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Foto do escritorRedação / Criativos!

Teatro Anchieta – Sesc Consolação apresenta "MUTAÇÕES", com Luís Melo, Andréia Nhur e Alex Bartelli


MUTAÇÕES - FOTO ALE CATAN.- divugalação

Concebido e dirigido por André Guerreiro Lopes, MUTAÇÕES marca

o retorno de Luís Melo ao palco do Teatro Anchieta, após 21 anos


MUTAÇÕES reflete o caos contemporâneo sob a ótica filosófica milenar

O espetáculo inédito MUTAÇÕES é uma peça teatral livremente inspirada na obra milenar "I Ching". Com concepção e direção artística de André Guerreiro Lopes, dramaturgia de Gabriela Mellão, atuação de Luís Melo, Andréia Nhur e Alex Bartelli, a temporada estreia no Teatro Anchieta – Sesc Consolação, de 7 de julho a 20 de agosto, de sexta a domingo.

Tendo como base de apoio inspirações como as simbologias do I Ching - O livro das mutações, buscou-se uma investigação sensível a partir de múltiplas linguagens: teatro, cinema, música e artes plásticas, com o intuito de investigar e construir uma estrutura narrativa baseada em princípios taoístas, que recorrem ao uso de parábolas e poemas a fim de refletir sobre a condição humana.

Uma forma de abraçar o caos, no lugar de negá-lo, encontrar serenidade no centro nervoso de tudo o que nos move, mas também paralisa. Recorrer ao estado poético como um recurso estratégico de sobrevivência, borrar fronteiras artísticas, buscar forças complementares que atuem na cena através da qualidade de presença humana. Descansar a mente de respostas imediatas, recorrer ao direito de contemplar, exercitar a escuta ativa, transitar, ocupar em movimento.


 

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“Dentre as inúmeras perspectivas possíveis para se abordar cenicamente o I Ching – social, histórica, metafísica, etc. – a que mais me interessou na concepção da encenação foi o que ele tem de mais teatral: a própria ideia de jogo, um jogo de mutações, de alternância dinâmica de polaridades. O livro milenar é antes de tudo um código, uma simbologia para acessarmos as forças da natureza que regem o mundo dentro e fora de nós. O conceito central é o da mudança, o que instantaneamente estabelece um paradoxo. Se absolutamente tudo está em constante transformação, há algo que nunca muda, algo completamente imutável: a própria lei universal da mutação. É o fluxo dinâmico das nossas vidas, é o fluxo reinventado no palco. Em MUTAÇÕES, as personagens e situações são fragmentadas, estão em estado de instabilidade, mesmo quando há aparente imobilidade. As cenas justapostas ora se complementam, ora se contradizem, como versos de um grande poema. A imaginação ativa do espectador é onde o acontecimento se completa.” (ANDRÉ GUERREIRO LOPES)

Uma das principais características que marca este projeto é a simbiose de vivências de multiartistas de diversos coletivos em uma mesma “Ágora”; a potência criativa atrelada a um notório e reconhecido repertório artístico e técnico presenteia este processo com uma personalidade criativa excitante.

A temática de estudo abordada é matéria de pesquisa confluente entre seus integrantes na qual, de maneira independente, as práticas e estudos já são exercidas em seus processos individuais de desenvolvimento filosófico e artístico.

E foi exatamente por tais vivências e compartilhamentos que o núcleo, que surge neste projeto de forma espontânea, materializa o desejo da investigação em si no campo teatral por meio da obra MUTAÇÕES.

“Em relação ao meu retorno ao Teatro Anchieta, após 21 anos, é um misto de emoção e sensações muito boas. Ele foi a minha casa durante 10 anos e é muito importante na minha trajetória. Mas eu não consigo ver o Teatro Anchieta separado do Sesc Consolação, do CPT no 7º andar, de toda essa estrutura que gira em torno do Sesc com espaços expositivos, tudo faz parte de uma memória afetiva, de momentos muito felizes, muito intensos. E retornar agora com MUTAÇÕES, especialmente por estar se tratando de um tema que era basicamente a nossa cartilha dentro do CPT, a filosofia oriental, o taoísmo, eu tenho certeza que vai ser proporcionar excelentes recordações.” (LUÍS MELO)

 

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Linguagem, estrutura dramatúrgica e elementos estéticos

Mutação e movimento. Os dois conceitos centrais da obra milenar I Ching, elaborados a partir da observação profunda da natureza e do homem, formam o eixo central da encenação de MUTAÇÕES, princípios de onde toda a construção teatral se ergue: o jogo dos atores, o uso do espaço, a dramaturgia, a iluminação. A pesquisa do projeto se define como uma busca por “dar forma à impermanência”, tendo o vento em cena como recurso central. Cria-se espaços para o espectador experienciar um estado de suspensão, assombro e imersão sensorial. Mais próxima de princípios de justaposição e analogias do que da narrativa linear, a linguagem do espetáculo é criada a partir da intersecção entre as artes do teatro físico, da palavra poética e das artes visuais, na perspectiva de um teatro total. Ventiladores são estrategicamente colocados na área cênica movimentando figurinos e objetos, na busca de dar forma ao que o vento tem de mais poético: o invisível que movimenta o visível.

