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Um Decálogo para o Empresário do Século XXI




José Luiz Alquéres

Ex-Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro

Conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais - CEBRI


A recente sucessão de desastres empresariais no País e no exterior sugere que os empresários se voltem a cultivar alguns mandamentos fundamentais no plano dos relacionamentos entre pessoas e destas com a sociedade:


1º - Ética.

O comportamento ético no trato das relações humanas, sociais, profissionais e, mesmo, com a natureza, deve distinguir o caráter do empresário.


2º - Equilíbrio.

O empresário deve dar igual importância às suas relações afetivas, familiares, profissionais e, especialmente, ao respeito próprio.


3º - Zona de Conforto.

O empresário não exporá seus empregados a condições de ameaça como forma de leva-los a tentar produzir mais e, sim, deixa-los a vontade para que a autocobrança seja o maior estímulo para a superação dos desafios individuais.


4º - Voluntariado.

O empresário incentivará o voluntariado no âmbito dos colaboradores da empresa porque acredita que o bom cidadão faz o bom empregado, alinhado com os interesses da empresa. Nesse sentido, os empresários e colaboradores devem ser estimulados a participar de entidades de vizinhança e entidades de classe.


5º - Partes Interessadas.

Todos os colaboradores devem ser conscientizados do seu dever para com todas as partes interessadas no sucesso da empresa: consumidores, sociedade, poderes públicos, acionistas, gestores e seus colegas de trabalho.


6º - Respeitos aos Contratos.

Os contratos existem para serem cumpridos, ainda que isso possa implicar em algum prejuízo no curto prazo. No longo prazo, esse respeito será motivo de reconhecimento.


7º - Respeito às Leis.

A complexidade das leis, regulamentos contábeis e tributários e outras disposições de poderes legalmente constituídos, devem merecer a maior atenção e cumprimento por parte dos empresários.


8º - Transparência.

Tanto o empresário quanto sua empresa devem ser percebidos pelo público pelo que realmente são, sem subterfúgios, enganações, ofertas duvidosas ou práticas similares. O consenso público quanto a seriedade e honestidade é o maior patrimônio para o empresário, que não está livre de algum insucesso e da necessidade de recomeçar do zero.


9º - Tolerância.

Esse termo é empregado no sentido de respeito a todo tipo de diversidade dentre as características pessoais dos colaboradores e da sociedade em que a empresa está inserida. Ele significa o reconhecimento que todos tem o direito de perseguir a sua felicidade, evidentemente respeitando os espaços de cada um, sem preconceitos.


10º - Assistência.

O líder atual tem que agregar às suas inúmeras qualificações uma disposição de servir. Esta se traduz em todo tipo de colaboração, a maior parte das vezes discreta e sem alarde, para o sucesso do trabalho alheio. Mesmo no futebol, tradicionalmente valorizador do artilheiro, hoje se destaca o papel de quem dá o passe final, já chamado de “assistência”.


Esse conjunto de mandamentos não representa novidade alguma mas tem sido tantas vezes descumprido, como a simples abertura do jornal do dia comprova, que nunca é demais apresenta-los.


Outras colunas de José Luiz Alquéres, ao final desta página.

 

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