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O Tameion, o Estoque e o Almoxarifado: Reflexões para 2025


Marcio Ferreira

O início de um novo ano nos convida a refletir sobre o que carregamos do ano anterior. Em 2025, essa reflexão é ainda mais urgente. As pendências que sobram – sejam físicas, emocionais ou mentais – pedem por organização. Como decidir o que arquivar, descartar ou levar adiante? E como lidar com a sobrecarga de uma sociedade que nos obriga a acumular mais do que conseguimos processar? Essa é a reflexão que me leva ao Tameion.


O Tameion: Um Espaço de Conexão e Transformação - Em minha casa, em Teresópolis, tenho um espaço que batizei de Tameion. Embora o termo venha de uma tradição bíblica, no meu contexto ele transcende essa origem. É um espaço físico e simbólico, onde se guardam objetos, memórias e pensamentos que ainda não sei como organizar. Ele reflete minha espiritualidade na Umbanda, um espaço onde a bagunça pode ser criativa e, ao mesmo tempo, um chamado à organização.

Como ensina um provérbio africano: “Se não sabes para onde vais, volta e vê de onde vens.” O Tameion, nesse sentido, não é apenas um depósito, mas um lugar de retorno às origens e de introspecção. É onde conecto minha ancestralidade com as demandas do presente, encontrando inspiração na espiritualidade que herdei.

Estoques e Almoxarifados: A Organização Necessária - Lembro-me do meu amigo Geremias, que trabalhou como almoxarife no exército. Ele guardava munições, armas e granadas com disciplina, ciente de que o armazenamento inadequado poderia ser desastroso. Essa metáfora é poderosa: todos nós somos almoxarifes de nossos próprios estoques mentais. Guardamos mágoas, expectativas, ideias inacabadas – muitas vezes sem o cuidado necessário.


Byung-Chul Han escreve: “A sociedade do desempenho é silenciosa, pois cada um é o patrão de si mesmo.” Estamos constantemente nos cobrando por mais, acumulando tarefas e pensamentos até o ponto de exaustão. Assim como Geremias precisava organizar armas, nós também precisamos tratar com cuidado o que guardamos em nossa mente.


O Estoque de 2024: O que Fazer com o que Ficou? - A transição de um ano para outro nos obriga a lidar com o que sobrou. Projetos inacabados, livros não lidos, filmes que ficaram na lista de espera. Há também o estoque físico e emocional: pedras no rim e na vesícula, um PSA que ainda exige atenção médica. Tudo isso me desafia a tomar decisões: o que arquivar, concluir ou abandonar?


Como ensina outro provérbio africano: “Aquele que carrega um fardo pesado deve parar de vez em quando para ajustá-lo.” Essa sabedoria nos lembra que a reorganização não é apenas prática; é um gesto de cuidado consigo mesmo.


Descartar: Algumas pendências precisam ser deixadas para trás. “O passado é uma roupa que não nos serve mais.” – Clarice Lispector.

Arquivar: Algumas memórias ou ideias podem ser guardadas para um momento futuro, desde que não ocupem espaço demais no presente.

Colocar na prateleira: Há tarefas que não precisam ser resolvidas agora. Elas podem esperar.

Concluir: O que ainda faz sentido deve ser terminado, como um gesto de respeito ao esforço já investido.


Abandonar: Nem tudo merece ser levado adiante. Reconhecer isso é um ato de maturidade.

A Sociedade do Excesso e a Sobrecarga - Essa reflexão não é apenas pessoal. Vivemos em uma sociedade marcada pelo excesso de estímulos e a escassez de tempo. Zygmunt Bauman descreveu bem essa dinâmica: “Vivemos em uma época de excesso de estímulos e escassez de significado.” Somos confrontados com a necessidade de fazer mais, consumir mais, ser mais – mas nunca nos é permitido pausar.


Essa sobrecarga mental e emocional tem consequências físicas. Como um oriki iorubá ensina: “O coração não consegue guardar o que o espírito não suporta carregar.” Essa frase nos lembra que o peso do que acumulamos, seja em nossos Tameions ou em nossas mentes, pode nos adoecer.


O Almoxarifado Mental - Assim como um almoxarifado bem cuidado, nossos estoques mentais precisam de organização. Isso exige um inventário regular: o que estamos guardando? Estamos armazenando mágoas e traumas como granadas prestes a explodir? Ou estamos cuidando do que é essencial?


Plutarco nos lembra: “A mente não é um recipiente a ser preenchido, mas uma fogueira a ser acesa.” Organizar o que guardamos não é apenas prático; é também uma forma de dar sentido às nossas vidas. Precisamos de espaço para o novo, mas também de clareza sobre o que já possuímos.


O que Carregar para 2025? - O início de 2025 é uma oportunidade para reorganizar, tanto o físico quanto o emocional. O Tameion interno – esse lugar onde acumulamos pensamentos, emoções e experiências – precisa ser revisitado. Como diz um provérbio africano: “Quando não há inimigos dentro de você, os inimigos de fora não podem te ferir.” Talvez a maior tarefa seja reconhecer o que realmente importa e desapegar do que não serve mais.


Entre o caos criativo do Tameion e a organização metódica do almoxarifado, há um equilíbrio a ser encontrado. 2025 pode ser o ano em que aprendemos a cuidar melhor dos nossos estoques – a abrir espaço para o novo, a desapegar do velho e a encontrar paz no processo.


Que Oxalá nos inspire a encontrar sabedoria e clareza, lembrando que a verdadeira força vem da harmonia entre o que carregamos e o que escolhemos deixar para trás.


Marcio Ferreira é um bagunceiro e acumulador nato. Mas promete melhorar em 2025


 

A junção de cultura, economia criativa e tecnologia pode ser uma poderosa ferramenta para alavancar o desenvolvimento de países pobres e reduzir a miséria. Esses três pilares se conectam para gerar oportunidades de emprego, inclusão social e fortalecimento das identidades locais, permitindo que comunidades historicamente marginalizadas transformem suas expressões culturais em fontes de renda e reconhecimento global.


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