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Foto do escritorpor Cedro Rosa

Artigo: Propósito, de Flavia Orlando + Entrevista ao Ponte Aérea!

Flávia Orlando para CRIATIVOS!


Flávia Orlando / crédito Breno Lahud
Flávia Orlando / crédito Breno Lahud

A palavra propósito, que já constava nos discursos mais inspiradores dos últimos tempos, tornou-se mais presente ainda nas redes sociais após a pandemia. Ainda bem. Propósito é o combustível da plenitude, da satisfação, do bem-estar.

Há mais de 20 anos, troquei uma carreira na Andersen Consulting, maior empresa de consultoria do mundo, por um futuro incerto no audiovisual. Havia pouco tempo, eu me formara em Ciências Econômicas na Universidade Federal Fluminense, achava bonito ser economista, trabalhar naquela firma enorme. Mas era profundamente insatisfeita com o meu dia a dia. A filosofia, as roupas, o trabalho em si, nada ali me representava. Ao mesmo tempo, não queria abraçar outra profissão onde corresse o risco de ser medíocre.

Então, eu decidi acertar logo naquilo que me deixava plenamente feliz: o cinema. Na época, nada de lei de cota de tela, as séries ainda não haviam invadido nossas salas. Eu larguei tudo para fazer CINEMA. O Quatrilho e O que é isso, companheiro?, haviam sido nomeados ao Oscar e o Barretão, dono da LC Barreto e produtor de ambos os filmes, precisava de uma assistente.

Na LC Barreto, fui assistente de comercialização, de direção e, logo depois, assinei o roteiro do longa-metragem “Sonhos e Desejos”, sobre um trio de amantes de um “aparelho”, durante a ditadura militar brasileira. Apesar dos prêmios de som e atriz no Festival de Gramado, o filme foi muito mal de crítica e público, mas a partir dele comecei a assinar como roteirista. Havia encontrado meu propósito: escrever roteiros audiovisuais.

Jamais neguei um trabalho por não achá-lo “nobre” o suficiente. Sempre escrevi com a mesma paixão para todos os documentários, longa-metragens e programa de variedades que assinei. Há alguns anos voltei a dar aula de roteiro. Já havia lecionado na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, mas agora estava disposta a realmente abraçar a missão de transformar aprendizes de roteiristas iniciantes em profissionais, um reforço à indústria audiovisual brasileira. Para isso, criei a minha marca Oficina de Roteiro. Em cada olhar dos meus alunos, eu vejo paixão, propósito.

Outro dia, na oficina de roteiro de piloto de série, revi The Marvelous Mrs Maisel, série original da Amazon, com os alunos. É a história de uma jovem e linda mulher que abraça a carreira de stand up comedy nos Estados Unidos dos anos 50. Midge Maisel pertence a uma rica família judia, mas um incidente incitante abre seus olhos para novos horizontes. Um incidente incitante é o evento que inicia um filme ou uma série. É o que desestabiliza a vida do protagonista. No caso de Midge Maisel, seu marido a abandona pela secretária. O clichê da série termina aí. Mrs Maisel é uma protagonista absolutamente fascinante, uma mulher que nos faz morrer de orgulho e afeto, alguém que abraça seu propósito com toda a coragem possível.

Na maioria das vezes, o incidente incitante é algo que o protagonista não deseja, que bagunça sua vida e o faz perguntar “por que eu?”. Porém, não há nada como um incidente incitante para nos sacudir, nos tirar do automático, apresentar novas perspectivas e ajudar a encontrar o tão falado propósito. Que essa palavra mágica não se deixe contaminar pelo cinismo, também tão em voga ultimamente, e siga eternamente na moda.


 
Flávia Orlando é roteirista de cinema e TV. No momento, roteiriza a terceira temporada da série Turma da Robótica, do Canal Futura. Ministra oficinas de roteiro de piloto de série, documentário, filmes de baixo orçamento e programa de variedades. Em 2019 lançou "Oren", seu primeiro livro pela Editora Letramento. Tem inúmeras produções de cinema e TV.
 

Assistam a excelente entrevista que Flávia Orlando concedeu ao Canal Ponte Aérea, com Sergio Schmid e Grande Elenco.



 

Criativos! é uma revista digital de Arte, Cultura e Economia Criativa e conta com a colaboração de centenas de artistas, criadores, jornalistas e pensadores da realidade brasileira.

Editada pela Cedro Rosa.

 

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