PROFESSORES e JORNALISTAS !! SE...

Luis Santoro - Coleção de Carlos Alberto Afonso

Se a EDUCAÇÃO é – e ELA, realmente, É ! – todo o processo de articulação entre o HOMEM, desde sua concepção, e a CULTURA (hábitos e valores) que lhe antecede, não podemos ignorar o papel da COMUNICAÇÃO como verdadeiro eixo, seja ela espontânea ou produzida.

Se avançarmos a um segundo degrau desta reflexão – e avançaremos – identificaremos, entre outros instrumentos da Comunicação produzida, duas cabeças de atividades contemporâneas, cujos sêmens e essências remontam às ‘cavernas’, na cronologia planetária ou, mesmo, aos ilimites do mito, na ‘eternidade’. São elas o JORNALISTA informando e visando à horizontalização social do informado e o PROFESSOR, informando e ensinando em movimento verticalizador do informado.

Assim, do ponto-de-vista da INFORMAÇÃO, podemos didatizar, afirmando que “TODO PROFESSOR É UM JORNALISTA NO VAREJO e TODO JORNALISTA É UM PROFESSOR NO ATACADO” in ‘ABC da TOCA do VINICIUS, Carlos Alberto Afonso’.

Sobre as especialidades - diversificação disciplinar – e os segmentos temáticos dos veículos de informação, nós constatamos que nem sempre são limitadoras dos talentos, que acabam prevalecendo, como no caso do presente exemplo: nosso colega e amigo, PROFESSOR LUIZ SANTORO, com quem tivemos o prazer de trabalhar, num grande curso de pré-vestibular do RIO de JANEIRO, durante a segunda metade dos ‘anos 70’.

“ SANTORO “ – como Professores e Alunos o chamavam, tinha, à época, além das Salas-de-Aula, os encargos de Diretor do CPS. Muito alegre e ativo, era um verdadeiro ‘xodó’ dos estudantes, bem como, respeitado, admirado e querido pelos colegas. E, no dia-a-dia, não importando onde estivesse – no pátio, na sala-de-aula, na cantina, na sala-de-professores – Santoro era permanente imagem da Felicidade. E, nem algum mau resultado do nosso Vasco, tiravam o humor – ainda que discreto – no Maracanã.

Durante os ‘anos 70 e 80’, eu tinha o costume de levar meus alunos do segundo grau e da faculdade de Letras às Cidades históricas de Mariana, Congonhas do Campo e Ouro Preto e, nesta última, tradicionalmente, eu reunia todo o Grupo numa das 13 Igrejas, a de São Francisco de Assis, na Freguesia de Antonio Dias, para, in loco, fazer uma abordagem interdisciplinar – Música, Literatura, Escultura, Arquitetura e Pintura – à Arte Barroca, no Brasil, aludindo, por exemplo, ao Pe.Antonio Vieira, ao Aleijadinho e ao Athayde. Eram papos com cerca de 90 minutos, que passavam rapidamente, pela riqueza, pela beleza e – naturalmente – pelo ‘momento’ em si. Fantásticas experiências didáticas e Humanas !!!

Pois muito bem : levamos o CPS a Ouro Preto. Foram 16 ônibus inteiramente ocupados. Veículos grandes, confortáveis e seguros, pois aquelas viagens não saíam por menos de 9 horas de duração. E um, apenas 1 diário de bordo seria best seller sem sombra de dúvidas rsrs., pois, além da ‘aula’, havia, para os jovens estudantes o incomparável gosto da aventura.

Em função da quantidade de alunos, levamos – é claro – um Grupo de 20 Professores. E todos muito queridos e bem humorados. Mas... a ‘ estrela da companhia ‘ – no sentido do brilho – foi o – ainda jovem – Professor Luiz Santoro, que vibrava e participava de tal maneira que éramos tentados à crença da onipresença. Santoro foi uma vibração só, em nossa viagem pelo Barroco Mineiro.

No ano seguinte, eu trouxe à Cambuquira – minha paixão depois do Rio de Janeiro – meus alunos da Faculdade de Letras da Unisuam, que se dividiam entre um lindo CORAL, um inesquecível Grupo de TEATRO e uma competitiva equipe de futebol-de-campo com vistas ao torneio que organizamos junto com a Prefeitura local para cuja participação, trouxemos, também, o CPS do Professor SANTORO, que, desta vez, confirmou, através do esporte, sua polivalência.

Com tais ilustrações, amigos, eu pretendi desenhar o perfil de um EDUCADOR dedicado ao ENSINO, mas deixei para o final a revelação da disciplina do Professor Santoro: um grande Professor de Química, que, como tal, poderia – eu escrevi... “poderia...” - não ter nada-a-ver com Barroco Mineiro, Cantos Corais e Grupos Teatrais, não é verdade ? Mas este Quadro tão Amigo e tão Plural é o Professor que não se limita à especificidade disciplinar, a não ser, em salas-de-aula. Trata-se de um Educador Integral, que atende aos apelos educacionais, que vão além – bem além do ENSINO, que é digno instrumento da EDUCAÇÃO. E – cá-entre-nós, nada mais humano. Ou, aliás, nada mais revelador do Professor LUIZ SANTORO do que, nele, Professor de Química, identificarmos tantos traços tendentes às chamadas ‘HUMANIDADES’.

O espaço íntimo dedicado à COMUNICAÇÃO, neste nosso Amigo-Paradigma, é, na verdade, muito mais amplo do que o ‘suficiente’. E, de tal forma que, além do brilhante Professor de Química, e permanente apoiador entusiasmado e presente nos programas de Cultura, nosso querido Amigo, pouco adiante, foi convidado e contratado pela grandiosa REDE MANCHETE como âncora de seu JORNAL da MANCHETE.

Não há o que estranhar, pois, como conversamos no início, a EDUCAÇÃO é um PROCESSO cuja alma é a COMUNICAÇÃO e que instrumentaliza a INFORMAÇÃO e o ENSINO. E o resultado final – não custa repetir – é que, até mesmo reunidos numa pessoa só, TODO JORNALISTA É UM PROFESSOR NO ATACADO, enquanto que TODO PROFESSOR É UM JORNALISTA NO VAREJO. Salve o Professor LUIZ SANTORO e todos os nossos PROFESSORES E JORNALISTAS do BRASIL e do MUNDO.

Carlos Alberto Afonso, Casa da Bossa Nova – TOCA do VINICIUS, neste 15 de Março de 2021, para nossa querida CRIATIVOS !

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