angra, ficava ali pertinho do cais. Terminado o expediente deu tempo de sobra para conseguir um lugar privilegiado diante do palco. Os seresteiros do clube estavam exultantes e não era pra menos. E praticamente todos cantaram no evento. Vinha o seresteiro ou a seresteira, acompanhado do regional, interpretando um dos muitos sucessos do convidado ilustre e Nelson vinha lá de trás das cortinas e completava a canção iniciada pelo seresteiro que se calava, postado ao lado do mestre. Muito legal.


Claro que o olho de repórter, viciado em procurar coisas além das aparências resolveu agir. Embora curtindo adoidado a festa, notei o esforço que a maioria dos cantantes fazia para soltar e impulsionar a voz e quando vinha o Nelson, franzino, enfiado num terno escuro, os cabelos pintados com prazo de vencimento expirando, era um contraste só. O homem soltava o vozeirão, e nenhuma veia se pronunciava na garganta. Cantava quase com displicência.


Músicas com estórias e personagens do Rio de Janeiro, nesta playlist!



Não era por soberba, era seu jeito tranquilo e seguro. O seresteiro se esforçava e soltava a voz: “Lembro um olhar / Lembro um lugar / Teu vulto amado / Lembro um sorriso / E o paraíso / Que tive ao teu lado”, a canção seguia e então vinha o Nelson na maior paz, sem esforço algum e com aquela potência inigualável na voz para a segunda parte da música: “Sou agora / No mar desta vida / Um barco a vagar / Onde está o teu olhar / Onde está teu sorriso / E aquele lugar / Eu devia sorrir, eu devia / Para o meu padecer ocultar / Mas diante de tantas lembranças / Me ponho a chorar”. (Lembranças – Benil Santos/Raul Sampaio). Valeu mesmo. Grande Nelson Gonçalves e gratidão aos seresteiros de Angra dos Reis pela oportunidade.


 

Música.



Evandro Lima e Lais Amaral


 

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