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Foto do escritorPaulo Eduardo Ribeiro

Um cachorrinho chamado Ozzy





Todos já sabiam que o fim dele se aproximava, afinal ele já estava bastante debilitado por causa da diabetes, já não enxergava mais e precisava tomar insulina duas vezes por dia, nada disso, porém o impedia de vir ao meu encontro todas as noites quando eu chegava do trabalho.


Não estávamos preparados para sua partida, e no dia que chegava ao fim sua trajetória em nossa família, eu não tinha condições de vê-lo partir, preferi ficar na sala ao lado, sozinho, envolto em pensamentos que traziam a tona todo o tempo que pudemos viver juntos e desfrutar de todo seu amor, mas de repente uma mão repousa em meu ombro, e em meio a lágrimas meu menino só conseguiu dizer “pronto, ele partiu”.


 

Quinze anos antes!


Eu já tinha perdido as esperanças de poder ter um cachorrinho novamente, agora eu morava em um apartamento, com dois filhos pequenos, um animal de estimação não parecia ser algo viável, mas eis que de repente tudo mudou.

Como que num ímpeto impensado decidimos que iriamos ter um cachorro.

As lembranças de minha infância sempre com essas criaturinhas maravilhosas por perto imediatamente invadiram meus pensamentos, e imediatamente começamos a busca por aquele que viria a ser nosso primeiro animalzinho.

Lembrei-me do Duque, do Gasparzinho, do Teobaldo, do Frajola, do Gordo, do Cascão e de tantos outros caninos e felinos que fizeram parte de minha vida na casa dos meus pais, mas agora, pela primeira vez depois de tantos anos, teria a oportunidade de ter um cachorrinho meu só que não mais na casa deles, mas na minha casa.

E foi assim que depois de tanta procura o pequeno West Highland White Terrier chegou, e não tem como explicar a satisfação que foi preencher aquele cheque, e quase que hipnotizado pela pequena bolinha de pelo branca ouvir, meio que por alto, as instruções de como cuidar dele.


O nome não foi uma tarefa simples, Rex, Duque ou qualquer outro nome era imediatamente descartado, então coube ao caçula decidir, e ao contrário do que todos pensam o nome Ozzy não foi escolhido por causa do líder da banda de heavy metal britânica formada no ano de 1968, o Black Sabbath como eu particularmente prefiro contar, mas por causa de um personagem de um desenho da época, Ozzy & Drix.


E assim começou sua história na família Hungaro Ribeiro, nosso bichinho peludo ainda trazia consigo o fato de ter nascido no mesmo dia e mês do primogênito, era uma coincidência engraçada e feliz, mas naquele momento qualquer coisa poderia ser encarada dessa forma.


O primeiro final de ano com Ozzy em casa serviu para nos preparar para os finais de ano seguintes, ele não gostava de crianças (isso a gente já sabia) e descobrimos que ele também não gostava de fogos, era uma mistura de sofrimento e raiva por causa do barulho proporcionado pelos amantes da pirotecnia, e hoje, ao relembrar essas cenas, o vejo com algodão nos ouvidos ou no meu colo no sofá da sala para tentar acalmá-lo e diminuir seu estresse.


Como esquecer a primeira viagem de carro rumo ao interior, as paradas na estrada para aquele xixi básico, o tombo na pedra escorregadia da cachoeira em Gonçalves/MG, até sua última viagem em família, já bastante debilitado e carente a ponto de não conseguir dormir a noite toda e nos fazer tomar a decisão de voltar para casa, mas que bom que temos os registros desse passeio, principalmente em nossa memória.


Como esquecer a subida em uma das montanhas da cidade de Monte Verde/MG, onde o cachorrinho de apartamento sentiu pela primeira vez em sua vida o que era ser um cachorro.


Livre, solto, correndo e trazendo a tona todo seu instinto animal, colocando cada vez mais para fora a vontade que o movia e o fazia subir cada vez mais rápido rumo ao topo. Acho que foi a primeira vez que ele se sentiu assim, aquela sensação de liberdade até então jamais experimentada pelo pequeno cãozinho de condomínio.

Ah suas lambidas no nariz, quanta saudade, faziam qualquer problema do dia desaparecer, não havia naquele momento demonstração de amor maior, e tenho certeza que ele sentia também o amor retribuído, fosse numa carícia em seu focinho que, aliás, ele adorava, em sua barriga rosa ou em suas orelhas que ele fazia questão de oferecer quando queria que fossem acariciadas.


Quinze anos depois, exatamente no Natal daquele ano, o último registro dele em foto, no meu colo magrinho, cansado, mas feliz porque todos estavam presentes, até nossa norinha que entrou para a família, mas só o conheceu no finalzinho de sua vida, e esse registro repousa firme na estante de nossa sala, é a lembrança de seus últimos dias conosco.


Na virada do ano ele teve complicações por causa da diabetes, piorou bastante a ponto de não conseguir comer direito, e a cegueira fazia que ele por vezes batesse sua cabeça nos móveis, a solução foi deixar tudo o mais próximo possível daquilo que ele pudesse se lembrar, seu bem estar era nossa prioridade naquele momento, mas sua piora foi significativa e ele precisou ser internado.


Bom, o resto da história vocês já sabem, e por quase dois anos ter outro cãozinho era algo fora de cogitação, era muito sofrimento pensar em tudo que passamos.


O simples fato de ver pessoas caminhando na rua com seus bichinhos me levaram muitas vezes as lágrimas, mas um dia, chegamos a um acordo e decidimos que ainda somos jovens o bastante para dar e receber amor de outro bichinho, e foi assim que a Nina entrou em nossa vida, mas isso é história para outro momento.


Se ainda falamos do Ozzy? É claro, falamos dele sempre, inclusive para a Nina, e se por acaso bate aquela saudade, a gente olha pra foto do Natal na estante, agradece pela oportunidade de ter tido essa criaturinha conosco por quinze anos, deixamos as lágrimas mais uma vez caírem, enxugamos, respiramos fundo e pegamos a Nina porque agora é a vez dela construir outra história igualmente linda em nossa família.

Obrigado Ozzy, por nos dar tanto, fazer de nós pessoas melhores e por nos amar incondicionalmente mesmo sem ter consciência disso. Será?


Paulo Eduardo Ribeiro, do Canal Ponte Aérea, para CRIATIVOS!


 

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