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O que é a Velhice?

Foto do escritor: Eleonora DuvivierEleonora Duvivier


 

O psiquiatra suíço C G Jung nos diz que ao invés de mera decadência física, a velhice, para falar de maneira resumida, deve ser um desenvolvimento espiritual. Imagino se ainda poderia ser assim, quando a inteligência artificial nos tornar eternamente jovens.


   Luc Ferry, renomado intelectual, filósofo e professor francês, fala da promessa de progresso dessa inteligência, no tocante a saúde humana. Segundo Ferry, a inteligência artificial faz diagnósticos em cardiologia, dermatologia, radiologia, etc bem melhor do que a inteligência humana. Dá o exemplo de uma competição organizada há poucos anos na medicina de alto nível, entre 52 dermatologistas de 17 países diferentes, e a inteligência artificial.


   Mostraram à “máquina”, assim como aos dermatologistas, fotos de verrugas para saber se cancerosas ou não. As respostas da máquina foram 95% certas e a dos médicos foram 82%. Estes reclamaram, dizendo que deveriam saber também outros dados dos donos das verrugas, como a idade deles e o sexo. Deram-lhes então acesso às pessoas atrás daquelas fotos e seus diagnósticos certos passaram de 82% a 89%, e ainda assim, a máquina continuou vencedora.


   No campo da ciência médica, Ferry fala de progressos fascinantes no domínio da biotecnologia. Paraplégicos podem recuperar sua mobilidade graças à inteligência artificial.  Se a pessoa tiver um feto com fibrose cística, que é uma das poucas doenças monogênicas em que só um gene se encontra danificado, quem vai se impedir de retirar esse gene com a tesoura molecular que pode substituí-lo por um gene sadio?


   Há ampliações magníficas na nossa condição física, mas até onde podemos estender artificialmente o ser humano?


   Ferry acha que a consequência mais interessante da IA no domínio da biotecnologia é a revolução da longevidade. Há 220 vintes tecidos diferentes no corpo humano, logo, 220 tipos de células diferentes nesse corpo. No começo, só existe a célula-tronco, que é o óvulo. Depois, essas células se tornam pluripotentes e depois multipotentes, fabricando os diferentes tecidos e se especializando. Até recentemente se congelava os embriões, que são cheios de células-tronco, que nos cardíacos permitem fazer medicina reparadora. Quando colocamos células-tronco no coração deles, estas vão refazer este coração, diferenciando-se em células cardíacas.


   Um pesquisador japonês, que ganhou o prêmio Nobel em 2012 (Shinya Yamanaka) viu a possibilidade de reprogramar as células que se diferenciam durante a embriogênese para termos as células-tronco sem precisar congelar embriões, e poder fazer medicina reparadora. Ele encontrou o meio de reprogramá-las nos adultos e o conseguiu com 4 tipos de genes. Descobre então que a partir disso pode se fazer medicina reparadora e trabalhar sobre a longevidade humana.


   Jean Marc Lemaitre trabalha nas células senescentes, essas que, após termos 60 anos de idade, são produzidas pelo corpo e as quais o sistema imunitário não consegue evacuar. Tais células não mais se dividem, mas também não morrem, fabricando nos tecidos à sua volta todos os problemas da velhice: artrite, artrose, tudo que é inflamatório, perda de massa muscular, cataratas e câncer. Lemaitre diz que se for possível reprogramar essas células em células-tronco originais, teremos a solução para o envelhecimento.


    Devido a enorme quantidade de dados envolvidos na análise de células, como a sequência do genoma, tudo isso ocorre, graças a inteligência artificial. Desta feita, Lemaitre tem duas estratégias contra a velhice: moléculas que vão matar as células senescentes (fizeram isso em camundongos que ficaram muito mais bonitos do que aqueles que, da mesma idade, não foram tratados) - ou reprogramação das células senescentes em células-tronco originais, que então fabricarão tecidos saudáveis. Ele observou que o seu camundongo assim tratado, ao menos que seja pego por um gato, parece imortal pois em sua juventude prolongada, não se sabe quanto tempo poderá durar.


