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Foto do escritorLais Amaral Jr.

Saudades de poetas memoráveis e festa para Manu da Cuíca a nova estrela que brilha



Há um ano e pouco, 4 de maio, deu-se uma despedida dolorosa que plantou na gente uma incômoda e funda sensação de perda. Um silencio definitivo nesses dias intermináveis e estranhos. O majestoso, Aldir Blanc nos deixou. Permitam que insira aqui a letra que fiz para um Chorinho tecido pelo meu parceiro musical, Guido de Castro. Chama-se: ‘O Encantador de Esquinas’, na intimidade, ‘Chorinho pro Aldir’:


O dia amanheceu e se fechou

Segunda-feira um viaduto desabou

Fugi de mim pra me esconder do que se deu

Um anjo torto vascaíno escafedeu

E o vazio estalou, foi bofetada em mim

Feito um gracejo Zona Note de ironia sem fim

Num carnaval que não mudei fiquei por cima

De boias frias e suburbanas colombinas


Seus passos eu percebo estão aqui

Esquinas Mudas, na Tijuca e Andaraí

E o menino ficou em Vila Isabel

No mesmo dia de um maio pra Noel

O velho tempo se roeu de pura inveja pra ver

Como se morre de amor para poder reviver

E os botequins mais vagabundos num furor

Vão sussurrar que simpatia é quase amor

Embriagada e zombeteira a sorrir

A sua alma cantarola por aí

Sou um amigo imaginado a te servir

Já fazes falta por aqui senhor Aldir.


É um dia que tem lá seus mistérios, suas manhas. Noel Rosa também está nele. Mas feita essa miúda, porém sincera homenagem ao mestre, quero falar de outra força da natureza ligada ao 4 de maio. A talentosa escritora, compositora e percussionista, Manuela Trindade Oiticica, a Manu da Cuíca, faz aniversário nesse dia. Ela que há pouco tempo foi colocada na mais alta prateleira como a melhor letrista da sua geração. E quem a classificou assim, não foi qualquer um. Foi um dos maiores conhecedores desse ofício em todos os tempos, justamente o mestre Aldir Blanc. Honraria que equivale à uma cadeira na ABL, um Oscar, um Grammy. E Aldir não errava.


Eu não tive a sorte de ter estado com Aldir Blanc pessoalmente, mas me sinto bem feliz de ter algo a dizer sobre a Manu. A conheci Manuela Trindade Oiticica. A primeira vez que estive com ela foi no já distante ano de 2006. Fomos finalistas de um concurso de contos promovido pelo caderno Prosa & Verso, de O Globo. Não lembro bem se foi na noite em que foi escolhido o vencedor ou no lançamento do livro Contos do Rio II, com os trabalhos dos dez finalistas, numa livraria no Leblon. Lembro que o sobrenome me atraiu, perguntei se tinha ligação com Hélio Oiticica e ela disse que era tio ou algo assim. Depois a vi umas poucas vezes no Bip-Bip, se iniciando na cuíca. Sempre a cumprimentava como ‘Oiticica’.



 

Escute Amor de Invenção, de Thiago Kobe e Manu da Cuíca. Repertório Cedro Rosa.

 


Eu que até então conhecia da menina o belo conto ‘Porta da Rua’ e sua discreta e simpática presença nas noites do Bip, me encantei até me emocionar violentamente ao ouvir o histórico samba da Mangueira de 2019. Só depois fui saber que Manu era autora, com Luiz Carlos Máximo e aquela turma toda. Lembro-me do também histórico discurso do carnavalesco Leandro Vieira depois da apuração. Leandro peitou o inominável do Palácio do Planalto que tentara desqualificar o Carnaval como festa popular. Grande discurso, grande Leandro Vieira.


No ano seguinte outro estouro para arrebatar a Sapucaí. Mas o samba de 2019 aperta meu peito e liquefaz meus olhos até hoje. E isso sempre que o ouço. Uma emoção interminável. Eu continuo portelense, mas amo a Mangueira. E a culpa é da Manu, essa Rueira e do Luiz Carlos Máximo. Parabéns Manu, tudo de bom. Abraço no Máximo e um beijo na Havana.


“Brasil, meu nego Deixa eu te contar A história que a história não conta O avesso do mesmo lugar Na luta é que a gente se encontra”


(‘História pra ninar gente grande’ - Manu da Cuíca, Luiz Carlos Máximo, Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Marcio Bola, Ronie Oliveira, Mama e Danilo Firmino).


 

O que rola de legal na internet?



Como monetizar o trabalho na Economia Criativa?

São 800 mil pessoas atravessando essa crise!




Os Grandes Mestres do Samba em uma playlist maravilhosa.



Marceu Vieira convida: Eu Acho que é Amor.



 

 

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