Mais do que “adaptar” o I Ching, a proposta dramatúrgica é um mergulho vertical em seus princípios e simbologias, criando um espetáculo em nada “folclórico” ou “étnico”, mas sim uma dramaturgia ocidental brasileira profundamente influenciada pelas ideias do material original. Os sentidos são criados por justaposição e colisão de imagens e ritmos, convidando o espectador a participar do jogo com sua própria imaginação. Além do texto falado, todos os recursos cênicos são considerados “dramaturgia”: a ação física dos atores, o espaço, a luz, o som.

“As polaridades entre um ancião e um jovem se manifestaram, assim como a figura por vezes mítica da personagem feminina capaz de se relacionar com a realidade e aquilo que a ultrapassa. Os três personagens se apropriaram do conceito de mutação que está na base do livro I Ching para viverem a impermanência da vida, interagindo entre si em um constante jogo de transformação.” (GABRIELA MELLÃO)

A cargo da cenógrafa Simone Mina, a cenografia de "MUTAÇÕES" remete um espaço simbólico para o desenvolvimento do jogo cênico, permitindo que se materialize a ideia de fluxo: cenário mutável e manipulável pelos atores, uso de elementos da natureza em estados de transição, tendo o vento como eixo central.

A luz é desenhada por Aline Santini, criando um jogo de opostos de claros e escuros: zonas de penumbra, sombras em movimento, explosões de luz e claridade, criando efeitos de ilusão, tridimensionalidade e rápidas mudanças visuais.

A trilha sonora é toda composta pelo diretor musical Federico Puppi. A sonoridade segue os princípios de estranhamento e imersão sensorial, utilizando os recursos de espacialização sonora do teatro.

O “homem” no I Ching é o elemento síntese do universo, onde as forças do céu e da terra se fundem de forma dinâmica, criando formas e fluxos. Na montagem, igualmente, o humano é o centro de toda a construção cênica, de onde todos os outros elementos partem e para onde tudo retorna. No palco, os atores e a atriz formam um jogo vigoroso, dando forma a personagens e acontecimentos em sucessivas transformações, onde os opostos entram em choque e se complementam: vida-morte; caos-harmonia; equilíbrio-desequilíbrio; construção-destruição. Na poesia do instante presente, do agora teatral, a síntese se forma e a vida se revela, permitindo que o público se coloque diante de um enigma, de uma “contradição” que o mobiliza.

Na cenografia e figurino há espaços, nada é fixo. Roupas como peles expandidas de cada intérprete. Objetos como matrizes. Espaços, roupas e objetos que emergem da constituição de cartografias de processo, a partir de uma imersão na subjetividade dos textos, com suas rotas e equações que sugerem novas formas de vida e de cena, novas maneiras de ver o mundo e as pessoas. A partir de ações como a do artista Francis Alys, um belga residente na Cidade do México, que viaja em busca de furacões e ciclones para, literalmente, ir ao seu encontro. Numa busca pela calma no olho do furacão, a arte sensorial brasileira nos traz algumas pistas, tais como a noção de Incorporação, do artista Hélio Oiticica. A parceria de Simone Mina, com o diretor André Guerreiro Lopes, sempre preza pelo hibridismo de linguagens, num processo em que as contaminações favorecem um espetáculo no qual nunca sabemos onde exatamente uma ideia começa e a outra termina. A experiência cênica então é transformada numa cartografia rizomática e colaborativa que estabelece uma poética compartilhada, num estado de copoiesis entre os participantes e, mais tarde, estendida ao público.


 

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Ficha técnica

Concepção e direção artística: André Guerreiro Lopes

Dramaturgia: Gabriela Mellão

Elenco: Luís Melo, Andréia Nhur e Alex Bartelli

Direção musical e trilha original: Federico Puppi

Cenografia e figurinos: Simone Mina

Iluminação: Aline Santini

Idealização e produção: Azayah

Coordenação de produção: Lauanda Varone

Assistência de Produção: Nayara Rocha

Consultoria "I Ching": Wagner Canalonga

Assistência de Direção e cartaz: Samuel Kavalerski

Assistência de Direção Musical: Ráae

Visagismo: Roger Ferrari

Desenho de Som: André Omote

Operação de Som: André Teles

Operação de Luz: Felipe Miranda

Fotos de Divulgação: Ale Catan

Assessoria de imprensa: Ney Motta

Realização: Sesc São Paulo

Serviço

Espetáculo: MUTAÇÕES

Estreia nacional: 7 de julho de 2023, sexta-feira, às 20h.

Temporada de 7 de julho a 20 de agosto de 2023

Sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 18h.

Local: Teatro Anchieta – Sesc Consolação

Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo

Informações: 11 3234-3000 Lotação do teatro: 280 lugares Valor dos ingressos: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia entrada) e R$ 15,00 (credencial plena) Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente a partir do dia 27/6, às 14h, no site sescsp.org.br, ou a partir dia 28/6, às 17h, nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo.

Classificação: Indicado para maiores de 14 anos

Duração: Aproximadamente 70 minutos




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