   Tal revolução da humanidade se chama trans humanismo. Não se trata de atrasar a velhice, mas de prolongar a juventude, impedindo o processo de envelhecimento. Tudo isso se deve ao sequenciamento do genoma, que levaria 40 anos para ser feito pelo cérebro humano e somente algumas horas pela máquina, devido aos milhões de bilhões de dados que esta pode processar.

  

   Ferry cita um poema de Victor Hugo que elogia a velhice, o qual diz: o jovem é belo e o velho é grande. Se vemos a flama nos olhos do jovem, nos do velho vemos a luz.

   Ferry conclui que esse elogio à velhice se deve a experiência que só se ganha com o longo tempo que se vive. Diz então, que a continuação de nossa juventude durante nossa velhice cronológica representa para a humanidade a possibilidade de sermos menos insensatos e violentos, ao mesmo tempo que mais sábios.


   Então, eu pergunto: Não será a sabedoria da velhice uma consequência de não mais sermos regidos pelos hormônios da juventude?


   Não será justamente a velhice do corpo o que traz maior desapego físico e material do mundo, colocando-nos mais como espectadores contemplativos do que agentes com a viseira da carne cobrindo nossos olhos?


   Não será o fato de a pessoa velha saber que já não tem tanto tempo de vida, o que a leva a poder dar a prioridade certà a coisas que realmente têm importância?


   E por fim: Não estará o desenvolvimento espiritual citado por Jung, de mãos dadas com o poente do corpo?


    Por que certas práticas espirituais, como jejuar, enfraquecem o físico enquanto fortalecem o espírito?


   Lembro-me de uma linda manhã, seguinte a um ritual de ayahuasca. Ao mesmo tempo em que eu estava fraquíssima, havia dentro de mim uma intensidade que eu nunca tinha sentido antes.

  Ao atravessar uma ponte que ia do terreno onde nos encontrávamos à casa principal, meus passos eram hesitantes e eu tinha que pisar com cuidado, como se fosse desmaiar a qualquer momento e cair dentro do riacho que corria ali embaixo.


Por outro lado, parecia que qualquer manifestação da natureza repercutia na minha alma, e eu, vazia de mim, era o grande recipiente de tudo o que me rodeava. O canto de um pássaro voando muito alto, atravessando inúmeras camadas da atmosfera que carregavam a sua mensagem como um eco de outras dimensões, rasgava o meu coração ao mesmo tempo em que o expressava. A fragilidade do meu corpo comungava com uma desconhecida força interior.


    Não é à toa que a sobrevivência dos místicos a sofrimentos desumanos, como aconteceu com São João da Cruz e Teresa d’Ávila, para citar dois, é frequentemente considerada milagrosa.


   O problema da ciência é achar que tudo começa e acaba na matéria. Por isso, só trata de sintomas.  A própria lei da causalidade material na qual se apoia deixa a desejar. Desde que toda causa é causada e, portanto, regida pela lei temporal que a determina, a causa última e não causada é inexistente.


   A ciência médica é digna de admiração, só que dentro de seus limites materialistas, esses que nunca encontrarão o espírito da criação. E que só poderão ver a velhice como algo a ser fisicamente concertado.


 

A Lei Paulo Gustavo (LPG) representa o maior investimento direto em cultura na história do Brasil.


De acordo com o balanço do Ministério da Cultura (MinC), estados, Distrito Federal e municípios executaram 95% dos recursos recebidos, o que equivale a R$ 3,9 bilhões. Esse alto índice de execução comprova a eficiência da política pública, criada durante a pandemia, e reforça sua relevância como um poderoso instrumento para impulsionar a atividade cultural em todo o país.

No entanto, o maior desafio não está apenas na execução dos recursos, mas sim no retorno desse investimento em percepção por parte dos artistas e da comunidade sobre a geração de emprego, renda e divisas para o Brasil. É fundamental que a sociedade compreenda que a cultura não é apenas entretenimento, mas sim um setor econômico robusto e estratégico.


