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Foto do escritorBrenno Mascarenhas

Tênis: Quase quarentões...

Brenno Mascarenhas, para CRIATIVOS / CR Zine.


Rafael Nadal, Final Roland Garros contra Novak Djokovic (10/10/2020) foto youtube
Rafael Nadal (11/10/2020) foto youtube

Domingo passado (11/10/2020), Rafael Nadal, aos 34 anos, derrotou Novak Djokovic e conquistou, pela 13a vez, o título de campeão de simples de Roland Garros, o aberto de tênis da França.

O resultado reaqueceu as discussões em torno do acentuado aumento da média de idade dos melhores jogadores do tênis mundial, principalmente no âmbito da ATP.

Negar o fenômeno não é tarefa fácil. Os três jogadores do topo dos rankings da ATP no início dos anos de 2020, 2010, 2000, 1990 e 1980 fornecem uma pista. Em 2020, os três melhores, Nadal, Djokovic e Federer somavam 103 anos de idade; em 2010, Federer, Nadal e Djokovic somavam 93 anos; em 2000, Agassi, Kafelnikov e Sampras somavam 85 anos; em 1990, Lendl, Becker e Edberg somavam 77 anos; e, em 1980, Borg, Connors e McEnroe somavam 70 anos.

É significativo também que em 1990 somente 6% dos 100 melhores tenistas do ranking da ATP tivessem mais de 30 anos. Hoje esse percentual ultrapassa os 40%. E, como informou há uns dois anos a revista inglesa The Economist, entre 1990 e 2017 a média de idade dos jogadores de Grand Slam subiu de 24 para 28 anos. Atribui-se a tendência não somente a avanços importantes nos terrenos da medicina esportiva, da preparação física, da fisioterapia e da nutrição, mas também à profissionalização do tênis, que se transformou num poderoso instrumento de marketing, e hoje proporciona aos expoentes do esporte altos prêmios pelos resultados nas quadras e fabulosa remuneração por participação em campanhas publicitárias.

Nesse contexto muito favorável, torna-se natural o adiamento da aposentadoria. Mas as recompensas financeiras e os progressos técnicos que permitem que se jogue tênis de alto nível até mais tarde não explicam tudo. É preciso reconhecer que, há mais de dez anos, mergulhamos numa quadra espetacular da história do tênis masculino, algo muito difícil de se reproduzir, em que atuam simultaneamente, no melhor de sua forma, os três maiores tenistas de todos os tempos.

Sim, os três maiores tenistas de todos os tempos estão em atividade, têm, em média, 35 anos de idade, e se enfrentam várias vezes por ano há mais de uma década. Claro que me refiro a Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, mais vitoriosos que qualquer outro tenista da era open, como Rod Laver, Jimmy Connors, Bjorn Borg, John McEnroe, Ivan Lendl e Pete Sampras incluídos, e também superiores a Bill Tilden, Fred Perry, Donald Budge, Pancho Gonzales, Kenny Rosewall e Roy Emerson, os grandes campeões do regime anterior, seguramente menos competitivo, em que os chamados profissionais eram segregados e proibidos de jogar os principais torneios.

Evidentemente que, como são os melhores de todos os tempos, é difícil de destroná-los. E, em consequência, aumenta a idade média dos melhores tenistas do mundo. Assim se compreende por que, de 2017 para cá, das 15 taças de campeão de simples masculina de Wimblendon, Roland Garros, Aberto dos Estados Unidos e Aberto da Austrália, 14 estejam nas mãos do trio Federer, Nadal e Djokovik. E mais, algo nunca visto na história do tênis desde 1878, quando se disputou a segunda edição do campeonato de Wimblendon: entre os tenistas em atividade, apenas um com menos de 30 anos tem torneio do Grand Slam na bagagem.


 

Brenno Mascarenhas é cronista, mestre em Direito Constitucional e Juiz de Direito aposentado.

Joga tênis desde 1966.

 


A partir de R$ 25.


 

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