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Foto do escritorLais Amaral Jr.

Um conto de fadas às avessas: peça de mobília seduz população



 

Há quem afiance a veracidade da história. E até jure ter presenciado. Quem não crê, classifica o suposto acontecimento como um delírio de alienados, usuários de ópio. 

 

      Como o cenário da tal história é um reino no qual tudo é possível, um local onde arcaicos senhores feudais matam povos originários para tomar suas terras, incendeiam matas para plantar seus commodities exportáveis, e onde até condenados por crimes hediondos se candidatam a cargos eletivos, eu prefiro não duvidar.  

 

      Direto ao assunto: Contam que o inusitado aconteceu próximo à eleição para a escolha do novo burgomestre de um povoado localizado no interior do tal reino, que fica mais ou menos entre latitude e longitude indefinidas e a meio caminho do Ocidente e do Oriente. 

 

      Dois candidatos disputavam o cargo. Como nenhum deles empolgava os eleitores, a Associação Comercial, em atitude de utilidade pública e democrática, organizou um debate há poucos dias do pleito.  

 

     O candidato da 'Situação', o funcionário fazendário, Armando Calado da Silva, era um homem de poucas palavras. Usava a mesma plataforma de campanha usada pelo atual burgomestre na campanha passada. Daria continuidade a atual administração.

 

Já o candidato de 'Oposição', Benedito de Oliveira, era um falador. Apresentador de programa matinal na rádio da cidade, era conhecido ao microfone pela pretensiosa alcunha de Dito Popular. Amante de clichês e frases de efeito, referia-se ao adversário, Armando Calado, como: "um gerúndio mudo e corrupto".   

 

      As pesquisas de opinião mostravam empate. Mas ambos perdiam feio para indecisos, brancos e nulos. O debate seria a oportunidade da escolha pelo menos ruim.

 

Chegou a noite do debate e o auditório da Associação Comercial estava lotado. Armando Calado, que recusou os cumprimentos do seu opositor, foi sorteado para ser o primeiro a responder à pergunta padrão elaborada pelos associados do Comércio. 

 

- "Por que o senhor é candidato?"  

 

   Armando Calado - "Sou candidato para dar continuidade ao grande trabalho que o nosso prefeito, o excelentíssimo senhor Caio Pinto dos Santos vem fazendo por nossa cidade..."  Mal concluíra a frase, foi interrompido pelo oposicionista: 

  

    Dito Popular - "Essa porcaria de governo?! Quero lembrar ao meu adversário e seus seguidores que: Quem com ferro fere, com ferro será ferido”, vociferou. Em resposta, Armando Calado, lançou um olhar enviesado seguido da ameaça:

 

- "Você vai me pagar. Você vai ver". Ao que Dito Popular rebateu:

 

- "Cão que ladra não morde. Você é um covarde”.

 

    A mediadora, interveio tentando acalmar os candidatos pedindo a Dito que aguardasse sua vez de falar. Mas era inegável que mal começara, o debate já saíra de controle. Os dois continuavam gesticulando e se agredindo verbalmente:

 

  Armando Calado - "Quem é você? Um Zé Ninguém que quer governar a cidade. Eu sou engenheiro formado..."

 

  Dito Popular - "Nem tudo que reluz é ouro, ‘seu’ almofadinha. Que casa você já projetou?" 

 

   Armando Calado - "Você é um nada, um fofoqueiro radiofônico. Eu e meu chefe andaremos pelos bairros ouvindo os moradores e..."

 

   Dito Popular - "Diz-me com quem andas e te direi que és, seu puxa saco, corrupto".    

 

   A essa altura, um frenesi já tomava conta da plateia, pessoas demostrado indignação se levantavam para sair, outras já caminhavam apressadas para a saída e eis que de repente...um zumbido incômodo soou no ambiente interferindo na balbúrdia que se formara. A seguir, um forte facho de luz amarela, vinda da claraboia do alto do salão, não se sabe como e nem porque, pousou sobre o praticável onde estavam os candidatos e a mediadora. Todos no salão ficaram paralisados ao ver uma grande cadeira de escritório, tipo Barcelona, descer flutuando no fluxo de luz e se acomodar entre os contendores. A mediadora afastou-se assustada, mas a tempo de ver os braços da cadeira se esticarem e esbofetearem os candidatos que caíram no chão.     

 

    Não demorou muito e o burburinho à porta da Associação chamou a atenção das autoridades. Os presentes deixavam o salão apressados. As pessoas na rua queriam saber o porquê do rebuliço. Ninguém falava nada. Os candidatos e seus assessores, juntamente com os diretores da Associação Comercial tiveram que comparecer à delegacia. O delegado e seus subordinados se comprometeram em manter sigilo absoluto sobre os depoimentos. Logo, todos foram liberados e seguiram para suas casas. 

 

     No dia seguinte ninguém ousava perguntar, nem a Armando Calado e nem a Dito Popular, o que causara a marca avermelhada em suas bochechas. Mas claro, cidade pequena, onde todos se conhecem, as notícias galopam. Ou voam, de boca em boca, de esquina em esquina.

 

     Dias depois, com a cidade envolta na atmosfera criada pelo estranho acontecimento, deu-se a eleição. O resultado, com os votos apurados pelos escrutinadores, motivou um comunicado do juiz da comarca ao Tribunal de Recursos Eleitorais, informando que a esmagadora maioria de eleitores, ignorou os dois candidatos e escreveu na cédula a palavra 'Cadeira', com inicial maiúscula e um 'X' rabiscado ao lado. 

 

     O TRE em nota oficial declarou não ter como ratificar a vitória de um candidato, no caso a Cadeira, que sequer fora registrado no cartório eleitoral. Mas que o tribunal também não se achava no direito de ir contra à soberana vontade popular. Julgando-se impedido para decidir, o juiz remeteu o caso para o Tribunal Supremo, que, enquanto analisa a questão, nomeou como burgomestre interino, um velho conhecido da cidade (já atuara como interventor por duas vezes), o cidadão nipo-estadunidense, Steve Akikomeno, até que saia a decisão oficial. Agora, é só esperar.  


 

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