Não sei
Uma das boas vantagens da idade é uma certa liberdade que a gente adquire para pequenos exageros na nossa biografia.
Posso, por exemplo, sentar para conversar com alguém bem mais jovem e criar uma bela história de castelos e princesas, enfeitada com atos de heroísmo e batalhas de quase morte.
No final é bem provável que a/o ouvinte nem acredite no relato, mas, por uma questão de respeito ou quem sabe uma peninha incontida, louvará minha astúcia e minha coragem.
Talvez até jure de pés juntos (nunca entendi muito bem essa expressão) que a partir desse momento seu sonho de vida é desfrutar de aventuras como as minhas.
O importante é que, ao final, ninguém sairá com amarguras nem feridas.
Mas em que momento da vida conquistarmos esse direito?
Eu devo confessar que já lanço mão do artifício há muitos mais anos do que deveria.
Mas o momento exato talvez tenha sido naquela noite em que comemorava com amigas e amigos os meus 40 anos e alguém insistia em saber como eu me sentia entrando na perigosa casa dos “enta”.
Não lembro quantas vezes tive que repetir “não sei” sem que a criatura se desse por satisfeita.
Por fim, não aguentando mais a aporrinhação, pedi uma caneta, peguei um guardanapo e escrevi:
NÃO SEI
DE QUE VIDA É A SEMENTE
QUE BROTA ASSIM DE REPENTE
QUERENDO ME DOMINAR
NÃO SEI
SE É PAIXÃO OU LIBERDADE
O PERFUME DE SAUDADE
QUE TOMA CONTA DO AR
NÃO SEI
SE O AMOR É DESCONFORTO
TAMBÉM NÃO SEI SE MEU PORTO
É AQUI OU ALÉM
NÃO SEI
SE NAVEGO MAR PROFUNDO
SERÁ QUE EU SOU TODO MUNDO?
SERÁ QUE MEU MUNDO É NINGUÉM?
Só não me arrependo profundamente do que fiz porque posteriormente completei os versos e eles renderam mais uma linda parceria com meu querido e saudoso Delcio Carvalho.
Fora isso, foi uma terrível madrugada de tormento, com a figura exigindo que eu fizesse a melodia ou, o que era muuuuuuuito pior, se oferecendo para a tarefa.
O que me teria passado pela cabeça para fazer gracinha ao invés de lançar mão de uma boa, enfeitada e inocente mentirinha?
Mas, como diria minha avó Zinha, entre mortos e feridos salvaram-se todos.
Até a próxima esquina.
Entardecer
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