top of page

O Socialismo é Analógico e o Liberalismo Digital

Foto do escritor: Ivan Nunes FerreiraIvan Nunes Ferreira

Ivan Nunes Ferreira
Ivan Nunes Ferreira

As relações trabalhistas evoluíram muito nas últimas décadas, principalmente, em razão da criação da internet; das plataformas digitais; das redes sociais; da informalidade e precariedade dos vínculos funcionais.


 A partir daí, uma parcela considerável da população mudou suas perspectivas e anseios pessoais de trabalho, com o natural crescimento do empreendedorismo (desde o pequeno ateliê ao startup unicórnio); do trabalho autônomo ou coletivo transitório. Tudo, inclusive, com alterações nos ambientes de trabalho, como coworking; contratação de freelancers e muito trabalho remoto.


O trabalhador privado, paulatinamente, vem se distanciando da burocracia empresarial, deixando de ser preponderante a relação patrão /empregado e operário/dono de fábrica, mas, sim, a prestação de serviços e as relações colaborativas dentro das empresas, nas formas mais variadas e criativas.


Nessa nova realidade, prevalece o anseio por menos regulação estatal e mais liberdade individual, nas relações de troca de bens e serviços entre as pessoas, preconizada pelos modelos filosóficos e econômicos liberais.


O emprego público ou a carteira de trabalho não mais constituem, por si só, símbolos de status ou reconhecimento de competência, a não ser se a pessoa estiver empregada numa dessas Big Techs.


Nessa perspectiva, Adam Smith- segundo o qual os indivíduos devem e têm o direito de perseguir seus próprios interesses e, com isso, acabam por contribuir para a prosperidade geral- venceu Karl Marx, este   imaginava que a exploração do empregado pelo empregador redundaria no fim do capitalismo.


A China comunista, por sinal, entendeu, depois de Mao Tse Tung matar dezenas de milhões de chineses, que a prosperidade só viria com o capitalismo, embora capitalismo de Estado.

Como disse Deng Xiaoping, para enfatizar a importância dos resultados práticos em detrimento da ideologia:  “pouco importa se o gato é branco ou preto, o que importa é que mate os ratos”. 


Por isso, os novos arquétipos empresariais, nos grandes centros populacionais, para jovens universitários e empreendedores encontram-se representados por pessoas como Steve Jobs, criador da Apple ( Iphone e Ipad) ou Elon Musk, fundador da Tesla ; Neuralink ; Space X e Starlink.


Verdadeiros Michelangelo e Leonardo D´Vinci do início do Século XXI. O primeiro pela criatividade e o obsessão estética com seus produtos, e o segundo pela capacidade de conceber equipamentos inovadores; imaginar sonhos (como levar em breve o homem à Marte)  e realizar tarefas que pareciam impossíveis( como o foguete espacial que retorna à sua plataforma), uma espécie de Professor Pardal, só que bem-sucedido.

 Ambos começaram como pequenos rebeldes e, no início, impulsionaram seus próprios negócios.

Daí o enorme sucesso mundial  das  biografias  desses dois gênios, pelo primoroso Walter Isaacson ( Ed.Intrínseca).


Como disse Hayek, um dos baluartes do liberalismo, da Escola Austríaca: “O princípio orientador- o de que o princípio de liberdade para o indivíduo é a única forma que de fato conduz ao progresso- permanece tão verdadeiro hoje como foi no século XIX” (“O Caminho da Servidão”, editado pelo Instituto Ludwig von Mises, Brasil, 2010, p.222).


Nesse sentido, a história demonstra que quanto maior o Estado menos liberdade terão seus cidadãos, para se manifestarem e forjarem seus sonhos; objetivos e, inclusive, gerarem prosperidade geral.


 A liberdade, por outro lado, é inseparável da desigualdade, pois aquela tende a refletir as diferenças de ambição, talento e esforço de cada indivíduo. Dito isso, sempre algum Estado faz-se necessário, para garantir, ao menos, que todos tenham acesso à educação e à saúde básicas, além da segurança pública, para equiparar, na medida do possível, as oportunidades de desenvolvimento individual.


A ideia de uma igualdade quase absoluta, patrocinada pelo Estado, portanto, não me serve, sequer, como utopia.


Mas nada disso é novidade: “os revolucionários franceses descobriram, assombrados, que a liberdade era uma fonte de desigualdades...Assim, para que se estabeleça igualdade não haveria nenhum outro remédio senão sacrificar a liberdade, impor a coação, a vigilância e a ação todo-poderosa e niveladora do Estado. Que a injustiça social seja o preço da liberdade e a ditadura o preço da igualdade-e que a fraternidade só possa se concretizar de forma relativa e transitiva, por causas mais negativas que positivas, como no caso de uma guerra ou cataclisma que aglutine a população num movimento solidário-é algo lamentável e difícil de aceitar.

Entretanto, segundo Isaiah Berlin, mais grave que aceitar esse terrível dilema do destino humano é se negar a aceitá-lo (fazer como o avestruz)” (“O Chamado da Tribo”, Mario Vargas LLosa, Ed. Objetiva, 2018, p.165).


O mundo digital constitui uma realidade irreversível, com gadgets cada vez mais sofisticados, negócios via plataformas e rede sociais, formas criativas e ambientes diversos de trabalho, cada vez mais individualizados. O filme “Tempos Modernos”, com Charles Chaplin, tornou-se uma distopia não realizada.


O liberalismo, por sua vez, baseado na liberdade individual de ação e no empreendimento privado, assim como na liberdade de expressão e de difusão generalizada do conhecimento, acabará por enterrar as ainda remanescentes tentativas de intervenção e centralismo estatal, principalmente no mundo dos negócios e nas relações de trabalho.

 

Ivan Nunes Ferreira / advogado


 

O melhor da música brasileira!



 

Ouça Música de Alta Qualidade, Apoie Criadores e Descubra Novos Sons! 

A Cedro Rosa Digital reúne artistas de cinco continentes, oferecendo um universo de música independente e certificada. Crie playlists, apoie novos talentos e curta sons incríveis gratuitamente! 


 

Arthur Sendas, o Livro e o Personagem


Eliane Lage, a grande strela do cinema brasileiro nos anos 1950


Commenti


+ Confira também

Destaques

Essa Semana

bottom of page