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Foto do escritorPaulo Castro

PAIXÃO


Chegou na esquina, deu um alô geral pros amigos, entrou no boteco, pediu uma Salinas, que bebeu de um gole só sem fazer careta, e, depois, um chope. Encostou no balcão e ficou escutando o papo: futebol. A turma estava toda lá, e a conversa, às vezes calma, às vezes inflamada, girava, hoje, em torno da Seleção.


Todos torciam por ela, embora não houvesse unanimidade na escalação do time. Discutiam, gritavam e debochavam uns dos outros. Quem passasse e não os conhecesse achava que a briga era iminente. Ele, afastado, só observava, e essa atitude chamou a atenção do grupo, pois era justamente ele quem puxava a discussão, quem falava mais alto e quem mais pilhava os amigos com suas posições sempre extremamente passionais: “Que Neymar porra nenhuma! Deviam chamar o Gustavo Scarpa, que é dez vezes melhor do que ele”.


Uma afirmação dessas deixava os ânimos exaltados e a esquina em pé de guerra. As gozações surgiam: podiam chamar também o Antônio pro meio campo e o Reginaldo Barbicha pra centroavante. O primeiro era o dono do botequim, um português boa praça, dono de uma bela barriga que o impedia de qualquer jogada. Carrinho, nem pensar! Reginaldo Barbicha era escrevente no ponto do bicho. Macérrimo, fumante inveterado, joelho bichado, segundo ele por ter levado uma porrada quando dividiu a bola com Nílton Santos no campo do Botafogo, quando jogava no Madureira. Quem o conhecia bem dizia que a dividida foi, na verdade, com o Genésio, paraibano grosso, cozinheiro do Alcazar, numa pelada do aterro. Alguém escalava o trio de ataque: Scarpa. Antônio e Barbicha, não tem pra ninguém. A turma se mijava de rir. Ele acabava rindo também, e a esquina virava uma festa.


 

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Hoje, porém, estava destacado e com um ar meio triste. A amizade de muitos anos permitiu que o grupo se aproximasse e perguntasse o que havia acontecido. Ele pediu outra Salinas, que bebeu de um gole só sem fazer careta, outro chope, dessa vez duplo, e comunicou: seu namoro com Aninha tinha terminado. Surpresa geral. A Seleção foi pro espaço. Eles formavam o casal perfeito, namoravam desde os treze anos, viviam grudados um no outro e todos apostavam no casamento em breve. E agora isso. Qual a razão, todos queriam saber. Ele pediu outra Salinas, que bebeu de um gole só sem fazer careta, mais um chope duplo e satisfez a curiosidade da turma: Aninha se apaixonou pelo Wílson Piranha, guarda-vidas do posto três, que a tirou de uma vala quando já estava quase desfalecendo. O aconchego dos braços do herói a conquistou. Paixão à primeira vista, saiu da praia e foi fazer boca a boca no conjugado dele, na Constante Ramos: “um bom lugar pra se amar, Copacabana”.


Depois disso, não havia como continuar o namoro, que sabiam ele e ela estar desgastado pelo tempo. A turma não queria acreditar. Não é possível! Inacreditável, alguém falou. Um outro rebateu: inacreditável foi a Seleção levar sete gols!


Pronto! Começou tudo de novo! Quem devia ser chamado, quem devia sair, quatro três três, quatro quatro dois, líbero, cabeça de área... Resultado: Aninha, namoro e traição foram pra escanteio, Ele pediu outra Salinas, que bebeu de um só gole sem fazer careta, outro chope duplo e também entrou na discussão com seus argumentos absurdos: Magno Alves! Tem de chamar o Magno Alves! A esquina pegou fogo.


No final da noite, foi pra casa convencido de duas coisas: mulher que sai da vala no posto três e cai na cama no posto quatro não merecia o seu amor, e paixão, quer saber, ele tinha mesmo é pelo futebol.


 

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