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O mal da humanidade


Paula Sabbag


Sempre ouvimos dizer que o egoísmo é a chaga do século. E de fato essa "doença da alma" faz com que as pessoas sempre queriam o bem estar, as vantagens, a alegria mais para si do que para os outros. E assim elas agem mais e melhor quando podem de alguma maneira se beneficiar de algo ou alguém. Uma vez ouvi uma frase que achei incrível: "O egoísta não é uma pessoa má. É que ele pensa tanto em si próprio que não enxerga o outro."


O egoísmo caminha com a falta de empatia, tema que já abordamos em outro artigo, e que é quase fazer mal ao próximo, já que demonstra falta de consideração com o outro. E o curioso é que o egoísta quase nunca se enxerga fazendo o mal para as pessoas. Porque está olhando pra si. O egoísta em demasia dificilmente cria conexões profundas com as pessoas porque esse tipo de conexão exige o exercício constante de se colocar no lugar do outro.


Sinto que nos dias de hoje as relações humanas parecem ter sido atingidas em cheio pelo egoísmo . E eu como ser humano falho que sou também não estou isenta dos meus momentos egoístas. E apesar de acreditar que essa característica é mais forte em algumas pessoas do que em outras, creio que quase todo exame de consciência sobre nós mesmos e nossas vidas nos leva a algum momento onde o egoísmo se fez presente.


E fico pensando se os ganhos de quem só pensa em si não são ilusórios. Porque o descaso com o outro consequentemente levará à solidão.E não me refiro à companhia física pois essa qualquer pessoa consegue com uma dose razoável de carisma. Angaria um parceiro "até que a morte os separe" aqui, um grupo de "melhores amigos" do momento ali. Mas como esses relacionamentos quase sempre beiram o superficial, a solidão que se sente é quando se olha pra dentro de si, porque há um vazio que as pessoas e as coisas "do momento" não preenchem.


Tenho muita esperança de que em um futuro não muito distante, pois gostaria de verdade que minha filha vivesse neste mundo novo, mais justo e coerente, as pessoas conduzam suas vidas com o sentimento sincero de "enxergar" o outro. Que possamos fazer todos os nossos esforços para combater essa característica em nós mesmos e deixar essa lição às novas gerações para que elas vivam em um mundo melhor do que o nosso. Para que a humanidade possa se tornar mais fraterna, mais confiável, mais unida.


 

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