A Cedro Rosa Digital tem desempenhado um papel crucial nesse cenário, atuando na certificação e distribuição internacional de obras e gravações musicais, garantindo que compositores e intérpretes recebam seus direitos autorais de forma justa. Além disso, a empresa investe na produção audiovisual de filmes e séries musicais, como '+40 Anos do Clube do Samba' e a minissérie 'História da Música Brasileira na Era das Gravações', consolidando a cultura brasileira no mercado global.


A Cedro Rosa também desenvolve o sistema CERTIFICA SOM, que conta com desenvolvimento técnico realizado pela Universidade Federal de Campina Grande, com fomento da EMBRAPII e do SEBRAE RJ, garantindo dados corretos das músicas, compositores, intérpretes e ficha técnica, para que todos os envolvidos sejam creditados e recebam direitos autorais internacionais.


O projeto conta com parcerias institucionais estratégicas, ampliando seu alcance e impacto no setor cultural e tecnológico.


Entretanto, um dos grandes entraves para o desenvolvimento da cultura no Brasil está na burocracia dos editais. Embora tenham o mérito de garantir transparência na distribuição dos recursos, esses processos acabam se tornando excessivamente complexos, dificultando o acesso de criadores de diversas áreas. A pulsão artística e cultural do Brasil é muito maior do que a capacidade da burocracia em organizá-la e apoiá-la. É necessário encontrar um meio-termo, simplificando os trâmites para que mais artistas possam acessar os incentivos sem a necessidade de lidar com um excesso de exigências documentais.


Os números da LPG mostram que os investimentos foram bem distribuídos pelo país. A região Nordeste foi a que mais executou recursos, atingindo 96% dos mais de R$ 1 bilhão repassados pelo Governo Federal. Outras regiões também tiveram altos índices de execução: Sudeste (95,6%), Sul (95,1%), Centro-Oeste (93%) e Norte (89,8%). Entre os estados que mais executaram os recursos, destacam-se Piauí e Amazonas, ambos com 99,8%, seguidos pelo Ceará (99,7%) e Rio Grande do Norte (99,6%).


Para além da execução orçamentária, a LPG tem demonstrado um forte impacto econômico. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre a LPG no Rio de Janeiro apontou que, para cada R$ 1 investido, o retorno econômico foi de R$ 6,51. Esse dado evidencia o potencial da economia criativa como um motor de desenvolvimento, geração de empregos e fortalecimento da identidade nacional.


Além disso, a economia criativa precisa ser fortalecida com maior alinhamento entre seus diversos segmentos. A integração entre música, audiovisual, artes gráficas, artesanato e outras expressões culturais é essencial para gerar um ecossistema sustentável. O sucesso de filmes como 'Ainda Estou Aqui', que vendeu 4 milhões de ingressos no Brasil mesmo com a ausência de salas de cinema em 80% dos municípios, demonstra a força da cultura nacional. No entanto, é necessário consolidar as conexões entre diferentes setores para maximizar os impactos da produção cultural.


 

Estou escutando agora na Cedro Rosa o Dream of Hapiness, de Ayre . Disponivel para trilhas sonoras!


credito: Cristina Borges / Bahia
credito: Cristina Borges / Bahia

 

A Cedro Rosa Digital trabalha para fortalecer esse alinhamento ao oferecer certificação e distribuição de músicas, garantindo que trilhas sonoras e obras autorais sejam licenciadas de forma justa e acessível para produtores audiovisuais. Além disso, ao investir na tecnologia do CERTIFICA SOM, a empresa facilita a correta identificação de autores e intérpretes, promovendo maior profissionalização e reconhecimento dos criadores.


A cultura brasileira precisa ser tratada como um ativo estratégico, capaz de projetar o país globalmente e gerar riqueza para seus cidadãos. É necessário desburocratizar o acesso aos incentivos, fortalecer parcerias público-privadas e garantir que iniciativas como a da Cedro Rosa Digital continuem a expandir as fronteiras da música e do audiovisual brasileiro. Apenas assim será possível transformar o investimento em cultura em um legado sustentável para o Brasil.


 

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